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IFE - INFORME ELETRÔNICO nº 821 - 20 de fevereiro de 2002
Editor: Prof. Nivalde J. Castro
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regulação

1- Programa do PT prevê congelamento de tarifas

O congelamento de tarifas está previsto no programa para o setor energético que está sendo preparado para a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo Instituto da Cidadania (IC), sob a coordenação do físico Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe) da UFRJ. No final de março, o projeto será apresentado por Lula ao Congresso. O economista Guido Mantega, um dos coordenadores do IC, disse que o projeto para o setor de energia dará ênfase à garantia de geração de energia. De acordo com Pinguelli, as empresas de energia, estatais ou privatizadas, terão como prioridade atender à demanda do mercado cobrando tarifas módicas. Mantega disse que o projeto do governo Fernando Henrique prevê a elevação contínua das tarifas até 2006, enquanto o do IC defende o congelamento dos preços. (O Globo - 20/02/2002)

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2- CEA isenta do ICMS

Ao negar pedido de suspensão de liminar apresentado pelo Estado do Amapá, o presidente do STJ, Paulo Costa Leite, manteve decisão que isenta a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), concessionária que integra a Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A (Eletronorte), do ICMS na saída de óleo diesel. Concedida pelo Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP) em mandado de segurança impetrado pela Eletronorte, a liminar tornou sem efeito o Decreto estadual 260/01, que revogava a isenção tributária à empresa energética. Os procuradores do governo amapaense argumentam, ainda, que se permanecer a decisão liminar impugnada, danos recairão sobre o erário, com reflexos na saúde, segurança e economia públicas, de modo a comprometer a realização de serviços básicos do estado, que tem 90% de receita orçamentária proveniente e dependente de repasses da União. Para apontar risco de lesão à economia estadual, os procuradores alegam também que o Amapá teria acumulado prejuízo da ordem de R$ 24,8 milhões no período de setembro de 1997 a janeiro de 2001 por conta das isenções fiscais. (Gazeta Mercantil - 20/02/2002)

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3- Distribuidoras levarão até 30 meses para serem ressarcidas pelas perdas do racionamento

As tarifas de energia elétrica este ano terão um reajuste médio de 21,6%, índice 3,4% acima da média verificada em 2001. No ano passado, o reajuste médio foi de 18,2%. Segundo estudo elaborado pela Sudameris Corretora, os principais fatores que contribuirão para este aumento serão a reposição dos custos não-gerenciáveis e o reajuste extraordinário concedido pelo governo federal em dezembro passado. A avaliação revelou ainda que a aplicação do reajuste extraordinário trará um impacto compensatório para as empresas do setor de até 6%. É o caso da Cemig. A estimativa é de que a concessionária seja ressarcida dos prejuízos provocados pelo racionamento num prazo de 22 meses, o que traria um reajuste compensatório de 6,4%.(Canal Energia - 20/02/2002)

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risco e racionamento

1- Presidente anuncia o fim do racionamento

A partir de 1º de março todos os consumidores estarão livres do cumprimento de metas mensais de redução do uso de eletricidade, depois de nove meses de racionamento. O anúncio foi feito ontem pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, ao final da reunião da GCE. Estavam presentes dois governadores, Espiridião Amin de Santa Catarina e Jarbas Vasconcellos de Pernambuco, o prefeito César Maia do Rio de Janeiro, além de ministros, lideranças políticas e representantes do alto escalão técnico do governo federal. A decisão deve estar sendo formalizada por uma resolução da GCE publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União. (Gazeta Mercantil - 20/02/2002)

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2- Novo racionamento não é descartado

Nem o presidente, nem os ministros Pedro Parente, presidente da GCE, e José Jorge, das Minas e Energia, descartaram a possibilidade de um novo racionamento. "Esta é a grande dificuldade deste tema. É a mesma coisa que perguntar ao presidente da Varig se ele pode dar uma garantia de 100% de que o avião que você vai voar não se acidentará", comparou Jorge. Mas Parente afirmou que não haverá racionamento em 2002 e 2003 com as medidas adotadas pelo governo. "Mas 100% ninguém pode dar, porque dependerá da natureza". "Sairemos do racionamento obrigatório para a economia voluntária", declarou o presidente mais tarde, em pronunciamento oficial, em cadeia de rádio e TV, quando parabenizou a população pela economia. "Temos certeza de que não veremos sinais de esbanjamento de energia". Por isso, acrescentou, não teria sentido impor mais sacrifícios às famílias e à produção, depois que o povo "nos tirou do sufoco com presteza e generosidade". (Jornal da Tarde - 20/02/2002)

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3- Novo racionamento seria anunciado com antecedência de dois anos

À noite, durante o pronunciamento que fez à Nação para anunciar o fim do racionamento, o presidente Fernando Henrique Cardoso informou que, mesmo na remota hipótese de volta à economia de energia, ela virá com aviso prévio. ''Foram propostos mecanismos que alertarão o governo e a sociedade sobre a possibilidade de ocorrerem problemas futuros no abastecimento de energia. Com antecedência de dois anos, uma espécie de sinal amarelo será ligado caso possa ocorrer falta de energia. Antecedência essa necessária para que medidas preventivas possam ser adotadas com segurança'', contou.(Jornal do Brasil-20.02.2002)

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4- Novas medidas para afastar o racionamento em 2004

O racionamento acabou mas a Câmara de Gestão da Crise de Energia continua. Nesta quarta-feira, o ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, afirmou que novas medidas ainda devem ser tomadas para afastar de vez o risco de racionamento em 2004. A Câmara de Gestão continua pois ainda temos um trabalho de implementação de medidas de segurança para afastar o risco de racionamento em 2004. Mas, com certeza, nunca se trabalhou tanto para solucionar um problema neste setor como em 2001 - disse Parente. (Tribuna da Imprensa - 20/02/2002)

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5- Novo racionamento até final de 2003 é muito improvável, diz Parente

As chances de que seja necessário implantar novamente um racionamento de energia até o final de 2003 são mínimas, segundo o ministro Pedro Parente. Ele afirmou que, por se tratar de uma questão hidrológica, que depende da natureza, não é possível ter certeza de que não há mais riscos.Mas, segundo o ministro, com a nova forma de acompanhamento que será feita pelo ONS, será possível prever uma nova crise com antecedência. "Nós já sabemos hoje se vai acontecer algo daqui a dois anos", disse o ministro. Já o presidente do ONS, Mário Santos, foi mais otimista: "Estamos seguros em 2002 e 2003."Para o período após 2004 serão traçadas novas curvas de acompanhamento dos reservatórios. (Notícias Populares - 20/02/2002)

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6- Crise do setor energético não acabou

O fim do racionamento não significa que a crise do setor energético está resolvida. Na opinião de analistas, ainda não está afastado o risco de se repetir a experiência no ano que vem. Nelson Pedrozo, coordenador do Centro de Gestão de Energia do Ibmec, afirma que, se não se resolver a "favela regulatória" do setor, os investimentos em energia não serão suficientes para atender à demanda: "O investidor precisa ter clareza e segurança sobre as regras do mercado, e o governo de que a oferta de energia contratada está garantida." O coordenador do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, Maurício Tolmasquim, destaca que o uso das térmicas emergenciais custará muito caro para os consumidores. O custo estimado é de R$ 4 bilhões até R$ 16 bi até o ano de 2004. (O Globo - 20/02/2002)

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7- País tem energia garantida somente este ano

O racionamento de energia elétrica terminará em 1º de março "com uma sensação de ressaca, com muita dor-de-cabeça e contas a pagar", definiu o professor Ildo Sauer, coordenador do programa de pós-graduação do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da Universidade de São Paulo (USP). Para Sauer, o suprimento de energia estará garantido em 2002 mas ainda é uma incógnita para 2003. A temporada chuvosa deste ano deverá terminar em maio, com os reservatórios das hidrelétricas ostentando um nível de enchimento de cerca de 60%, segundo o professor, "repetindo o quadro do início de 2000 ", que antecedeu à crise energética do ano passado . Para Sauer, esse nível de enchimento é suficiente para garantir a energia "somente durante o governo Fernando Henrique Cardoso". (A Notícia - 20/02/2002)

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8- Reservatórios do Nordeste ultrapassaram limite

O nível dos reservatórios que abastecem as usinas hidrelétricas da região Nordeste ultrapassou ontem em 0,04 ponto porcentual o limite de segurança estabelecido pelo governo. Esse número oferece condições técnicas para que o presidente Fernando Henrique Cardoso possa decretar o fim do racionamento de energia, também naquela região. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) o volume de água nas barragens do Nordeste alcançou 48,33% da capacidade máxima e no Sudeste e no Centro-Oeste o nível dos reservatórios está em 56,94%, o que representa 3,65 pontos porcentuais acima do limite de segurança. (A Notícia - 20/02/2002)

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9- Governo vai gastar R$ 50 mi para manter racionamento até fim de fevereiro

O governo federal vai gastar R$ 50 mi para manter o racionamento de energia elétrica até o dia 28 de fevereiro. Esse é o montante a ser desembolsado pelo Tesouro Nacional para pagamento do bônus dos consumidores residenciais que reduzirão, este mês, o gasto de luz elétrica. Caso decidisse acabar com o programa de racionamento a partir de hoje, conforme fora recomendado pelo ONS, este benefício não seria concedido.(Jornal do Brasil-20.02.2002)

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10- Técnicos do governo negam que bônus de fevereiro tenham a ver com eleições esse ano

A decisão do prêmio a ser pago nas contas que vencem em março foi anunciada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso durante a reunião da GCE. Na prática, o governo está beneficiando consumidores que nos meses de racionamento não tiveram gasto com energia elétrica. Caso o bônus fosse imediatamente extinto, a medida implicaria gastos por parte da população. Técnicos do governo disseram que não se trata de uma ajuda em função das eleições que ocorrem este ano.(Jornal do Brasil-20.02.2002)

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11- Pedro Parente diz que critérios para bônus de fevereiro serão mesmos dos meses anteriores

Após reunião, no Palácio do Planalto, o presidente da GCE, ministro Pedro Parente, explicou que os critérios para se pagar o bônus serão os mesmo dos meses anteriores. Quem tiver gasto de até 100 kWh/mês receberá R$ 2 para cada R$ 1 economizado. Já os clientes que têm meta de consumo até 225 kWh/m, receberão R$ 1 para cada R$ 1 de economia na conta. (Jornal do Brasil-20.02.2002)

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12- Especialista contesta fim da crise de energia

A análise de Ildo Sauer, professor da área de Pós-Graduação em Energia da USP diz que ainda há riscos de novas crises energéticas. Segundo ele, apesar do aumento de tarifas, o país ainda não se livrou por completo do risco de contenção de energia. Os níveis atuais dos reservatórios (entre 54% e 56% de sua capacidade) seriam suficientes para o abastecimento previsto este ano. Mas o Brasil deve chegar a 2003 de novo com estoques baixos e dependendo exclusivamente das chuvas. Para Sauer, faltam investimentos em linhas de transmissão e na compra de turbinas de hidrelétricas. Isso faz o país desperdiçar hoje parte da água acumulada durante o racionamento. Na semana passada, por seus cálculos, o desperdício equivaleu à geração de 3 mil MW, o suficiente para suprir o consumo instantâneo do Rio de Janeiro. (O Globo - 20/02/2002)

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13- Consumidor arcará com prejuízos

O consumidor chega ao fim do racionamento com uma conta amarga para pagar, cujo valor pode alcançar R$ 23 bi. Desta cifra, R$ 7,3 bi terão de ser desembolsados durante os próximos três anos para repor o que as concessionárias deixaram de arrecadar com o próprio racionamento. O governo criou ainda o chamado seguro-apagão, para financiar o funcionamento de emergência de usinas termoelétricas. O custo disso vai variar de R$ 4 bilhões a R$ 16 bilhões, dependendo do uso ou não dessas usinas. Apenas o aluguel dos equipamentos, que ficarão à disposição do governo, será de R$ 4 bi. "Estamos queimando dinheiro devido à omissão e a atitudes equivocadas do governo", afirma Ildo Sauer, professor da área de Pós-Graduação em Energia da USP. (O Globo - 20/02/2002)

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14- Racionamento chega ao fim e empresários contabilizam impactos

Com o fim do racionamento de energia, que será encerrado em 1º de março, os setores econômicos contabilizam o impacto da contenção forçada de consumo. Entre os segmentos que lucraram com o racionamento, está o de geradores. A pernambucana Koblitz, por exemplo, incrementou a receita em 100% em 2001 com relação a 2000. Por outro lado, muitas geradoras e distribuidoras ficaram no vermelho. Já no comércio do Recife há quem estime uma queda de 5% nas vendas, devido à crise energética. Para a agricultura irrigada do Vale do São Francisco e o braço imobiliário da construção civil, o ano também foi difícil. No caso da Koblitz - uma empresa de soluções energéticas e que atua nas áreas de geração a gás, geração alternativa e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) - o ano foi considerado `espetacular` pelo presidente, Luís Otávio Koblitz. `Dobramos o faturamento sobre o ano anterior`, comemora. Ele ressalta que os projetos de geração própria para indústrias que queriam escapar do racionamento chegou a representar 80% do volume de vendas da empresa. Otimista, o presidente acredita que 2002 será um ano ainda melhor que 2001. (Gazeta Mercantil - 20/02/2002)

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15- FHC critica aqueles que o acusam de precipitar fim do racionamento

O governo anunciou ontem o fim do racionamento a partir de primeiro de março, assegurando que o país está livre de novas crises neste ano e em 2003, ainda que ocorra hidrologia desfavorável. "Vamos acompanhar o restante do ano na convicção de que não precisaremos de novos esforços dessa magnitude, mas com a certeza também de que se for necessário, suspende-se o que foi decidido. Faz-se o racionamento de novo, mas não será necessário", disse o presidente Fernando Henrique Cardoso, após aprovar o fim do racionamento e criticando os críticos da decisão. "Aqueles que quiserem criticar, podem criticar, mas que usem os dados com boa fé. Não adianta assustar a população. Eu tenho visto com certa tristeza declarações de pessoas, fulano de tal, professor de tal universidade, que aí diz uma batatada. Diz uma coisa que não tem nada a ver com a realidade. Simplesmente embasado na vontade de dizer que está tudo errado."(Valor Econômico-20.02.2002)

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16- Cerj e Light efetuaram poucos cortes de energia

A desobediência à meta de consumo de energia, para a maioria dos consumidores, só atingiu o bolso. Pelo balanço da Cerj, com 1,6 milhão de clientes, somente 11% dos que pagaram sobretaxa tiveram a luz cortada de setembro a janeiro. No período, foram 587.142 sobretaxados, enquanto apenas 66.530 ficaram sem luz. Nas contas da Light, com 3,4 milhões de clientes, apenas 74 mil ficaram sem energia, ou seja, 0,2% dos consumidores. (O Globo - 20/02/2002)

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17- Fiesp defende prorrogação das metas de corte

Contrária desde o início ao racionamento, a Fiesp diz agora que o governo agiu de forma política ao determinar o fim das metas de corte de energia. Para a entidade, se a decisão se pautasse exclusivamente por fatores técnicos, talvez o racionamento pudesse durar pelo menos mais um mês. "Seria uma atitude mais preventiva. Ao mandar as chuvas, São Pedro resolveu nosso problema emergencial. Mas o nosso problema estrutural permanece", afirma o diretor do Departamento de Infra-estrutura da Fiesp, Pio Gavazzi. (O Globo - 20/02/2002)

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18- Ex-secretário de energia avaliza fim do plano

Mais vale um reservatório com metade da capacidade de armazenamento de energia do que totalmente cheio. Essa é a opinião do especialista José Roberto Moreira, da Universidade de São Paulo e ex-secretário nacional de Energia, para quem o Brasil tem mostrado mais eficiência na administração de reservatórios que precisam ter controlados os gastos de água armazenada do que em períodos de abundância. Com esse argumento, ele avaliza a decisão do governo federal, anunciada hoje, de suspender o racionamento de energia a partir de 1º de março. Moreira defende que o fim do plano pode garantir uma melhor gestão das hidrelétricas brasileiras. (Gazeta Mercantil - 19/02/2002)

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19- Goldemberg prevê desmobilização da sociedade

Crítico assíduo das políticas do governo federal para o setor elétrico, o professor e secretário estadual de Meio Ambiente de São Paulo, José Goldemberg, considerou perigosa a decisão de suspender o racionamento de energia a partir de 1º de março. Para ele, o efeito pode ser a desmobilização da sociedade, o que é fundamental para garantir o menor consumo de energia e, conseqüentemente, o equilíbrio do sistema. Enquanto o governo não fizer as reformas estruturais do setor, Goldemberg acredita que o risco de desabastecimento deverá ser controlado pela própria população. Ele defende que o racionamento seja mantido pelo menos durante todo o ano de 2002. "Até o final do ano não vai faltar água nos reservatórios, mas se a falta de chuva se repetir em 2003 poderemos entrar em outra crise", comenta o secretário.(Gazeta Mercantil - 19/02/2002)

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20- Consumidor residencial garantiu sucesso do plano

O sucesso do plano de racionamento, em seus nove meses de duração, deveu-se ao esforço dos consumidores residenciais. Na prática, eles foram os grandes heróis do racionamento, reduzindo o consumo de energia em 24,4%, em média, ultrapassando a meta de economia estabelecida (20%). Técnicos de fora do governo, no entanto, lembram que a economia feita pela população é resultado, em boa parte, ao fato de as tarifas de energia terem subido. No Rio, a eletricidade aumentou 22,27% no ano passado, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-RJ), medido pela Fundação Getúlio Vargas, teve alta de 7,96%. Durante o racionamento, os consumidores residenciais economizaram 26 mi de MWh. A economia da indústria, cuja meta estava entre 15% e 25%, dependendo do setor, foi só de 15,31%, em média, enquanto a redução do consumo no comércio (meta de 20%) ficou em 16,9%. "O consumidor residencial economizou bem mais do que o industrial e contribuiu para reduzir o impacto da crise de energia na economia", disse o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Guilherme Reis. (O Globo - 20/02/2002)

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21- Unicamp estuda operação de hidrelétricas

A Unicamp concluirá até agosto o estudo sobre a forma de operação das usinas hidrelétricas brasileiras. O chamado `despacho de máquinas` (ou a decisão sobre qual turbina deverá gerar energia para abastecimento do País) poderá ser centralizado no ONS. O organismo já é o responsável pela decisão de quais as usinas devem gerar para suprimento da demanda nacional. O estudo da Unicamp, coordenado pela Faculdade de Engenharia Elétrica (FEE), avalia que o geren-ciamento das turbinas pelo ONS pode produzir um ganho de 3% na geração com os mesmos recursos disponíveis hoje. O ganho de US$ 300 mi na geração seria suficiente para montagem de uma usina hidrelétrica com potência de 300 MW ou uma térmica de pelo menos 500 MW. Segundo Secundino Soares Filho, coordenador do projeto, a Aneel terá a opção de determinar ou não a aplicação do software para o gerenciamento do despacho de máquinas. (Gazeta Mercantil - 20/02/2002)

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22- Bônus continua para consumidores de baixa tensão

Depois de ouvir todas as explanações técnicas que embasaram a proposta formulada pelo ONS, o presidente Fernando Henrique determinou que o benefício do bônus continuasse a vigorar até março para os consumidores de baixa tensão, com demanda inferior a 225 quilowatts mensais, para não desequilibrar os orçamentos domésticos. O ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, explicou que a decisão presidencial baseou-se no fato de que as contas de luz lidas em março ainda embutem os efeitos do racionamento de fevereiro. Essa decisão presidencial deve trazer um gasto para o Tesouro de cerca de R$ 50 mi adicionais, segundo estimativa do secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, José Guilherme Reis. (Gazeta Mercantil - 20/02/2002)

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23- Aneel divulgará posição sobre causas do apagão em 30 dias

Dentro de 30 dias, a Aneel divulgará o resultado sobre a análise dos relatórios com as causas do apagão do dia 21 de janeiro, que deixou 10 estados e o Distrito Federal sem energia por quase quatro horas. Na semana passada, o ONS e a Cteep enviaram seus relatórios à agência. Segundo a assessoria de imprensa da Aneel, somente após este período é que a agência decidirá se vai multar a empresa e o operador do sistema. Caso o ONS e a Cteep sejam considerados culpados pela falha do dia 21, as duas instituições podem ser multadas em R$ 3 mi e R$ 8 mi, o que corresponde a 2% das suas respectivas receitas anuais. (Canal Energia - 19/02/2002)

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24- Pesquisa revela que 72% dos brasileiros querem manter economia após racionamento

Mesmo depois do fim do racionamento, previsto para ser anunciado na próxima terça-feira, dia 19 de fevereiro, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, a população brasileira quer continuar economizando energia. É o que revela uma pesquisa feita pela Vox Populi e O&P, encomendada pela Aneel. Segundo a pesquisa, 72% dos entrevistados disseram que manterão a disposição de economizar energia por um longo tempo, após o fim do racionamento. Outros 24% manifestaram o interesse em reduzir o nível de economia daqui para a frente. Ainda de acordo com a pesquisa, 42% dos entrevistados revelaram que o desejo de utilizar práticas concretas de redução do consumo cresceu depois do racionamento. Para outros 38%, a disposição é a mesma, enquanto 20% disseram que relaxaram na economia. Na pesquisa realizada entre os dias 26 e 28 de janeiro, foram entrevistadas 2002 pessoas de 183 municípios do Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul. (Canal Energia - 19/02/2002)

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25- Usina emergencial não será ligada

O ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, disse ontem que as usinas emergenciais não precisarão ser acionadas este ano, se o comportamento da hidrologia permanecer dentro das previsões. Isso significa que o consumidor pagará menos pelo seguro contra os desequilíbrios entre oferta e demanda de energia, arcando praticamente só com o aluguel das 58 térmicas contratadas, que oferecem uma capacidade instalada de 2.153,6 MW, estimado em R$ 270 mi mensais. Só a termoelétrica de Tubarão (ES), a primeira do programa emergencial a ser testada e inaugurada na última sexta-feira, terá um custo mensal de aluguel de R$ 2,4 mi. Os planos da GCE alcançam também as 38 usinas a gás do Programa Prioritário de Termoeletricidade (PPT). (Gazeta Mercantil - 20/02/2002)

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26- Prêmio do Sebrae para economia de energia

De olho na economia de R$ 1 mi anual que oito indústrias de três setores da economia do estado estão conseguindo com adoção de medidas avançadas de eficiência no consumo de energia, duas mil empresas já se inscreveram no prêmio 'Conservação de Energia na Pequena e Média Empresa' que o Sebrae-RJ promove este ano. As primeiras colocadas em três categorias visitarão centros de tecnologia na Alemanha para conhecer novidades no uso eficiente de energia. As doze primeiras colocadas dos setores de Comércio, Indústria e Serviços vão se tornar unidades de demonstração, assim como as oito empresas que já participam do projeto e funcionam como vitrines das tecnologias empregadas. O projeto é desenvolvido em parceria com a Agência Alemã de Cooperação Técnica, o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Eletrobrás/Procel, Senai e o Centro Federal de Tecnologia (Cefet). (Gazeta Mercantil - 19/02/2002)

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27- Bônus pode custar R$ 438 mi ao Tesouro

O pagamento de bônus para os consumidores que economizaram energia acima de sua meta durante o racionamento custou R$ 833 mi entre junho do ano passado e janeiro deste ano. No mesmo período, a arrecadação com a sobretaxa - cobrada de quem consumiu energia além do permitido e que deveria custear o pagamento do bônus- ficou em R$ 432 mi. Do dinheiro arrecadado com a sobretaxa, as distribuidoras ficaram com R$ 4 mi para custear parte dos gastos com o racionamento.A arrecadação insuficiente com a sobretaxa fez com que, desde junho até janeiro, o Tesouro Nacional gastasse R$ 237 mi para garantir pagamento de bônus obrigatório.O gasto do Tesouro pode dobrar nos próximos dias. As distribuidoras de energia têm pedidos de recurso para pagamento de bônus de R$ 201 mi, ainda em análise na área técnica do governo. No total, ao fim do racionamento, o Tesouro poderá gastar aproximadamente R$ 438 mi com o pagamento do bônus. (Folha de São Paulo-19.02.2002)

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28- Só receberão bônus consumidores que gastam até 100 kWh ou que tem meta de até 225 kWh

O governo decidiu garantir o pagamento de bônus para dois tipos de consumidor residencial -os que gastam até 100 kWh por mês e os que têm meta de consumo até 225 kWh por mês .A distribuidora de energia tem de pagar bônus para esses consumidores mesmo que não tenha arrecadado o suficiente com a cobrança de sobretaxa. Caso não houvesse saldo, o Tesouro Nacional se comprometia a repor a diferença. Os outros consumidores residenciais, os comerciais, os industriais e os prestadores de serviço só receberiam bônus caso sobrasse dinheiro depois do rateio da sobretaxa entre os consumidores que têm direito ao bônus obrigatório. (Folha de São Paulo-19.02.2002)

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29- Só quatro distribuidoras arrecadaram mais com sobretaxa do que o que gastarão com bônus

As regras do racionamento prevêem que uma eventual sobra na arrecadação da sobretaxa poderia ser descontada do próximo reajuste das distribuidoras de energia. Como o gasto com bônus ficou acima da arrecadação, poucos consumidores vão se beneficiar neste ano com reajustes menores de tarifa causados por saldo de sobretaxa.De acordo com informações preliminares da área técnica do governo, entre as grandes distribuidoras teria havido saldo somente na Bandeirante (SP), Celg (GO), Celpa (PA) e CEB (DF).(Folha de São Paulo-19.02.2002)

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30- Saldo positivo na Bandeirantes pode ser usado para diminuir tarifas

Na Bandeirante, o resultado acumulado desde junho indica arrecadação de sobretaxa de R$ 50 mi e pagamento de bônus de R$ 39 mi. O saldo positivo -R$ 11 mi- poderia ser usado para que o reajuste de tarifa anual da empresa fosse menor. Técnicos avaliam, no entanto, que o impacto positivo (evitando aumentos maiores) na tarifa seria inferior a 1%.(Folha de São Paulo-19.02.2002)

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31- Eletropaulo tem deficit de R$ 21 mi entre sobretaxas e bônus

As maiores distribuidoras do país tiveram pagamento de bônus em valor maior do que o obtido com a sobretaxa. No caso da Eletropaulo, no acumulado entre junho e janeiro, o saldo é negativo em R$ 21 mi. Fiscalização. A Aneel começará uma auditoria detalhada nas distribuidoras de energia assim que terminar o racionamento, para verificar se houve irregularidades na cobrança da sobretaxa e no pagamento do bônus. (Folha de São Paulo-19.02.2002)

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32- Defeito num conector causa apagão no Recife

Mais de um milhão de pessoas na Região Metropolitana do Recife, ou 40% da população total, ficou sem luz por cerca de 50 minutos, na noite de segunda- feira, por causa de um curto-circuito numa subestação da Chesf, geradora estatal que atende todo o Nordeste, exceto o Maranhão. Em um dos bairros do Recife, o apagão durou duas horas. O diretor de Operações da Chesf, Paulo de Tarso, afirmou que o blecaute não teve qualquer relação com o racionamento de energia. "De jeito nenhum", ressaltou, acrescentando que problema começou às 21h54, após o período de pique de consumo. Segundo ele, o curto-circuito ocorreu devido a um defeito num conector. (Valor Econômico-20.02.2002)

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33- Boletim Diário da Operação do ONS

Para obter os últimos dados do Boletim Diário da Operação do ONS, incluindo produção de energia hidráulica e térmica e energia armazenada, clique aqui.

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empresas

1- Furnas pode investir R$ 6 bi nos próximos seis anos

A Furnas vive uma fase de resultados crescentes nos últimos três anos e pode aplicar esse vigor financeiro para investir algo como R$ 6 bi em capital nos próximos seis anos. Com seu endividamento na faixa dos 10% do patrimônio, tem a capacidade de captar no mercado R$ 10 bi, que completam o financiamento do seu plano de obras no período 2002-2007. "O fato de esta empresa ter distribuído R$ 1 bi em dividendos nos últimos três anos mostra que além de investimentos para o bem comum, gera valor para os acionistas", disse um diretor da companhia. (Furnas-20.01.2002)

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2- Produtividade de Furnas é bem superior a de estatais estrangeiras

Em dados de produtividade referentes ao exercício de 2000, o índice de produtividade por empregado da Furnas ficou em cerca de 23 GWH. Isso é 90% superior ao desempenho da TVA, a mais famosa estatal de eletricidade dos EUA, que opera com as usinas construídas pelo programa de relançamento econômico do presidente Franklin Roosevelt na década de 30. A produtividade média de Furnas é o dobro daquela registrada na EdF, hoje a maior estatal de energia do mundo, e o triplo da Kensai, no Japão. Além disso, todas essas empresas possuem 6.000 empregados ou mais, o que daria 50% a mais que uma estatal brasileira. (Furnas-20.02.2002)

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3- Ceal pode recuperar perdas com fim do racionamento

O fim do racionamento, a partir de 1o de março, pode trazer alívio financeiro para a Ceal. A empresa, que encerrou 2001 com uma perda de faturamento em torno de 20%, começou a se recuperar em janeiro, com o relaxamento das metas de consumo e o aumento extra nas taridas de energia. No mês passado, o faturamento foi de cerca de R$ 25 milhões, contra R$ 22 milhões em dezembro - um crescimento de cerca de 14%. "O consumo de energia, no entanto, cresceu apenas 4%, o que demonstra que o aumento de receita reflete principalmente o reajuste na tarifa", pondera Roberval Félix, superintendente de Gestão da Receita. Até maio de 2001 a média de faturamento da empresa era de R$ 27 mi por mês. Com o início do racionamento, esse faturamento caiu para 24 milhões em junho e para uma média de 19 mi em julho e setembro. A partir de novembro a Ceal registrou recuperação do faturamento com uma receita de R$ 21,4 milhões. Em dezembro o faturamento foi de R$ 22 mi. (Gazeta de Alagoas - 20/02/2002))

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4- Elétricas recuperaram saúde financeira, diz analista

Depois de reclamarem perdas bilionárias com o racionamento, as empresas do setor elétrico saem dele com a saúde financeira recuperada. O anúncio hoje, 20/02/2002 do fim do plano de redução no consumo de energia a partir de 1o. de março traz um certo alívio para o setor, que há nove meses vive um cenário de incertezas quanto à receita e aos gastos operacionais. No entanto, o acordo selado entre geradores, distribuidores e governo, no final do ano passado, permitiu que as empresas se refizessem dos efeitos do racionamento até dezembro, na opinião do analista Armando Franco, da Tendências Consultoria. O acordo determinou a liberação, pelo BNDES de financiamentos para cobrir 90% das perdas estimadas pelas distribuidoras. Com isso, as empresas puderam colocar fim ao impasse em torno do Anexo V, o item do contrato de compra e venda de energia que limitava em 15% a redução no fornecimento de energia pelas geradoras. Como os contratos foram reduzidos unilateralmente em 20%, a diferença deveria ser paga às distribuidoras ao preço do insumo comercializado no MAE. Essa engenharia feita para fechar a conta do racionamento e reduzir o volume de perdas permitiu que as empresas elétricas "saíssem da UTI", segundo Franco. (Gazeta Mercantil - 19/02/2002)

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5- Distribuidoras levarão até 30 meses para serem ressarcidas pelas perdas do racionamento

As tarifas de energia elétrica este ano terão um reajuste médio de 21,6%, índice 3,4% acima da média verificada em 2001. No ano passado, o reajuste médio foi de 18,2%. Segundo estudo elaborado pela Sudameris Corretora, os principais fatores que contribuirão para este aumento serão a reposição dos custos não-gerenciáveis e o reajuste extraordinário concedido pelo governo federal em dezembro passado. A avaliação revelou ainda que a aplicação do reajuste extraordinário trará um impacto compensatório para as empresas do setor de até 6%. É o caso da Cemig. A estimativa é de que a concessionária seja ressarcida dos prejuízos provocados pelo racionamento num prazo de 22 meses, o que traria um reajuste compensatório de 6,4%.(Canal Energia - 20/02/2002)

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6- Distribuidoras calculam prejuízos com corte no consumo

Com o fim do racionamento de energia as distribuidoras do Nordeste estão fazendo as contas e avaliando as perdas provocadas pela menor quantidade de energia comercializada. Apesar de ainda não terem um resultado final, as distribuidoras avaliam que parte dos consumidores industriais e residenciais devem continuar com medidas de racionalização. 'Verificamos uma redução no consumo entre 11% e 12% ao longo do racionamento. Mesmo com o fim da medida, estima-se que os consumidores permaneçam com uma economia entre 5% e 7% sobre o gasto total', diz Luiz Gominho, superintendente da Ceal, ligada a holding Eletrobras . A Celpe prevê um mercado 5% menor que o registrado há dois anos enquanto a Coelce estima que deixou de faturar R$ 160 mi no período. (Gazeta Mercantil - 20/02/2002)

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7- Celesc define cronograma para iniciar processo de reestruturação

Na próxima terça-feira, dia 26 de fevereiro, representantes dos acionistas minoritários da Celesc se reunirão com o Grupo Técnico de Coordenação para definir os acertos finais sobre o Acordo dos Acionistas. Ontem, dia 19, o grupo definiu o calendário para apresentação dos documentos e a formação de novos grupos para a implantação do novo modelo de gestão da estatal. Segundo a Celesc, o acordo prevê a alteração da composição do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva, além de regular a convivência entre os diversos grupos acionistas. Após isso, o próximo passo será a apresentação, no dia 11 de março, da minuta do novo estatuto geral da empresa ao conselho de administração da companhia. (Canal Energia - 20/02/2002)

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8- AES anuncia venda de ativos nos EUA e América Latina

A norte-americana AES , que opera na geração, distribuição e comercialização de energia, iniciou formalmente ontem o processo de reestruturação de seus ativos no mundo. O plano prevê a venda de até US$ 1,5 bi em negócios na América Latina e o corte de custos em 41%. Além de reduzir a exposição em mercados como a América Latina, a empresa, segundo a Bloomberg News, pretende rever sua presença em projetos de usinas 'merchant', voltadas apenas para o mercado de curto prazo. No Brasil, pelo menos dois ativos já foram identificados para possível venda: AES Sul e AES Uruguaiana , respectivamente distribuidora e geradora de energia na região Sul do País, segundo a diretora de relações com investidores da AES Tietê , Andrea Ruschmann. Andrea assegura: 'Por enquanto, não há decisão de venda de ativos no Brasil.' (Gazeta Mercantil - 20/02/2002)

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financiamento

1- CBEE continuará a adquirir recebíveis por 90% do preço MAE

Segundo o presidente da CBEE, Mário Miranda, as oito usinas emergenciais que estão prontas para entrar em operação este ano, com uma oferta de 1.926 MW, não deverão ser usadas devido à boa posição dos reservatórios, principalmente do Sudeste e do Centro-Oeste. Por essa razão, como explicou Miranda, a CBEE 'tem baixíssima previsão de compra de recebíveis' das usinas instaladas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. A estatal foi autorizada a realizar essas operações até que o novo MAE passe a liquidar as faturas de compra e venda no curto prazo, o que deve ocorrer no segundo semestre. Até lá, a CBEE continuará a adquirir recebíveis dessas usinas por 90% do chamado preço MAE. Quando o novo mercado funcionar, a empresa deve negociar esses títulos no MAE pelo seu valor pleno. A diferença de 10 pontos percentuais será repassada para o consumidor como forma de reduzir o custo das usinas emergenciais. (Gazeta Mercantil - 20/02/2002)

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financiamento

1- PIB caiu cerca de US$ 10 bi

O PIB brasileiro - o conjunto de bens e serviços produzidos no país - caiu cerca de US$ 10 bi no ano passado devido exclusivamente aos efeitos do racionamento de energia elétrica. A estimativa é do professor Ildo Sauer, da área de Pós-Graduação em Energia da Universidade de São Paulo (USP), e leva em conta a retração da produção industrial e, principalmente, o que deixou de ser investido pelos empresários em 2001. Sauer ressalta que o empobrecimento do país poderá ser ainda maior, caso se considere que o governo ainda não eliminou o risco de novos apagões. "No total, o país pode vir a perder entre US$ 20 bi e US$ 30 bi em riquezas até o próximo ano. Ainda vai levar algum tempo até o empresário ter segurança para investir", sustenta o especialista. Sauer critica o modelo de reestruturação do sistema elétrico adotado pelo governo a partir de 1995. (O Globo - 20/02/2002)

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2- Fundos voltam ao leilão e juro cai

Os fundos de investimento voltaram a comprar títulos cambias e garantiram o sucesso do leilão de papéis públicos realizado ontem. O Tesouro Nacional concluiu a substituição de R$ 4,6 bi em títulos indexados ao dólar que vencem na quinta-feira e, com a presença dos fundos, a procura pelos papéis foi quase cinco vezes maior do que o ofertado. Os gestores haviam ficado fora dos últimos leilões porque tinham dúvidas sobre as novas regras para contabilização dos títulos públicos que têm em carteira. Diante do impasse com os gestores, o Banco Central (BC) voltou a alterar as regras para contabilização dos títulos públicos que pertencem aos fundos de investimento (ver reportagem abaixo) e agradou o mercado. Uma das alterações mais importantes é que os fundos poderão adequar-se às novas alterações até o dia 30 de junho. A medida animou os gestores e favoreceu o Tesouro na rolagem de títulos públicos. (Gazeta Mercantil - 20/02/2002)

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3- Fundos de investimento e tesouraria participaram deste leilão para fugir do risco político

Ontem, 19/02/2002, foi realizado o quarto leilão de títulos públicos para substituir os vencimentos deste mês. Foram vendidos 900 mil títulos cambiais com resgate em setembro deste ano. A demanda dos investidores para comprar os títulos ficou em 4,4 mi. A taxa de juros média que vai remunerar os papéis cambiais foi definida em 3,54% ao ano. Também foram vendidos 300 mil títulos cambiais com resgate mais longo, em março de 2003. Os juros ficaram em 7,57% ao ano, abaixo dos 8% registrados na última venda de papéis semelhantes na segunda-feira. De acordo com o diretor de câmbio da Corretora Liquidez , Fábio Fender, muitos fundos de investimento e tesouraria participaram deste leilão para fugir do risco político. A rolagem de títulos cambiais que vencem em junho (4,1 mi) pode ser mais difícil devido à proximidade da eleição presidencial, marcada para outubro. 'O mercado se antecipou porque tem interesse por papéis com vencimento curto, antes do próximo governo', disse. Já o diretor de câmbio do ING Barings , Diniz Pignatari, afirma que a demanda maior ocorreu justamente porque os fundos voltaram aos leilões. 'Quanto aos prazos, o Banco Central já deixou claro que irá atender à procura do mercado', disse. (Gazeta Mercantil - 20/02/2002)

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4- Taxas de juros futuros fecham estáveis

As taxas de juros futuros negociadas ontem, 19/02/2002, na BM&F fecharam praticamente estáveis. A expectativa dos investidores é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) anuncie hoje a manutenção dos juros básicos em 19% ao ano, pelo sétimo mês consecutivo. 'Ainda não há elementos concretos e suficientes para a redução da taxa de juros básicos. Isso deve acontecer a partir de março, à medida que houver trajetória declinante e firme da inflação e do seu núcleo', analisa em relatório o BBV Banco . Entre os contratos de juros mais negociados na BM&F, o de março passou de 18,93% para 18,92% ao ano. A taxa de abril passou de 18,85% para 18,86% ao ano. Os juros para julho saíram de 18,78% para 18,74%. (Gazeta Mercantil - 20/02/2002)

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5- Tesouro Nacional paga mais barato para vender títulos prefixados

A perspectiva de recuo nos juros básicos fez o Tesouro Nacional pagar mais barato para vender títulos prefixados (com rentabilidade definida no leilão). Foram leiloados R$ 2 bi de prefixados, as Letras do Tesouro Nacional, com vencimento em novembro deste ano. Os juros anuais médios ficaram em 19,58%. O Tesouro vendeu também R$ 538 mi de um lote de R$ 1 bi de títulos pós-fixados (que seguem a rentabilidade dos juros básicos). Os papéis vencem em 2004 e saíram com deságio médio de 0,35%. Essa foi a primeira vez que o Tesouro vendeu pós-fixados desde outubro. (Gazeta Mercantil - 20/02/2002)

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6- Dólar comercial abre com alta de 0,12% e sai a R$ 2,425 para venda

O dólar comercial abriu as operações de hoje cotado a R$ 2,416 para compra e R$ 2,425 para venda, com alta de 0,12% ante o fechamento de terça-feira. Ontem, 19/02/2002, um intenso movimento exportador, aliado ao ingresso de nova tranche de dólares no país, orientou o dólar comercial para o campo negativo. A moeda norte-americana terminou o pregão com queda de 0,53%, cotada a R$ 2,4200 para compra e a R$ 2,4220 para venda. (Valor - 20/02/2002)

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gás e termoelétricas

1- Segundo Parente, 16 termoelétricas estão prontas

O coordenador da Câmara de Gestão da Crise de Energia, Pedro Parente, afirmou hoje em entrevista ao Bom Dia Brasil que 16 novas termoelétricas já estão prontas para serem utilizadas, o que afasta o risco de novo racionamento."Venho aqui desmentir que o governo federal não esteja trabalhando para evitar novo racionamento. Já temos 16 novas termoelétricas prontas ou em fase final de construção. Outra coisa importante: estamos construindo novas linhas de transmissão", disse Parente. (O Globo-20.02.2002)

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2- Participação de Furnas na aquisição de gás pode chegar a 90 milhões de MCD em 2005

A participação de Furnas na aquisição do gás natural, com os projetos atualmente em curso, chegará a 3 milhões de metros cúbicos por dia (MCD) em meados de 2003. Estudos sugerem que esse número deve passar dos 90 milhões de MCD em fins de 2005, com folga de cerca de 20% em relação à semana prevista na mesma época. Essa diferença pode estimular uma rápida ampliação dos projetos termelétricos na empresa, que gera atualmente um pouco mais de um quinto da eletricidade brasileira.(Furnas-20.01.2002)

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grandes consumidores

1- Fim do racionamento deve estimular eletroeletrônicos

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Paulo Saab, afirmou hoje que o fim do racionamento em 1º de março pode ajudar o setor a recuperar neste ano as perdas de 2001 ante 2000, de 6,8% nas vendas. "O consumidor, já educado a economizar, terá um motivo a mais para comprar. Acho que há espaço para recuperar as perdas de 2001 e avançar um pouco mais", disse. Em 2000, a indústria de eletroeletrônicos vendeu 35 milhões de unidades, e outros 32,62 milhões em 2001. Segundo ele, é possível que as indústrias do setor consigam crescer acima da taxa de crescimento do PIB, estimada em 2,5% para este ano. "O que ajuda muito é a conscientização dos consumidores. No ano passado, havia mais de 4 mil pontos de varejo fazendo o esclarecimento de que os produtos novos usam mais racionalmente a energia. É preciso mostrar que o eletroeletrônico não é o vilão do consumo de energia", disse Saab. (Estado - 20.02.2002)

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2- Atividade ganha pouco com fim do racionamento

Apesar da maior disponibilidade de energia a partir do dia 1 , a expectativa é de que as indústrias não tenham grande incremento de consumo. 'Isto porque em um primeiro momento não terá mercado para vender os produtos. A maioria das previsões em relação à economia é que ela decole somente a partir do segundo semestre', diz o diretor titular do departamento de infra-estrutura da Fiesp, Pio Gavazzi. Alguns setores, no entanto, mais afetados pelo corte de 25% no consumo de energia, como as indústrias eletrointensivas, contam com o fim do racionamento para recuperar o mercado perdido no ano passado. Mário Cilento, diretor vice-presidente da Carbocloro , eletrointensiva na produção de soda cáustica, disse que em 2001 a empresa perdeu clientes significativos com o corte de 25% no consumo de energia. 'A crise energética aliada às demais crises de confiança na economia nacional e até mundial culminou na diminuição de 25% da produção da Carbocloro', afirma Cilento. (Gazeta Mercantil - 20/02/2002)

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3- Juros altos afetam mais a indústria que racionamento

O racionamento de energia afetou a produção regional da indústria no ano passado de forma contraditória, avalia o economista Paulo Gonzaga do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para quem a alta dos juros teve efeito mais perverso sobre a atividade das fábricas em 2001. Gonzaga destacou o fato de que apesar de ter reduzido a produção em 0,3% nos Estados de Minas e Espírito Santo, a crise de energia ampliou a atividade das fábricas em Santa Catarina e Paraná, Estados que não sofreram esta restrição e lideraram o crescimento industrial no ano com taxas de 3,7% e 3,2% porque produzem muitos equipamentos do setor elétrico. São Paulo também foi beneficiado com o fenômeno pois seu parque de máquinas e equipamentos é significativo. "O racionamento até propiciou um crescimento imprevisto da indústria de bens de capital", comentou Gonzaga. A surpresa foi o Rio Grande do Sul, que mesmo fora do racionamento apresentou queda de 1,1% na sua produção industrial. Para Gonzaga, este comportamento tem a ver com crise argentina porque é o Estado mais articulado com o Mercosul. A seu ver, a alta da taxa de juros durante o ano passado influenciou de forma mais perversa o setor industrial do que a crise de energia. (Valor Econômico-20.02.2002)

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4- Racionamento afetou pesadamente indústria nordestina

Os dados divulgados ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), informam que das doze regiões pesquisadas sete apresentaram expansão da atividade das fábricas. Na média Brasil, a indústria cresceu 1,5% no acumulado de 2001. A maior queda ocorreu na região Nordeste, de 2,5% , com a indústria cearense despencando 7,3% . Uma parte desse tombo foi atribuido a um efeito estatístico de base de comparação elevada no ano anterior. Gonzaga admite, porém, que a crise de energia foi, no geral ruim para a indústria, pois forçou as fábricas a reduzirem seu nível de atividade para se adaptarem as metas de racionamento. "O resultado não foi tão ruim porque o governo acabou flexibilizando as metas e a indústria brasileira se mostrou também muito flexível. "Não foi muito complicado seguir as metas", comentou Gonzaga. (Valor Econômico-20.02.2002)

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5- Indústria de São Paulo cresceu 2,5% em 2001

Maior parque industrial do país, o Estado de São Paulo registrou crescimento de 2,5% em 2001. Impulsionada pela boa performance dos setores de alimentação e bens de capital, a indústria paulista conseguiu crescer mais que a produção industrial brasileira, que teve alta de 1,5% no ano passado. "Mesmo assim, o resultado foi decepcionante", diz o economista-chefe da Fiesp, André Carvalho. Para ele, o mau desempenho deve se manter nesse primeiro trimestre, quando a produção industrial deve ter queda de 4% em comparação anual. Já, para o ano, a projeção da entidade indica crescimento muito próximo ao obtido no ano passado. A única diferença é que a expansão deverá ser maior no segundo semestre. Depois de ter registrado uma ótima performance em 2001, a indústria de base paulista deve reduzir seu ritmo esse ano. Mas a área alimentícia deve manter suas boas perspectivas. "O que pode levar esse setor a novos investimentos para aumento da capacidade instalada", afirma Carvalho. (Valor Econômico-20.02.2002)

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6- Setor elétrico explica expansão de Santa Catarina

As exportações e a ausência de racionamento deram o impulso decisivo para que Santa Catarina obtivesse o melhor desempenho industrial no ano passado entre todos os Estados. A taxa de crescimento de 3,7% foi amparada por aumento de 12% nas vendas externas, quando a média brasileira ficou em 5,7%, destacando-se as exportações de aves e carne suína. Ficar fora do racionamento de energia proporcionou crescimento de 51,5% ao setor de material elétrico. " Uma taxa atípica " , segundo avaliação do diretor da Fiesc, Glauco Côrtes. O setor vendeu como nunca motores, geradores elétricos e motocompressores. O segundo maior crescimento foi registrado pelo setor de alimentos, com 4%. A pesquisa do IBGE, que mostrou oito dos dezessete gêneros pesquisados em expansão, reforça a afirmação de Côrtes, para quem Santa Catarina tem hoje uma economia diversificada, que não depende de um setor específico. " Revelam ainda uma economia mais estabilizada e menos suscetível a crises " , diz Côrtes, diretor da fábrica de cerâmica Portobello. O desempenho industrial teve reflexos ainda no nível do emprego industrial, com crescimento positivo de 4,8% no ano passado, ante a queda registrada por São Paulo, por exemplo. Santa Catarina, o segundo maior PIB per capita industrial do país (o primeiro é São Paulo), criou 17,8 mil empregos, enquanto os paulistas perderam 39,7 mil vagas na indústria. (Valor Econômico-20.02.2002)

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internacional

1- Presidente da Unión Fenosa alerta para sério risco de apagões na Espanha

O presidente da energética espanhola Unión Fenosa, Victoriano Reinoso, declarou ontem perante um auditório repleto pela nata do negócio espanhol de energia que os consumidores estão mais expostos que nunca ao apagão. Reinoso criticou duramente a regulação vigente e o modo pelo qual está se realizando a abertura do mercado de gás natural, do qual dependerá boa parte do fornecimento no futuro. “ Como pode se fazer um documento de planificação energética sem uma maior participação das elétricas?” , questionou Reinoso, se referindo ao documento que será enviado na próxima sexta ao Parlamento pelo vice-presidente Rodrigo Rato. Reinoso acredita que só um aumento das tarifas e uma profunda reforma do setor energético podem salvar os consumidores do corte de fornecimento no futuro. O presidente da Unión Fenosa disse que o problema já não é mais teórico, e sim uma realidade, referindo-se ao risco de colapso que ocorreu no dia 17 de dezembro por excesso de consumo. (El Mundo-20.02.2002)

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2- Investimentos da Endesa cairão 35% em relação ao previsto nos próximos cinco anos

A energética espanhola Endesa investirá cerca de US$ 11,29 bi entre 2002 e 2006, o que supõe uma queda de 35% de respeito à cifra prevista para o período de 2001 a 2005, anunciou o seu presidente, Rafael Miranda. O executivo- chefe da Endesa explicou que estes ajustes respondem à situação atual dos mercados e sublinhou que a estratégia da empresa se centrará nos próximos anos no negócio elétrico e energético. Do investimento previsto, a Endesa destinará entre US$ 5 e US$ 6 bi ao crescimento orgânico de seus negócios e cerca de US$ 5,5 bi na manutenção e na reposição dos ativos já existentes. Segundo Miranda, ao redor de 86% do investimento total se destinará ao setor elétrico e 58% se centrarão na Espanha. O presidente da Endesa afirmou que estas quantidades supõem uma contenção do volume de investimentos destinado à expansão e uma manutenção e reposição sustentáveis. (El Mundo-20.02.2002)

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3- Gás Natural se prepara para vender 65% da Enagás

A nova norma para o setor de gás natural aprovada anteontem pelo Ministério de Economia espanhol começa a produzir movimentos no setor. Assim, a Gás Natural já tem o caminho traçado para valorizar a sua filial Enagás, da qual pretende vender 65% antes do próximo verão. O presidente da Enagás, Guzmán Solana, disse que a nova legislação do setor foi o tiro de partida para o processo de venda. Solana se negou a estabelecer um valor para a venda, dizendo que cabe aos donos que a venderão fazê-lo. Solana considerou a nova legislação “ suficiente” para os anseios do setor, mas garantiu que sua versão final melhorou substancialmente em relação ao esboço proposto pelo Ministério da Economia, apesar das críticas do presidente da Unión Fenosa, que acha que a nova legislação contribuirá para causar cortes de fornecimento no sistema elétrico espanhol. (El Mundo-20.02.2002)

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4- AES anuncia venda de bens e redução em investimentos para aumentar liquidez

A energética americana AES, cujas ações se abalaram com o ceticismo dos investidores de sua capacidade de se auto-financiar no quadro econômico atual, anunciou ontem que pretende levantar cerca de US$ 5.1 bi vendendo bens e que cortará os seus gastos de capital em 38% esse ano. A AES decidiu tomar as medidas cabíveis depois que os seus ratings foram diminuídos (a recomendação agora é que não se invista na firma) e pelo medo que a desvalorização do bolívar venezuelano piore os problemas da companha na América Latina. O presidente da AES, Dennis Bakke, resumiu da seguinte maneira a situação da companhia: “ O mundo mudou (com a falência da Enron). Essas mudanças nos levaram a concluir que não teremos acesso aos mercados de capital nem tão cedo. Nossa prioridade máxima no momento é nossa liquidez, particularmente no próximo ano.” (New York Times-20.02.2002)

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5- AES reduz exposição na América Latina e volta-se para PPAs

O grupo de energia AES (sediado nos EUA) pretende reduzir ou vender sua participação em vários ativos elétricos na América Latina, e mudar seu foco, deixando de vender energia no mercado "spot" concentrando-se em acordos de compra de energia (PPA) de longo prazo, segundo afirmações de executivos da empresa em uma entrevista coletiva esta manhã. "No futuro, a AES vai estar menos concentrada na América Latina e vai voltar-se mais para geração de contratos", disse o presidente do conselho da AES, Roger Sant. O CEO da AES, Dennis Bakke, disse que a empresa está buscando um "modelo de negócios mais conservador" - uma mensagem clara de alívio para os investidores, ainda nervosos depois do colapso da Enron. A empresa está reduzindo os investimentos em dois projetos na América Latina, mas os executivos não forneceram mais detalhes sobre o assunto. A empresa busca também contratos de longo prazo para suas usinas de venda de energia na região, ou então busca vendê-las, segundo Bakke. (Business News Americas-20.02.2002)

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6- Depoimento de Lay contradiz Skilling e o acusa de ter arquitetado sociedades

Kenneth Lay, ex-presidente da Enron disse a investigadores que seu predecessor, Jeffrey Skilling, sabia os detalhes de muitas das sociedades que forçaram a companhia de abrir concordata. Em 17 páginas de notas divulgadas hoje, Lay contradiz o recente testemunho de Skilling numa audiência parlamentar. Lay disse que Skilling apresentou aos membros do conselho da empresa a idéia de uma das parcerias cruciais. Em outra declaração, Lay disse que Skilling teria sido o responsável por acompanhar a performance financeira de um dos acordos. Lay não soube dizer quem teve a idéia da sociedade LJM porque Skilling e o ex- executivo-chefe financeiro Andrew Fastow a teriam apresentado conjuntamente. No seu depoimento ao Congresso, Skilling disse que desconhecia os detalhes das parcerias. As notas do depoimento de Lay são as primeiras dele na sua defesa, já que ele se recusou a depor no Congresso, evocando a Quinta Emenda que lhe permitia não falar para não se incriminar. (New York Times-20.02.2002)

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7- Eon apela ao Ministro da Economia alemão para reverter decisão que lhe impede de adquirir parcela da Ruhrgas

A Eon, maior energética da Alemanha, disse ontem que está buscando reverter a determinação do escritório de cartéis, que está lhe impedindo de assumir o controle da Ruhrgas, através de um apelo direto ao Ministro da Economia alemão, Werner Müller. Müller tem o poder de reverter as recomendações do escritório do cartel se considerar que uma questão julgada pelo órgão está contrariando o interesse nacional. A Enron tinha até hoje para encaminhar seu apelo contra a determinação do escritório contra a sua intenção de adquirir 25,5% da Ruhrgas. Müller tem quatro meses para tomar sua decisão. Para mudar a idéia do ministro, a Eon argumentou que a aquisição ajudaria a proteger fornecimentos estratégicos de energia, salvaguardar empregos e ajudar o meio-ambiente, substituindo outros combustíveis por um gás muito limpo. (Financial Times-20.02.2002)

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8- França estaria disposta a abrir mercado industrial de energia

A França parece disposta a concordar com uma maior abertura do seu mercado de energia à competição na próxima cimeira da União Européia em Barcelona, em março, disse hoje uma fonte da indústria. A fonte disse que todos concordam que a França dará um passo à frente nesse sentido, mas a extensão desse passo ainda está sob discussão. A França está trabalhando sobre um compromisso da Comissão Européia que lhe permitiria em prorrogar a abertura de seu mercado doméstico para além de 2005 se se chegar ao consenso de uma data para a abertura total do mercado para consumidores industriais. Cerca de 30% desse mercado estão atualmente abertos à competição, mas a questão é se o resto do mercado será aberto gradualmente ou todo de uma vez. O premier Lionel Jospin e o presidente Jacques Chirac não quiseram se pronunciar sobre a questão antes da realização da cimeira, que ocorre no próximo 14 de março. (Platts-20.02.2002)

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9- Corte de energia não está descartado no Chile

A secretária executiva da Comissão Nacional de Energia (CNE) do Chile, Vivianne Blanlot, informou ontem que o fornecimento de gás natural da Argentina se normalizou depois da paralização das operações de oleodutos e gasodutos originada em uma greve de trabalhadores petroleiros andinos. A greve provocou preocupação entre as empresas do setor elétrico e os usuários chilenos, devido à dependência do gás argentino para abastecer de energia elétrica a zona central do país, tanto para o consumo residencial quanto para o funcionamento das geradoras. Blanlot teve que suspender suas férias para presidir diversas reuniões em que se pôs em marcha um plano de contingência para evitar cortes de energia. No entanto, ela advertiu que podem ocorrer cortes parciais em alguns setores de Santiago e Valparaíso se a situação voltar a se complicar. As centrais Nehuenco e San Isidro se manterão inativas, e Renca continuará funcionando de forma parcial. Colbún está funcionando no mínimo, enquanto Guacolda, Ventanas e Laguna Verde estão funcionando para evitar cortes. (Estrategia-20.02.2002)

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Editor: Prof Nivalde J Castro - UFRJ

João Paulo Cuenca e Felipe Carvalhal - Economistas

Assistentes de pesquisa: Ana Clara Cruz, Fernando Fernandes, Pedro Furley, Rodrigo Rötzsch e Silvana Carvalho.

Webdesigner: Andréia Castro
Equipe de Pesquisa Eletrobrás-UFRJ


As notícias divulgadas no IFE não refletem necessariamente os pontos de vista da Eletrobrás e da UFRJ.

As informações que apresentam como fonte UFRJ são da responsabilidade da equipe de pesquisa sobre o Setor Elétrico vinculada ao Nuca do Instituto de Economia da UFRJ

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