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IFE - INFORME ELETRÔNICO nº 806 - 23 de janeiro de 2002
Editor: Prof. Nivalde J. Castro
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regulação

1- Governo mudará política de tarifas na transmissão

Uma das primeiras medidas do governo, após o blecaute de segunda feira, deverá ser a mudança na política de tarifas do sistema de transmissão de energia elétrica. Alterações na forma de tarifação são vistas pelo governo como fundamentais para atrair investimentos e expandir a rede de transmissão. Hoje o custo de transmissão, pago pelos consumidores, praticamente desconsidera a distância entre a origem e o destino da energia. A cobrança da tarifa é feita como se fosse um pedágio para cerca de 70% a 80% da energia transportada. Só na parcela restante é que está embutido um diferencial de preço que leva em conta as distâncias.O plano de revitalização do setor, anunciado há duas semanas e que será detalhado nesta sexta-feira, deverá inverter essa lógica. O governo pretende tornar mais atrativos os investimentos na expansão das linhas de transmissão, um dos gargalos para o crescimento da oferta de energia. Se isso acontecer, os consumidores mais próximos dos centros de geração pagarão menos do que os que vivem em regiões mais distantes. (Valor Econômico-23.01.2002)

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2- Projeto tenta preservar receita de ICMS sobre a energia elétrica

A fim de preservar a receita de ICMS obtida pelos estados com a tributação de energia elétrica, o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) quer que a Comissão de Assuntos Econômicos aprove projeto de sua autoria, determinando que a incidência desse imposto alcance todas as etapas, desde a produção ou importação até a destinação final, incluindo transmissão, distribuição, conexão, conversão e comercialização. O senador argumenta que a lei em vigor já destina por inteiro, à unidade da federação onde ocorrer o consumo, a receita do ICMS cobrado sobre energia elétrica. Após a privatização das empresas distribuidoras de energia elétrica e o surgimento da Aneel, estariam ocorrendo significativas modificações nesse mercado, notadamente com o fracionamento da operação de fornecimento, em face da introdução de novos agentes no processo. Referindo-se à expressividade da receita que os estados obtém com a tributação de energia elétrica, Lúcio Alcântara disse que os estados se preocupam com o surgimento de possíveis questionamentos judiciais, que teriam sérios reflexos na manutenção da integridade da receita do ICMS obtida. Com esse projeto, Lúcio Alcântara pretende adaptar a legislação à nova realidade do mercado. (Canal Energia - 23.01.2002)

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risco e racionamento

1- Reservatórios do Sudeste atingem 43,67%

O nível médio dos reservatórios das principais usinas do Sudeste/Centro-Oeste chegou, no dia 21.01, a 43,67%. . A atual situação aponta que os reservatórios estão com uma folga de 0,28% em relação à curva guia. Já no Nordeste, a recuperação dos lagos também ocorre de forma animadora. Os reservatórios das regiões alcançaram, no dia 21.01, o percentual de 32,27%, ante o resultado de 28,78% verificado na última sexta-feira, dia 18.01. A previsão da Câmara de Gestão da Crise de Energia (GCE) é de que o Nordeste e o Sudeste saiam juntos do racionamento, quando atingirem um mínimo de 50% no estoque de energia. (Gazeta Mercantil - 22.01.2002)

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2- Reservatórios do SE e do CO atingem curva guia mínima

O nível dos reservatórios que abastecem as usinas hidrelétricas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste ultrapassou na segunda-feira o limite inferior definido pelo Governo para o período, a chamada curva-guia. O volume de água nas barragens alcançou, na noite de segunda-feira, 43,67% da capacidade máxima. Esse nível está 0,28 ponto percentual acima da curva-guia inferior e é necessário subir outros 6,72 pontos percentuais para dispensar o uso da energia emergencial. O apagão ajudou a reduzir o consumo, principalmente no Sudeste e no Centro-Oeste. Nessas duas regiões, o consumo na segunda-feira foi de 20.703 MW médios. (Jornal do Commercio-23.01.2002)

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3- Governo avaliará segurança do sistema, diz MME

O ministro de Minas e Energia, José Jorge, afirmou que o governo concentrará esforços para avaliar a margem de segurança do sistema elétrico interligado, com o objetivo de evitar que um defeito isolado se propague por várias regiões do País como ocorreu no dia 21.01 com o blecaute em dez Estados e o Distrito Federal. "O sistema deveria ter tido um controle maior, para que o problema ficasse circunstrito a uma área específica", disse. (Gazeta Mercantil - 22.01.2002)

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4- ONS não dá prazo para distribuidoras enviarem relatórios

O ONS não especificou prazo para que as distribuidoras de energia, de 10 Estados brasileiros e do Distrito Federal, enviem seus relatórios sobre o blecaute ocorrido no dia 21.01. De acordo com informações da própria instituição, as concessionárias deverão entregar suas documentações "quando tiverem concluído a apuração dos dados". A diretriz vale, inclusive, segundo a assessoria de imprensa, para a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), que opera a linha Ilha Solteira - Araraquara, de onde originou a pane no sistema, a partir da queda de um cabo. (Gazeta Mercantil - 22.01.2002)

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5- CTEEP diz que culpa de queda de energia não pode ter sido exclusivamente sua

Pela segunda vez, em menos de três anos, problemas nas linhas de transmissão na área de concessão da Cesp - multada pelo blecaute de 1999 - causaram distúrbios no país inteiro. No entanto, a CTEEP e a secretaria de Energia de São Paulo rebatem as críticas de que foram as únicas responsáveis pelo "apagão" que atingiu o país na segunda-feira. "A empresa tem parte de responsabilidade, já que o cabo se rompeu, mas esse problema localizado nunca poderia ter tido tal alcance", disse o chefe de gabinete da secretaria estadual, Henrique Gros.Segundo ele, outras falhas devem ter ocorrido no sistema para que o problema tenha atingido várias cidades brasileiras. A mais provável seria a falha do sistema de proteção existente nas linhas de transmissão. O mecanismo visa a evitar o chamado "efeito cascata". "Além do mais, é importante ressaltar que a transmissão entre as várias regiões é interligada, sendo comandada pelo ONS, que regula a entrada e saída de energia", afirmou. A CTEEP já mandou fazer laudos laboratoriais para verificar o que causou a ruptura do cabo de transmissão e está esperando os resultados, para se pronunciar sobre o caso. A Aneel informou ontem que enviou ofício à empresa e à Furnas, solicitando esclarecimentos sobre o incidente. (Valor Econômico-23.01.2002)

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6- Fontes do setor acham estranhas razão e duração do blecaute de anteontem

Uma fonte do setor qualifica o blecaute de anteontem como muito "estranho". Além de criticar a falha no sistema de proteção, o empresário acha que demorou muito tempo para a luz voltar. Em alguns Estados do país, a energia só voltou depois de mais de quatro horas de espera. "No máximo, demoraria uma hora para religá-la", comentou a fonte. Especialistas, porém, destacam o fato de que as linhas de transmissão do Estado de São Paulo têm alguns problemas. Seu padrão de qualidade seria mais baixo que a de outros Estados.No entanto, para outra fonte do setor, será difícil "colocar um carimbo, rotulando um único culpado". Para o empresário, a queda do cabo desencadeou várias falhas, que não foram controladas pelo sistema como deveriam ter sido. "Com certeza, houve mais de um problema." A Cesp foi multada em R$ 3 mi pela falta de luz que atingiu dez Estados brasileiros em março de 1999. Criada logo após esse incidente, a CTEEP surgiu da cisão e desverticalização da Cesp. (Valor Econômico-23.01.2002)

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7- Queda de duas linhas causou o apagão

O ONS descobriu que as causas do blecaute de 21.01 partiram de duas linhas de transmissão, e não de apenas uma, conforme o anunciado. A queda de um cabo de linha de transmissão que interliga a usina de Ilha Solteira à subestação de Araraquara (SP) ocorreu simultaneamente ao desligamento de uma outra linha ao lado. "Pode ter sido uma falha do dispositivo de proteção da segunda linha, que não deveria ter sido interrompida, mas ainda é cedo para concluir os motivos que levaram ao desligamento das duas linhas", informou Mário Santos, presidente do ONS, que ainda explica as conseqüências do desligamento das duas linhas de transmissão ao restante do sistema interligado. Santos afirmou que logo após a interrupção do funcionamento da rede entre Ilha Solteira e Araraquara os sistemas subsequentes não suportaram o escoamento da energia produzida naquela região. Ele completou ainda que a segunda linha desligada que foi desligada não foi danificada, ao contrário do que ocorreu a primeira. (Gazeta Mercantil - 23.01.2002)

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8- Sistema entrou em colapso quando mecanismo de proteção paralela à linha rompida se desligou

Ontem, o ONS informou que o apagão de anteontem foi iniciado com o desligamento em seqüência das duas linhas de transmissão que levam a energia gerada pela hidrelétrica Ilha Solteira até Araraquara, no sistema da CTEEP. A partir daí, o sistema rejeitou a energia que passava por essas linhas (vinda de outras geradoras), o que causou o desligamento das hidrelétricas que alimentavam o sistema. Com isso, houveram oscilações de tensão e freqüência, que acionaram os mecanismos de auto-desligamento de outras usinas, iniciando o efeito dominó. A primeira linha de 440 kilovolts (kV) de Ilha Solteira se partiu por razão ainda desconhecida, mas o sistema só entrou em colapso quando o mecanismo de proteção da segunda linha (que é paralela) se desligou. Até ontem à noite, o diretor do ONS, Mário Santos, disse que não era possível saber se o sistema de proteção da segunda linha "interpretou" erradamente a falha na outra linha ou se o mecanismo apresentou um defeito."O recado que precisamos dar à sociedade é que o sistema elétrico não é tão frágil a ponto de uma linha derrubar todo o resto. A saída dessas linhas justifica a oscilação que provocou o colapso", disse Santos. (Valor Econômico-23.01.2002)

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9- José Jorge diz que segurança do sistema de transmissão funcionou parcialmente

Ontem o ministro de Minas e Energia, José Jorge, disse que o governo poderá adotar novas medidas para melhorar a segurança do sistema de transmissão, principalmente para impedir o efeito cascata de uma interrupção, como ocorreu anteontem. "O efeito da queda de uma linha de transmissão deve ficar restrita àquela região e não se espalhar por todo o país." O blecaute que atingiu dez Estados e o Distrito Federal deixou evidente que o sistema de transmissão do país é mais vulnerável do que o governo imaginava. Já existe um sistema de segurança, montado após o blecaute de 1999 (cuja causa nunca foi totalmente esclarecida pelo governo) e que deveria impedir a contaminação de grande parte da rede. As alterações demandaram gastos de R$ 16 milhões e foram implementadas depois do blecaute de 1999. Segundo o ministro, o sistema de segurança apresentou falhas, mas ele acha que pelo menos evitou que a interrupção do fornecimento de energia chegasse às regiões Norte e Nordeste e atenuou os efeitos na região Sul. "Funcionou parcialmente", ponderou. (Valor Econômico-23.01.2002)

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10- Aneel exige prazos do ONS e de empresas

A Aneel resolveu tomar a frente da apuração sobre o blecaute de 21.01 e está exigindo pressa do Operador Nacional do Sistema (ONS). Em nota divulgada no dia 22.01, a Aneel informa que determinou que o ONS deve apresentar relatório sobre as causas do apagão ainda no dia 22.01. Além disso, afirma que enviou ofício à Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep), à Companhia Energética de São Paulo (Cesp) e à Furnas para que, dentro de 24 horas, esclareçam dados sobre o episódio. O próprio superintendente de Fiscalização dos Serviços de Eletricidade da Aneel, Paulo Henrique Lopes, vai acompanhar diretamente o trabalho de apuração no ONS. Outros dois técnicos da agência estão no local onde houve a ruptura do cabo que originou o apagão em efeito cascata. (Gazeta Mercantil - 23.01.2002)

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11- CTEEP poderá ser multada novamente, diz José Jorge

A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), que pertence ao governo de São Paulo, deverá ser multada novamente caso for comprovado que a empresa tem responsabilidade pela queda do cabo na linha de transmissão. "Haverá investigação e a empresa poderá ser punida novamente", disse o ministro de Minas e Energia, José Jorge. Ele não acredita que o problema tenha sido causado porque a Cesp Paraná iria ser privatizada. A empresa paulista, controladora da CTEEP, iria à leilão, mas não foi vendida por falta de interessados. A CTEEP é a controladora da subestação de Bauru, na qual incidiu um raio que provocou o apagão de março de 1999, que deixou às escuras 11 Estados. (Gazeta Mercantil - 22.01.2002)

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12- Blecaute não mudará planos quanto ao fim do racionamento, diz MME

O ministro de Minas e Energia, José Jorge, afirmou no dia 22.01 que o governo não irá mudar os planos que tem feito quanto ao fim do racionamento por causa do blecaute de 21.01. A Câmara de Gestão da Crise de Energia (GCE) se reunirá na próxima quinta-feira, dia 24.01, para definir as novas metas de redução do consumo para a indústria e o plano especial de Carnaval. Também não será modificado o percentual de armazenamento de água nos reservatórios, previsto em 50% da capacidade total nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. "Estão mantidas todas as posições para o final do racionamento", disse.

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13- GCE vai elaborar relatório sobre blecaute para FHC

A Câmara de Gestão da Crise de Energia (GCE), coordenado pelo ministro Pedro Parente, vai elaborar relatórios sobre o blecaute, que serão entregues ao presidente Fernando Henrique Cardoso, para informá-lo sobre todos os detalhes dos problemas causadores do acidente. O ministro de Minas e Energia, José Jorge, deixou claro no dia 22.01 que, na sua opinião, as falhas do sistema não foram causadas pela falta de investimento, mas por causa do nível de segurança das linhas de transmissão. (Gazeta Mercantil - 22.01.2002)

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14- Governo descarta ato político como motivo do apagão de anteontem

O governo descarta qualquer linha de investigação do apagão que não seja "operacional", como define fonte do Ministério de Minas e Energia. Houve quem cogitasse a possibilidade de fraude no sistema de transmissão e até de um ato político. José Jorge chegou a ser alertado por um colega do PFL para que não se contentasse com explicações exclusivamente técnicas. (Valor Econômico-23.01.2002)

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15- Sistema não é capaz de suportar perdas múltiplas sem provocar apagão

O sistema energético do Brasil é projetado para suportar a perda de um grande componente - que pode ser uma usina, uma grande turbina, uma subestação ou uma linha de transmissão. "Mas não pode suportar perdas múltiplas, como a queda de duas linhas de forma simultânea ( o que acabou provocando um apagão anteontem) ", explicou um técnico. O ex-secretário de Energia do Ministério de Minas e Energia, Afonso Henriques, que pediu demissão na semana passada, criticou o sistema de proteção existente, que deveria fazer o acompanhamento automático do sistema. Santos acha que os sofisticados equipamentos, que começaram a ser instalados após o colapso do sistema em 1999, não estão sendo programados adequadamente. "Em 1999, ficou claro que para programar esse sistema, era preciso ter um modelo, nos computadores, capaz de reproduzir a situação real."(Valor Econômico-23.01.2002)

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16- ONS admite que sistema elétrico brasileiro ainda tem fragilidades

O presidente do ONS, Mário Santos, disse ontem, que o sistema elétrico brasileiro ainda tem fragilidades, que teriam sido responsáveis pelo apagão, na segunda-feira, em dez Estados. "Existe um atraso no cronograma de obras que deveriam ter sido feitas e foram retardadas", admitiu. As causas da queda do cabo em Ilha Solteira e a reação em cadeia nas linhas de transmissão, porém, ainda são desconhecidas. Segundo Santos, relatório preliminar da ONS revelou que uma segunda linha desse sistema teria se desligado segundos depois da primeira interrupção. "O sistema de controle e supervisão do ONS é muito complexo e como o operador só tem dois anos de fundação ele não tem condições de diagnosticar sozinho o que houve. São milhares de informações", justificou. A queda na linha deveria ter sido um problema isolado. Segundo o ministro das Minas e Energia, José Jorge, essa é a principal questão que terá de ser esclarecida pelo ONS e pela CTEEP na apuração das causas do apagão que atingiu 10 Estados. O ministro, porém, vai esperar a avaliação final do ONS sobre o blecaute para fazer qualquer comentário conclusivo. (Jornal do Commercio-23.01.2002)

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17- Engenheiro atribui culpa de apagão ao ONS

O engenheiro Carlos Augusto Kirchner passou os últimos 30 anos da sua vida construindo linhas de transmissão em São Paulo. Foi empregado da estatal Cesp por 28 anos - onde chefiou a equipe de construção das linhas - e, nos últimos dois, da CTEEP, dona da conexão que caiu e foi responsabilizada pelo apagão da segunda-feira.Para ele, a queda de um único cabo do linhão Ilha Solteira-Araraquara, de 440 kV, não seria capaz de tamanho estrago. "Não chegou a interditar a conexão inteira, mas apenas um dos seus dois circuitos. E rompimentos assim acontecem com uma certa freqüência, sem um impacto daquele porte. É natural que cabos com mais de 30 anos, como é o caso, se rompam por fadiga", disse. Para ele, o mais provável é que tenha ocorrido falha do ONS, ao desviar o bloco de energia daquele ponto para outros. "Pelo que eu sei havia linhas paradas, em manutenção programada pelo próprio ONS, e as hidrelétricas dos rios Paraná e Paranapanema estavam gerando a plena carga. Faltou opção de transporte dessa energia, o que sobrecarregou as poucas linhas existentes. Para mim, a culpa maior é da falta de investimentos em transmissão, o que limita a operação do ONS." O excesso de tensão no circuito de transmissão paulista teria gerado um efeito dominó de pane em todas as geradoras de São Paulo e, posteriormente, em Itaipu. (Valor Econômico-23.01.2002)

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18- Deficiência no sistema de proteção da malha de transmissão pode causar novos blecautes, segundo analistas

Blecautes como o de segunda-feira poderão se repetir com mais freqüência nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, os maiores centros consumidores do País, devido à deficiência no sistema de proteção da malha de transmissão de energia. Especialistas afirmam que esta foi a principal causa dos apagões que deixaram milhares de cidades às escuras em abril de 1997, março de 1999 e na segunda. - Nem o rompimento de um cabo nem a queda de um raio poderiam, de maneira nenhuma, provocar um blecaute em dez Estados - diz Cláudio Ferreira, especialista em energia e ex-assessor da diretoria da Aneel. A constatação de que a pane desta semana, fora do horário de pico, foi causada pelo rompimento de um cabo em uma rede secundária do sistema, com voltagem relativamente baixa em relação às demais, demonstra que "o Brasil está em situação de perigo muito grande", na avaliação de Adriano Pires, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e um dos responsáveis pela elaboração do programa de racionamento adotado pelo Governo. - A Aneel deveria exigir do Operador Nacional do Sistema (ONS) um relatório sobre as condições das linhas de transmissão. Atualmente, isso é uma caixa preta semelhante à que foi a situação crítica da geração no início do ano passado - disse. (Jornal do Commercio-23.01.2002)

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19- Furnas nega responsabilidade pelo blecaute de segunda-feira

Em nota oficial divulgado à imprensa, Furnas Centrais Elétricas nega a responsabilidade pelo blecaute que deixou 10 estados e o Distrito Federal sem energia durante quatro horas na última segunda-feira, dia 21 de janeiro. De acordo com o comunicado, a estatal fez um levantamento para detectar qualquer anormalidade no sistema. Entretanto, Furnas afirma que o resultado não detectou falhas no sistema, composto por 10 hidrelétricas, duas termelétricas, 43 subestações e mais de 18 mil km de extensão de linhas de transmissão. (Canal Energia - 22.01.2002)

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20- Estação em manutenção provocou atraso no restabelecimento do fornecimento de energia

O ONS enviou ontem um relatório preliminar à Aneel. Devido à grande quantidade de informações a serem analisadas, o relatório final será enviado hoje à tarde para Brasília. Os técnicos do órgão estiveram reunidos com representantes das empresas de geração e distribuição das regiões atingidas para analisarem o problema. Uma fonte chamou a atenção para a demora para retorno do fornecimento, que foi mais lento do que no blecaute de 1999. Na segunda-feira, a Light, que atende 33 municípios do Rio demorou quatro horas para retomar o fornecimento. O problema é que um reator da estação de Furnas em Adrianópolis estava em manutenção, explicou o ONS. (Valor Econômico-23.01.2002)

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21- Sistema interligado continuará vulnerável, diz especialista

O Sistema Interligado Nacional (SIN), que integra a rede básica de energia no Brasil, é e continuará sendo mais vulnerável do que os sistemas de outros países. Esta é a avaliação do ex-secretário nacional de Energia e atual consultor no setor energético, Peter Greiner, ao comentar o episódio do blecaute, ocorrido no dia 21.01 nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Para Greiner, a razão da vulnerabilidade está na própria característica do parque gerador nacional. "Mais de 90% da geração brasileira vêm de hidrelétricas, que estão longe dos centros de consumo. São necessárias, portanto, longas linhas de transmissão", explica. Em função dessa necessária e extensa malha de transmissão e distribuição de energia, o consultor acredita que o sistema tem um risco inerente de sofrer perturbações capazes de afetar grandes áreas de consumo. (Gazeta Mercantil - 23.01.2002)

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22- Para especialistas, falta de investimentos foi verdadeiro responsável por blecaute

A falta de investimento em linhas de transmissão e em sistemas que permitam o isolamento de problemas como o ocorrido na linha que liga a sub-estação de Araraquara à Usina de Ilha Solteira, foram os verdadeiros responsáveis pelo apagão ocorrido na segundafeira à tarde. Esta é a avaliação, comum, de Luís Pinguelli Rosa, vicediretor da Coordenação dos Cursos de Pós-Graduação de Engenharia da UFRJ, e do diretor-executivo da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace), Paulo Ludmer. Os dois acham um absurdo que um país como o Brasil registre dois apagões de grandes proporções em menos de três anos. "Acho que existem duas hipóteses para o apagão: erro de operação, mas nesse caso deveria haver uma manobra que isolasse o problema; a outra é que o sistema está precário mesmo por falta de investimento. Só que essas duas hipóteses não são excludentes", afirma Pinguelli. Ludmer, por sua vez, considera normal que fenômenos da natureza provoquem danos ao sistema, mas não que ocorram apagões a cada dois anos. "Isto é inadmissível". (Gazeta Mercantil - 23.01.2002)

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23- Presidente da CBIEE diz que setor necessita de investimentos

O presidente da Câmara Brasileira dos Investidores de Energia Elétrica (CBIEE), Roberto Procópio Lima Neto, afirmou ontem que o grande problema do setor energético do País é a transmissão de energia. Em entrevista ontem, em São Paulo, declarou que se houvessem caminhos alternativos na rede de transmissão de energia brasileira, problemas como o apagão de segunda-feira, por exemplo, poderiam ser resolvidos mais rapidamente. De acordo com Lima Neto, a transmissão de energia padece da falta de investimentos. Ele acredita, porém, que o problema será sanado com as novas definições do Governo, que devem ser apresentadas até o dia 25. (Jornal do Commercio-23.01.2002)

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24- Atraso no PPT foi um dos fatores que provocou blecaute

O colapso energético nas regiões Sudeste e Centro-Oeste na segunda-feira foi provocado por uma série de razões que incluem a falta de investimento no setor elétrico na década de 80 até meados dos anos 90, a inexistência de ligação entre o sistemas do Sul e do Sudeste e o atraso do Programa Prioritário de Termoeletricidade (PPT), que poderiam aumentar a oferta de energia perto dos grandes centros consumidores, reduzindo as perdas com transmissão. A avaliação de especialistas é que o sistema elétrico continua vulnerável devido ao atraso do PPT, que deveria reforçar o fornecimento de energia até 2005. A expansão da geração prevista para São Paulo é apontada como essencial, pois o consumo de energia no Estado cresce de 4% a 5% ao ano. (Valor Econômico-23.01.2002)

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25- Nordeste escapou por pouco do apagão

O Nordeste livrou-se do apagão de segunda-feira por muito pouco. Tudo indica que se o blecaute tivesse ocorrido até um dia antes, todos os Estados da região teriam sofrido uma redução de cerca de 12% da carga de energia ou 600 MW - o equivalente a metade da energia consumida em Pernambuco. " O desligamento não ocorreu graças a São Pedro, que mandou muita chuva na área entre Sobradinho (BA) e Itaparica (PE) " , afirma o diretor de Operações da Chesf, Paulo de Tarso da Costa. Segundo ele, as fortes chuvas da semana passada elevaram para mais de 90% o nível do lago de Itaparica. Para evitar o transbordamento do lago, a Chesf decidiu suspender na segunda-feira, dia do apagão, a importação de energia do Norte e do Sudeste e passar a gerar energia com a água de Itaparica. (Valor Econômico-23.01.2002)

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26- Se o Nordeste continuasse importando energia do Sudeste, teria sofrido apagão

Durante a maior parte do período de racionamento, o Nordeste importou cerca de 1.300 MW médios por dia das regiões Norte e Sudeste. De acordo com Paulo de Tarso, diretor de operações da Chesf, a manutenção da importação poderia provocar apagão no Nordeste porque o sistema Norte sofreria uma sobrecarga com a interrupção do fluxo com o Sudeste. " Sem contato com o Sudeste, o Norte teria que escoar todo o seu excesso de energia para o Nordeste, que receberia um volume acima da sua capacidade de transmissão " , explica. Isso faria com que os esquema de proteção da interligação Norte-Nordeste fossem acionados, isolando o Nordeste. O diretor ressalta que o desligamento seria distribuído entre os Estados, o que reduziria seu impacto, e poderia ser rapidamente solucionado, com a geração própria de energia. (Valor Econômico-23.01.2002)

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27- Nova reunião da GCE deve acontecer amanhã

A Câmara de Gestão da Crise de Energia (GCE) cancelou a reunião que faria no dia 22.01 para discutir as novas metas de redução de consumo para a indústria. O cancelamento foi motivado pelo blecaute de 21.01, que atingiu dez Estados e Distrito Federal, impossibilitando, no dia 22.01, a presença do presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Mário Santos, na reunião. Santos continuará trabalhando na sede do ONS, no Rio de Janeiro, para detalhar as causas do blecaute, que ocorreu por uma queda de um cabo da linha de transmissão entre Ilha Solteira e Araucária, no interior de São Paulo. A assessoria do presidente da GCE, ministro Pedro Parente, informou que uma nova reunião deverá ser marcada para a próxima quinta-feira, dia 24.01.2002. (Gazeta Mercantil - 22.01.2002)

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28- Seguradoras aguardam laudo para estudar indenizações

Enquanto não for divulgado o laudo oficial sobre o que provocou o blecaute em boa parte do País no dia 21.01, as seguradoras não vão se manifestar quanto ao pagamento das indenizações. Segundo o diretor-executivo da Federação Nacional das Seguradoras (Fenaseg), Horácio Cata Preta, tudo dependerá do tipo de cobertura da empresa responsável. "Primeiro temos que descobrir o que aconteceu e depois verificar se a companhia responsável tinha seguro para isso", afirma. "Se o evento for fortuito, a seguradora geralmente cobre. E, dependendo da apólice, também é possível que haja cobertura para casos de falha técnica ou de manutenção das linhas de transmissão." No caso dos consumidores prejudicados pelo blecaute, Cata Preta afirma que as concessionárias de energia são obrigadas a fazer o ressarcimento de seus clientes e posteriormente acionar o seguro, se houver. (Gazeta Mercantil - 22.01.2002)

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29- Aneel orienta consumidores que tiveram eletrodomésticos danificados a procurarem distribuidoras estaduais

A central de atendimento telefônico da Aneel recebeu, na segunda-feira, 21 mil ligações de consumidores. A média diária de chamadas em dia normal é de 6 mil. Ontem, até as 16h, o número de ligações ultrapassava 12 mil.A orientação da agência para os consumidores que tiveram aparelhos elétricos danificados em razão do apagão é procurar as distribuidoras de energia nos Estados. As concessionárias têm 30 dias para resolver o problema. Caso o consumidor não obtenha resposta nesse prazo ou considere a solução insuficiente, poderá recorrer à Aneel. Basta ligar para a central de atendimento telefônico (0800 612 010) e fornecer o número do protocolo (da reclamação) registrado na distribuidora de energia. A agência passará a intermediar a questão. No ano passado, foram registrados na central de atendimento 3.880 casos relacionados a danos e ressarcimentos. Desse total, 2.753 eram reclamações de consumidores que foram vítimas de problemas com as distribuidores de energia. Outras 280 consultas foram feitas sobre defesa do consumidor. (Jornal do Commercio-23.01.2002)

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30- Kirchner vê semelhanças no blecaute de anteontem e no de 99

O engenheiro Carlos Kirchner, que também participou da comissão de analisou o blecaute de 11 de março de 1999, vê semelhanças naquele blecaute e no de anteontem. Há três anos, disse ele, cinco linhões do mesmo porte do de Ilha Solteira-Araraquara pararam quando houve sobrecarga na estação de Bauru. Um raio que havia caído na linha de transmissão a 90 km da subestação causou o estrago inicial, mas somente isso não teria sido suficiente. Segundos mais tarde, quando a energia desses cinco linhões foi repassada para outras interligações elétricas, houve uma sobrecarga no sistema e as usinas foram desligadas em efeito dominó. Kirchner contou que no início da década de 80, uma ventania derrubou os cabos de dois linhões de 440 kV (mesmo porte do que caiu na segunda) e mais outro de 138 kV ( um pouco menor) em Penápolis (SP), sem causar um apagão. "Na época, a demanda de energia era muito menor, e as outras conexões existentes foram suficientes para suportar a energia transferida. Isso prova novos investimentos seriam suficientes para evitar problemas assim. (Valor Econômico-23.01.2002)

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31- Justiça ainda definirá culpado por blecaute de 99

Passados quase três anos do apagão de março de 1999, o maior do Brasil até aquela data, ainda não existe uma decisão definitiva sobre o responsável. A Aneel multou a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) em R$ 3 mi por causa do episódio. Mas a Justiça ainda não se manifestou a respeito da ação movida pela empresa contra a decisão da Aneel. Os recursos correspondentes ao pagamento da multa estão depositados em juízo. Ao processo, que tramita na 15ª Vara do Distrito Federal, foi agregado parecer favorável à empresa, emitido pelo Ministério Público de Bauru - cidade que abriga a subestação afetada por um curto circuito e cujo desligamento teria dado origem à interrupção do fornecimento de eletricidade em 8 estados do País. O parecer, que considera improcedente a penalidade, é integralmente baseado em relatório do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) - um trabalho técnico de 21 páginas, assinado por quatro engenheiros, que questiona como um raio pode causar tanto estrago no sistema elétrico. (Gazeta Mercantil - 23.01.2002)

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32- Boletim Diário da Operação do ONS

Para obter os últimos dados do Boletim Diário da Operação do ONS, incluindo produção de energia hidráulica e térmica e energia armazenada, clique aqui.

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empresas

1- Eletrobrás capta US$ 110 mi

A Eletrobrás concluiu no dia 22.01 uma captação de US$ 110 mi que serão aplicados em programas emergenciais de transmissão e geração de energia. O empréstimo tem prazo de três anos, com amortização única. O presidente da companhia, Claudio Ávila, divulgou os detalhes da operação em Nova York. A captação é a primeira de uma série que a empresa deverá fazer em 2002. A Eletrobrás foi autorizada pelo seu Conselho de Administração a captar US$ 220 mi no exterior e R$ 1,1 bi no Brasil. Até fevereiro, a empresa deverá emitir R$ 600 mi em debêntures, que também serão usados nos programas emergenciais. A operação concluída no dia 22.01 foi liderada pelo Banco Bilbao Viscaya Argentaria (BBVA), e pela Corporation Andina de Fomento (CAF). (Gazeta Mercantil - 23.01.2002)

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2- EDP paga dívida com Tesouro para compra da Bandeirante

A Electricidade de Portugal (EDP) está comunicando ao mercado que saldou este mês a dívida contraída com o Tesouro Nacional para a compra da Bandeirante Energia - distribuidora que atende municípios no interior paulista. A multinacional conseguiu pagar 93% do débito com a utilização de títulos da dívida externa brasileira, chamados de Brady Bonds. A captação totalizou US$ 203,739 mi, o que permitiu quitar praticamente a totalidade da dívida de US$ 275,629 mi. A dívida referente à privatização da Bandeirante foi contraída em 29 de dezembro de 1997. E a operação financeira com os Brady Bonds foi concluída em 27 de dezembro de 2001. Os títulos foram adquiridos, conforme noticiaram as agências internacionais, com "significativas reduções em relação ao seu valor nominal". (Gazeta Mercantil - 22.01.2002)

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3- Pagamento de dívida com o Tesouro já será refletida no balanço de 2001 da EDP

De acordo com expectativa da EDP, a operação financeira realizada para pagar a dívida contraída com o Tesouro Nacional para a compra da Bandeirante Energia, já será refletida no balanço de 2001, permitindo que a companhia registre lucro no ano. Na avaliação da multinacional, comunicada à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o ganho imediato poderá ser expresso em virtude da eliminação do risco cambial. Isso porque a dívida da empresa para a compra da Bandeirante, cotada em dólar, foi substituída por um passivo em reais. Foi justamente o risco cambial, segundo a EDP, que teria prejudicado sensivelmente os resultados da companhia em anos anteriores. (Gazeta Mercantil - 22.01.2002)

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4- Centro-Oeste terá energia do Koblitz

O grupo pernambucano Koblitz desenvolve três projetos de construção de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e seis de geração de energia térmica no Centro-Oeste. No conjunto, trata-se de investimento de R$ 230 mi. Além do potencial hídrico para a instalação das usinas, a opção pela região levou em conta a existência de matéria-prima para o desenvolvimento de projetos que usam materiais alternativos para a geração de energia, como madeira e bagaço de cana-de-açúcar. Do total de nove projetos, quatro estão em andamento no Mato Grosso: uma usina térmica, em parceria com o grupo pernambucano do ramo da construção civil São Simão , e três PCHs, com o grupo cimenteiro Brennand . Outras duas obras da Koblitz estão em andamento em Uruguaiana, na fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina, utilizando casca de arroz como combustível, e em Itacoatiara, no Amazonas, com uso de resíduos de madeira. (Gazeta Mercantil - 23.01.2002)

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5- Fundos aguardam regras para o setor de energia

O detalhamento das novas regras de funcionamento do setor de energia elétrica balizarão o desempenho das ações e dos fundos de energia em 2002, opinam analistas especializados. Para o gerente de renda variável do ABN Asset Management, Marcos Zaidan, em 2002 a expectativa dos analistas está voltada para o detalhamento do plano de revitalização do setor elétrico. O final do racionamento previsto para março, segundo o executivo, também merece atenção, já que a medida aumenta as perspectivas de uma melhora no faturamento das empresas. De acordo com o diretor de renda variável da BankBoston Asset Management (BAM), Júlio Ziegelmann, enquanto as novas regras para o setor não saírem, a instabilidade vai perdurar entre os fundos setoriais de energia, que já perdem cerca de 3% no mês. (Gazeta Mercantil - 23.01.2002)

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financiamento

1- Fim do MAE e papel da Aneel incomodam agentes

As atenções ainda estavam voltadas, no dia 22.01, para o apagão, mas alguns executivos das maiores empresas de energia passaram o dia todo na sede da Asmae, em São Paulo. Na pauta da reunião, os desdobramentos vinculados ao fim do MAE, que será substituído pelo Mercado Brasileiro de Energia (MBE). Em quase nove horas, a reunião do Conselho de Administração da Asmae abrigou debates acalorados. Alguns agentes reclamam que, com a nova estrutura, a Aneel passará a concentrar muito poder no mercado de compra e venda de energia de curto prazo. A proposta do governo é de que o MBE seja todo regulamentado pela Aneel, ao passo que o MAE era orientado pelas próprias companhias do mercado. Na avaliação de alguns executivos, isso eleva o risco regulatório e afugenta os investidores na área de energia. Eles alegam ainda que a morosidade do MAE, com atraso na contabilização e liquidação de suas faturas, ocorreu por um incidente que envolvia uma estatal, Furnas. (Gazeta Mercantil - 23.01.2002)

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2- Vendedores baixam preço para R$ 88 em leilão de excedente

As ofertas de venda de energia excedente, no leilão operado pela Bovespa e pela Asmae, foram sensivelmente reduzidas no dia 22.01. Os vendedores vinham tentando repassar o MWh a valores acima de R$ 100 nos pregões recentes. Mas fecharam negócios ao preço médio de R$ 88. As transações efetivadas no dia totalizam 950 MWh. O pregão apresentou movimentos contrários. Enquanto os vendedores baixaram os preços, os compradores mostraram interesse em comprar energia por valores até mesmo mais altos do que os praticados em negociações anteriores. Com isso, todos os pedidos de energia foram atendidos. As propostas de compra chegaram a R$ 106,50, mas o ofertante conseguiu comprar por R$ 88. Os vendedores, por sua vez, apresentaram ofertas no valor máximo de R$ 88,70. (Gazeta Mercantil - 22.01.2002)

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3- CBEE define contratos de usinas que entram em operação até março

Depois de assinar os primeiros contratos para adquirir os primeiros 1,5 mil MW dos 2.154 MW provenientes de termelétricas movidas a óleo diesel, a Companhia Brasileira de Energia Emergencial (CBEE) já se prepara para garantir a compra da energia gerada pelas usinas do Programa Prioritário de Termeletricidade (PPT), enquanto o MAE não tem sua situação definida. "Já está em curso o processo de contratos de cessão de recebíveis das usinas que entrarem em operação até o dia 31 de março de 2002", conta Mário Miranda. A contratação acontecerá até o dia 31 de dezembro deste ano ou até quando o mercado atacadista começar a funcionar. O negócio envolverá a compra de 1.912 MW, distribuídos em usinas localizadas em seis estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Ceará e Bahia). A maior parte - 1.070 MW - fica no Rio de Janeiro. A energia será contratada por um valor correspondente a 90% do preço MAE. (Canal Energia - 23.01.2002)

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financiamento

1- Analistas prevêem Selic menor em 2002

Ainda que o Copom mantenha a taxa básica em 19% ao ano, como esperam dez entre dez economistas de bancos, a expectativa desses profissionais é de queda da taxa de juros em 2002, conforme a primeira pesquisa realizada pela Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban), com projeções de 16 instituições para as principais variáveis econômicas em 2002. As projeções da taxa Selic média em 2002 variaram da mínima de 16,70% à máxima de 18,50% e média de 17,64%. O economista-chefe da Febraban, Luís Roberto Troster, entretanto, adverte: "Há duas previsões sobre os juros: a taxa Selic média e a taxa Selic em dezembro de 2002. O consenso maior se verificou sobre a taxa média do que a do final de ano, em função de diferentes trajetórias para os juros. Se a taxa Selic caísse linearmente ao longo do ano, a taxa média ficaria em 17,64% e, a de final de período - dezembro de 2002 - , em 16,28%. Com os dados disponíveis, é razoável supor uma diminuição desse patamar no primeiro trimestre do ano", resume. (Gazeta Mercantil - 23.01.2002)

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2- Analistas projetam câmbio médio de R$ 2,52 para o dólar durante o ano

As projeções sobre o câmbio mostram um comportamento análogo ao dos juros básicos, considerando um câmbio atual de R$ 2,40 e um câmbio médio projetado de R$ 2,52, supondo sua elevação linear ao longo do ano, o dólar chegaria a R$ 2,64 em dezembro. "Como a projeção é de R$ 2,59 para o dólar médio, considera um dólar maior no começo do ano e uma flutuação num patamar mais elevado que o atual, em 2002", observa economista-chefe da Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban), que realizou pesquisa com 16 instituições sobre as projeções para as principais variáveis econômicas em 2002. (Gazeta Mercantil - 23.01.2002)

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3- Pesquisa revela expectativa de crescimento 2,47% para o PIB em 2002

Em pesquisa realizada pela Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban), acerca da expectativa de 16 instituições para as principais variáveis econômicas em 2002, a estimativa do PIB mostra uma projeção, média, de crescimento em 2002 para a economia brasileira de 2,47%. Prevê crescimento mais expressivo do setor agropecuário de 3,43%, seguido de um aumento de 2,71% no setor serviços e de 1,98% na indústria. As previsões sobre os setores externo e fiscal são otimistas e superiores ao consenso de mercado de outras previsões levantadas atualmente, segundo Troster. A projeção da balança comercial ficou em US$ 5,45 bi de superávit, maior do que a coletada pelo BC, de US$ 5 bi. O resultado do investimento direto (US$ 16,27 bi) também é pouco maior que o do BC (US$ 16 bi). (Gazeta Mercantil - 23.01.2002)

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4- Juros caem em leilão de prefixados

Desde o início de 2002, o Tesouro Nacional já colocou no mercado financeiro R$ 7,8 bi em títulos públicos prefixados (que têm rentabilidade definida na venda). No dia 22.01, foi realizado o terceiro leilão do ano e foram vendidos R$ 2,3 bi de papéis. A estratégia do Tesouro é alongar o prazo de endividamento e ampliar a participação dos prefixados no total da dívida pública (R$ 629,93 bi, em novembro). No leilão do dia 22.01, foram vendidos R$ 2 bi de prefixados, as Letras do Tesouro Nacional (LTN), com vencimento em sete meses (7 de agosto de 2002). A taxa média de juros ficou em 19,46% ao ano, abaixo dos 19,79% registrados na semana passada para papéis semelhantes. Também foram vendidos R$ 300 mi de LTN com vencimento mais longo, em 2 de abril de 2003. Os juros ficaram em 20,97% ao ano (21,72% na semana anterior). (Gazeta Mercantil - 23.01.2002)

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5- Juros caem com expectativa de manutenção da taxa básica

A queda nos juros dos títulos do Tesouro acompanhou a retração das projeções dos juros - que servem de referência no leilão - na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). O contrato de fevereiro passou de 18,99% para 18,98% ao ano. A taxa de abril foi de 19% para 18,96%. Já os juros para julho foram exceção e subiram de 19,06% para 19,10%. Os juros futuros cederam porque os investidores apostam que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve anunciar no dia 23.01 a manutenção na taxa básica de juros da economia em 19% ao ano. (Gazeta Mercantil - 23.01.2002)

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6- Dólar sobe 0,25% e fecha a R$ 2,38

No mercado interbancário de dólar foram feitos poucos negócios no dia 22.01.2002. A cotação do dólar comercial subiu 0,25%, para R$ 2,38, na venda. Segundo operadores, o dia foi marcado por operações de "day trade" (compra e venda de moeda no mesmo dia). A Ptax, média das cotações, ficou em R$ 2,3667, baixa de 0,32%. Na BM&F, o contrato de fevereiro subiu 0,25%, a R$ 2,393. (Gazeta Mercantil - 23.01.2002)

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7- Tesouro realizará novo leilão para alongar dívida

O Tesouro Nacional anunciou que fará no dia 24.01 o segundo leilão de 2002 para alongar o prazo dos títulos cambiais. Vão ser oferecidos ao mercado até R$ 800 mi de cambiais com vencimento em 2004 e a mesma quantia, no máximo, para títulos com resgate em 2005. Em contrapartida, o BC vai recomprar papéis cambiais que vencem em 21 de fevereiro, 14 de março, 11 e 18 de abril. O Tesouro só colocará títulos em mercado na mesma proporção dos papéis recomprados. (Gazeta Mercantil - 23.01.2002)

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gás e termoelétricas

1- Endesa vai construir térmica de US$ 207 mi no Ceará

A Endesa, maior empresa de energia da Espanha, vai investir US$ 207 mi para construir a central termelétrica de Fortaleza, no porto de Pecém (CE), que entrará em operação em dezembro de 2003. O grupo assumiu o controle da usina por meio das controladas Endesa Internacional, que passou a ter 51% do projeto, e da Enersis, com os 49% restantes. A térmica pertencia à Coelce, também controlada pela Endesa. Os contratos de venda das ações da termelétrica da Coelce para as subsidiárias da Endesa foram assinados em dezembro. A operação seguiu recomendação da Aneel, disse Valdenia Barros, responsável pelo projeto da térmica na Coelce. Ela afirmou que num primeiro momento a Endesa autorizou a Coelce a desenvolver o projeto. Depois, a Endesa tevê que comprar as ações da térmica atendendo resolução da Aneel. (Valor - 23.01.2002)

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2- Termelétrica de Andradina quer ser incluída no PPT

A termelétrica Ribeirão Moinho, de Andradina, poderá ser incluída na lista das 25 usinas termelétricas prioritárias da Aneel. A Ribeirão Moinho terá capacidade instalada de 550 MW e contará com R$ 420 mi de investimento, com um retorno entre 8 e 10 anos. O empresário Adriano Caprioglio, responsável pelo empreendimento, esteve no dia 22.01 em Brasília, onde se reuniu com a Comissão Especial de Energia para tentar incluir a Ribeirão Moinho no rol de prioridades da Aneel. A reunião ocorreu durante todo o dia e até o início da noite ainda não havia uma definição. (Folha da Região - Araçatuba-SP - 23.01.2002)

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grandes consumidores

1- Apagão atingiu 88% da indústria fluminense

Pesquisa realizada ontem pela Firjan revelou que 88% das indústrias do Estado tiveram perdas de produção com o apagão de segunda-feira. O prejuízo com a interrupção do fornecimento de energia de três horas em média e mais uma hora para restabelecer a produção foi estimado pela entidade em R$ 95,8 mi. Já para o comércio, a estimativa de prejuízos feita Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio) foi de R$ 33 mi. A pesquisa da Firjan foi realizada com 102 indústrias do Estado, sendo 26% de grandes empresas, 39% de médio porte e 35% de pequenas. Segundo o estudo da Firjan, 29% das indústrias tiveram perda de matéria-prima e 28% dispensaram os funcionários. José Otávio Knaack Campos, um dos membros do Grupo de Crise Energética da Firjan, os setores mais afetados e que tiveram perdas de matéria-prima são o têxtil, o metalúrgico e de plástico. Campos explica que as indústrias metalúrgicas e de plásticos são eletrointensivas e, portanto, têm dificuldades de usar geradores para atender à linha de produção. Além disso, a linha de produção utiliza fornos elétricos que atingem altas temperaturas e quando são resfriados a retomada da operação é complicada e há perda de matéria-prima. (Jornal do Commercio-23.01.2002)

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2- Falta de informação sobre tempo que duraria o apagão agravou problemas das indústrias

A pesquisa da Firjan também revelou que 55% das empresas que tiveram prejuízo na produção com o apagão perderam de 26% a 50% da produção diária. Os que perderam menos de 25% da produção de um dia foram 35% e os que perderam mais de 50% representam 10% das empresas. Embora 46% das empresas consultadas tivessem geradores, apenas 19% tinham o equipamento para atender à linha de produção. Os outros 27% usavam geração própria somente para a parte administrativa e de emergência. Um dos membros do Grupo de Crise Energética da Firjan, José Campos, disse que a falta de informação sobre quando o fornecimento de energia deveria ser normalizado agravou mais ainda os problemas das indústrias. Campos acrescentou que os empresários precisam de uma previsão da duração do apagão para tomar medidas acertadas que minimizem as conseqüências. (Jornal do Commercio-23.01.2002)

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3- A CSN, em Volta Redonda, gera, através de uma termelétrica própria, 60% da energia consumida.

De acordo com a CSN, a produção parou somente por 15 a 20 minutos, o que não chegou a prejudicar o desempenho da indústria no dia. A empresa informou que foram desligados setores que não estavam relacionados diretamente com a linha de produção para que a central termelétrica da empresa pudesse manter a fabricação de aço. (Jornal do Commercio-23.01.2002)

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4- Cedae vai entrar na justiça contra Furnas

A elevatória da Cedae, em Guarabu, na Ilha do Governador, que parou de funcionar com o apagão de segunda-feira, só voltou a funcionar no final da tarde de ontem, prejudicando principalmente a Zona Oeste da cidade e a Baixada Fluminense. A Cedae estima um prejuízo de R$ 4 milhões. O presidente da Cedae, Alberto Gomes, disse que vai entrar na Justiça contra Furnas para pedir ressarcimento. (Jornal do Commercio-23.01.2002)

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5- Associação Comercial de São Paulo usa serviço de telefones para medir prejuízo dos comerciantes

Um levantamento da Associação Comercial de São Paulo registrou, na capital paulista, entre 13h30 e 15h30 de segunda-feira, queda de 44% nas consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), em relação a idêntico horário na segunda anterior. As consultas ao Usecheque, indicador das vendas à vista, no mesmo período, caíram 32,3%. - Foi uma queda abrupta de movimento deixando claro que os comerciantes tiveram prejuízo com o apagão - disse o diretor do Departamento de Economia da Associação Comercial, Marcel Solimeo. (Jornal do Commercio-23.01.2002).

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internacional

1- Total deve ingressar no consórcio Pacific LNG

Hoje, em Paris, o grupo de empresas que forma o consórcio Pacific LNG convidará a companhia francesa Total a incorporar-se ao projeto de exportação de gás natural líquido da Bolívia Califórnia, anunciou ontem o ministro boliviano de Desenvolvimento Econômico, Carlos Kempff. Atualmente, o Pacific LNG tem as participações da espanhola Repsol com 37,5%; da British Gas com 37,5% e da British Petroleum com 25% e estuda a factibilidade da exportação do produto com a comercializadora californiana Sempra Energy. A incorporação da Total ao projeto seria atraente por tratar-se da mais importante empresa petroleira, disse Kempff. O governo boliviano determinou três fases para a compleição do programa de exportação. Inicialmente, deseja consolidar um grupo de empresas com capacidade produtiva e negociadora e em seguida, espera que se concretize a demanda do mercado norte-americano. Cumpridas essas duas etapas, começará a ser tratada a definição do porto donde saíra o gás natural. (Los Tiempos-23.01.2002)

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2- Ministro francês se pronuncia favorável à rápida liberalização do mercado

Ministros franceses são favoráveis a uma abertura mais rápida do mercado de energia francês, disse ontem o ministro da Indústria, Christian Pierret. Pierret e o Ministro das Finanças Laurent Fabius são a favor de dar a todos os clientes industriais e comerciais de energia a escolha de seu fornecedor até o ano de 2003. Nenhuma data foi acordada em relação a abrir o mercado residencial à competição, porque a França quer se certificar de que a eletricidade permaneça sendo um serviço público. O primeiro-ministro Lionel Jospin deve decidir sobre a questão até o fim dessa semana. O presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, declarou recentemente que a Comissão podia forçar o estabelecimento da competição total por decreto se os países membros não conseguirem chegar a um acordo sobre a proposta de liberalização na cimeira da União Européia em Barcelona, a se realizar em março. (Platts-23.01.2002)

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3- Irã inaugura oficialmente gasoduto entre o país e a Turquia

Após um atraso de dois anos, o Irã lançou ontem formalmente sua exportação de gás natural à vizinha Turquia por intermédio de um gasoduto de 2.575 km, o primeiro projeto dessa ordem a ser criado no país desde o estabelecimento de uma república islâmica em 1979. Dirigentes do país saudaram o projeto, intitulando-o o gasoduto da paz e da amizade entre os dois países. Apesar da inauguração oficial ter acontecido ontem, o gás começou a ser exportado na realidade no último dia 10 de dezembro, de Tabriz, no Irã, a Konya, na Turquia, Os dois países assinaram um acordo de 22 anos em 1996. O gasoduto devia ter começado a funcionar no início do ano passado, mas foi atrasado, parcialmente por causa de problemas técnicos com uma estação medidora no Irã. O acordo de 96 fala de exportações anuais iniciais de 3.3 bilhões de metros cúbicos, que chegariam a 10 bilhões em 2007. (Platts-22.01.2002)

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4- Powergen retira negócios térmicos e elétricos do mercado sem encontrar comprador

A Powergen, grupo energético britânico que é sujeito de uma proposta aceita de cerca de US$ 14.28 bi da alemã Eon, retirou seus negócios combinados térmicos e elétricos (CHP) do mercado depois de falhar na busca de um comprador adequado. Analistas acreditam que o valor dos negócios, que não foi revelado, estaria na casa de US$ 400 mi. O diretor executivo de operações no Reino Unido da Powergen, Paul Golby, disse que os compradores potenciais não ofereceram o suficiente pelo CHP. " Tivemos muitos interessados, mas nenhuma das propostas refletia adequadamente o verdadeiro valor do CHP" , disse Golby. A introdução da nova lei de Comercialização de Eletricidade, segundo a qual as companhias sofrem punições se produzirem energia demais ou de menos também poderia estar por trás da decisão. As usinas do CHP foram duramente atingidas pela lei pois não podem garantir a produtividade necessária num período determinado de meia hora. (Financial Times-23.01.2002)

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5- Dívidas da Enron Europe podem ser bem superiores a US$ 1 bi

A exposição brita do braço de comercialização de energia das negociações européias da Enron, baseadas em Londres, excluindo-se dívidas internas á companhia, estão provavelmente bem acima de US$ 1 bi, de acordo com as estimativas iniciais feitas pelo administrador PwC. Um pequeno time de 50 funcionários da Enron, retidos pela administração, estão trabalhando com centenas de milhares de contratos não cumpridos, tentando levantar dinheiro onde for possível e calcular a escala de dívidas individuais. Uma reunião com os credores deve acontecer no início do próximo mês, quando números atualizados estarão disponíveis. Embora as estimativas iniciais sugiram uma dívida superior a US$ 1 bi, os números finais podem ser bem maiores. A PwC disse que espera recuperar mais de US$ 100 mi em contratos lucrativos. A Enron Europe era responsável por cerca de 20% dos negócios de trading de energia no continente. (Financial Times-23.-01.2002)

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6- Quatro executivos da Andersen serão intimados a depor amanhã para esclarecer caso Enron

Investigadores do Comitê de Comércio e Energia da Câmara dos Deputados dos EUA emitirão citações judiciais a quatro executivos de alto ranking da Arthur Andersen, companhia que auditava até a semana passada as contas da Enron. O presidente da Andersen, Joseph Berardino será um deles. Além dele, serão chamados a depor David Duncan, principal encarregado da auditoria da Enron, a advogada Nancy Temple e o gerente Michael Odom. Duncan foi despedido pela Andersen na terça passada porque supostamente ordenou a destruição de importantes documentos relacionados com a companhia energética. O porta-voz do Comitê de Comércio, Ken Johnson, disse que o propósito das citações será obrigar que os executivos em questão prestem contas perante o congresso amanhã. Está programada também para amanhã outra audiência sobre o caso Enron, no Comitê de Assuntos Governamentais do Senado. Pelo menos 10 comitês do Senado e da Câmara americanas estão empenhados em desvendar o caso Enron. (El Mundo-23.01.2002)

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7- Sogra de Bush foi um dos investidores prejudicados pela quebra da Enron

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, insiste que não há nada reprovável na maneira na qual a sua administração agiu no caso da quebra da Enron. E para suportar sua tese, revelou que a sua própria sogra figura entre os investidores prejudicados da companhia. " A minha administração fez exatamente o que tinha que fazer. O que me escandaliza é que os acionistas e os funcionários não estavam a par dos problemas da Enron" , declarou Bush, acrescentando: " Minha própria sogra comprou ações no verão passado que agora não valem nada". Bush disse que as autoridades estão empenhadas na busca de soluções para proteger melhor os acionistas. A quebra da Enron arruinou uma grande quantidade de investidores, visto que seus negócios no passado chegaram a superar os US$ 100 bi. (El Mundo-23.01.2002)

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8- 20 milhões de páginas sobre a Enron teriam sido destruídas pela Andersen

Agentes do FBI se enfurnaram na sede da Enron em Houston, atrás de suspeitas de destruição de documentos acerca do estado financeiro da empresa, que recentemente abriu concordata. Um porta-voz da Enron confirmou que os investigadores do FBI e do Departamento de Justiça haviam visitado os escritórios, depois das acusações de uma ex-funcionária da Enron, Maureen Castaneda, demitida ainda esse mês, que a Enron havia destruído documentos contábeis nas últimas semanas. Uma juíza federal de Houston abriu um procedimento para investigar a destruição de documentos, tanto na Enron quanto na auditora Arthur Andersen. Um advogado da Andersen, Rusty Hardin, admitiu à juíza Melinda Harmon que o número de páginas destruídas pela Andersen pode atingir a cifra de 20 milhões. Harmon pediu às duas companhias que apresentem um plano para frear a destruição de documentos. (El Mundo-23.01.2002)

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9- Experts em segurança nuclear temem atentados terroristas nas usinas nucleares americanas

Desde os ataques terroristas de 11 de setembro, alguns experts em segurança nuclear estão cada vez mais preocupados que intrusos possam entrar nas usinas nucleares americanas, montarem uma bomba atômica com os materiais ali e a explodirem no lugar. Críticos dos procedimentos de segurança tomados pelo Departamento de Energia em relação às usinas nucleares dizem que os intrusos podem usar explosivos convencionais para explodir lixo tóxico ou urânio ou plutônio, enviando material radioativo a áreas próximas, ou que poderiam tentar criar uma bomba atômica real. Com algum treinamento, terroristas poderiam produzir uma reação em cadeia usando urânio de uma maneira que produziria uma explosão substancial, dizem alguns especialistas. Um ex-oficial de segurança do Departamento de Energia, Ron Timm, disse que criar uma bomba atômica pode ser feito sem explosivos, juntando partes de urânio manualmente. " Pilotar um 757 ou num 767 é muito mais sofisticado do que estamos discutindo aqui" , disse Timm. (New York Times-23.01.2002)

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10- Avaliação de distribuidoras equatorianas sai essa semana

Até o final desta semana, a Conam e Conelec, agências nacionais de privatização e energia elétrica do Equador, vão conhecer o resultado da avaliação das 17 distribuidoras elétricas cujo controle (51%) vai ser leiloado em fevereiro. A partir desta informação, as autoridades peruanas vão estabelecer o preço mínimo de cada uma, e o Conam vai definir a data do leilão. A avaliação e a definição do modelo de privatização das distribuidoras estão sendo feitas pela consultoria norte-americana Salomon Smith Barney. A consultoria peruana Latin Pacific Capital vai dar uma segunda opinião sobre a avaliação da Salomon Smith Barney. A Deloitte & Touche vai auditar o processo de venda das ações das distribuidoras. Três empresas estão pré-qualificadas para esse leilão: a norte-americana AES, a argentina Pérez Companc e a espanhola Unión Fenosa. As distribuidoras a serem privatizadas são Bolívar, Centro Sur, Cotopaxi, Ambato, Regional Sur, Emelnorte, Sucumbíos, Santo Domingo, Riobamba, Quito, Esmeraldas, Manabí, Los Ríos, Santa Elena, Emelgur, Milagro e El Oro. (Business News Americas-22.01.2002)

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Editor: Prof Nivalde J Castro - UFRJ

João Paulo Cuenca e Felipe Carvalhal - Economistas

Assistentes de pesquisa: Ana Clara Cruz, Fernando Fernandes, Pedro Furley, Rodrigo Rötzsch e Silvana Carvalho.

Webdesigner: Andréia Castro
Equipe de Pesquisa Eletrobrás-UFRJ


As notícias divulgadas no IFE não refletem necessariamente os pontos de vista da Eletrobrás e da UFRJ.

As informações que apresentam como fonte UFRJ são da responsabilidade da equipe de pesquisa sobre o Setor Elétrico vinculada ao Nuca do Instituto de Economia da UFRJ

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