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          IFE - INFORME ELETRÔNICO nº 623 - 17 de abril de 2001
            Editor: Prof. Nivalde J. Castro
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regulação

1- Aneel autoriza recompra de energia

A Aneel autorizou, no dia 16.04.2001, a negociação da redução da demanda de energia elétrica entre distribuidores e os grandes consumidores. A medida vale para os consumidores com fornecimento em alta tensão (acima de 2,3 kV). Com estes consumidores, os contratos das concessionárias são para disponibilizar determinada potência de energia. O consumidor paga pelo total que contratou, utilizando-o ou não. A Aneel autorizou a negociação dessa demanda, que agora poderá ser diminuída. As empresas terão que negociar o montante de energia, o preço e o prazo. A energia que sobrar das negociações será utilizada para outros fins. A Abrafe estima que, só em Minas Gerais, a demanda pode ser diminuída em até 600 MW. (Agência JB - 16.04.2001)

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2- Aneel mantém multa à Furnas

A Aneel manteve uma das multas aplicadas a Furnas, no valor de R$ 5,8 mi, em razão do desligamento de energia no dia 14.12.2000. A empresa terá 15 dias para recorrer à diretoria-colegiada da Aneel. Uma outra multa, no valor de R$ 648 mil, aplicada pelo desligamento ocorrido no dia 12.12.2000 foi arquivada pela Aneel. A agência acatou a defesa de Furnas, que alegou não ter sido confirmada sua responsabilidade no problema. (Jornal do Brasil - 17.04.2001)

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3- Edital da Cesp exige geração maior

O governo de São Paulo divulga no dia 17.04.2001 o novo edital de privatização da Cesp Paraná, com as modificações decididas nas reuniões do conselho diretor do PED e aprovadas pela Aneel. A principal mudança do edital, é a obrigatoriedade de o novo controlador da empresa ampliar a capacidade de geração em 16,5% num prazo de oito anos. A Cesp Paraná vai ser leiloada no dia 16.05.2001 pelo preço mínimo de R$ 1,739 bi. Serão ofertados 38,67% do capital total da empresa. O lote de mil ações terá o valor mínimo de R$ 48. A Cesp hoje opera com seis usinas e potência de 6.822 MW parte do aumento da capacidade, equivalente a 1.122 MW adicionais terá de ser obtida com a instalação, até 2002, de cinco novas turbinas na usina Sérgio Motta, num total de 500 MW. (Gazeta Mercantil - 17.04.2001)

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4- Governo está otimista para leilão da Cesp Paraná

O secretário estadual de Economia e Planejamento e presidente do PED, André Franco Montoro Filho, está otimista com o leilão e aposta em pelo menos três empresas na disputa pela Cesp, dentre as quais a Duke Energy ,grupo americano que controla a Cesp Paranapanema, e a francesa EDF e a belgo-francesa Tractebel, que estão em busca de parceiros. O secretário espera ainda a presença da outra americana NRG, que negocia para formar um consórcio.Também estão interessadas na Cesp: as norte-americanas Southern Electric, AES, a espanhola Endesa e a brasileira VBC. O presidente da Eletricidade de Portugal no Brasil, Eduardo Bernini também declarou interesse na estatal , mas afirmou que o edital será estudado com detalhes. A principal dificuldade na venda da Cesp é seu elevado endividamento, cerca de R$ 7,4 bi, mais de 80% em moeda estrangeira. (Gazeta Mercantil - 17.04.2001)

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5- PE já gastou R$ 930,7 mi da venda da Celpe

O governo de Pernambuco já gastou R$ 930,7 mi do dinheiro arrecadado com a venda da Celpe. Como a aplicação financeira dos recursos da privatização já renderam R$ 176,17 mi, ainda restam na conta do Fundo de Desenvolvimento de Pernambuco (Fundepe), R$ 1,14 bi. Do total gasto, R$ 251 mi foram aplicados na amortização e no pagamento da dívida pública estadual. Outros R$ 331,42 mi foram destinados aos investimentos feitos pelo governo na área de infra-estrutura. As principais obras beneficiadas até agora foram a duplicação da BR-232, a construção do novo terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Guararapes e os programas Estradas do Desenvolvimento e Águas de Pernambuco. Além das obras, está recebendo dinheiro do Fundepe o braço financeiro do novo fundo de aposentadoria do Estado, o Funafin. Até agora, foram transferidos para o fundo R$ 135 mi, embora a previsão é de que, pelo menos, outros R$ 165 mi devam servir como aporte financeiro. (Jornal do Commercio - PE - 17.04.2001)

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risco e racionamento

1- Situação dos reservatórios é pior do que o previsto

Os níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas na Região Sudeste devem chegar ao fim de abril de 2001 com apenas 34,1% da capacidade. Esta previsão é 2,1% menor do que foi estimado no início de abril pelo ONS. A situação é crítica já que, para atravessar um período de seca - entre maio e setembro - sem problemas de abastecimento de energia, as barragens deveriam estar com 49% da capacidade no final do mês. Com isso, o Plano de Redução de Consumo e Aumento da Oferta, lançado pelo Governo Federal no início do mês, tem de ser suficiente para cobrir esta demanda. Uma redução mais significativa dos níveis dos reservatórios pode levar ao racionamento no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. O cenário no Nordeste também é crítico. A previsão do ONS indica que a soma dos níveis de todos os reservatórios da região devem chegar a 34% da capacidade de água, 16% abaixo da previsão feita pelos técnicos para que as hidrelétricas pudessem atravessar o período seco. (Jornal do Commercio - PE - 17.04.2001)

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2- Presidente sanciona redução de consumo em prédios públicos

O presidente Fernando Henrique Cardoso sancionou, no dia 16.04.2001, o decreto que determina a redução de 15% no consumo de energia pelos prédios públicos, como parte do plano de redução do consumo de energia para evitar o racionamento durante o período de estiagem nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Determinou também a redução do consumo em 20% até dezembro de 2002. De acordo com o decreto, os órgãos da administração pública federal direta, as fundações, as empresas públicas e as sociedades de economia mista controladas, direta ou indiretamente, pela União, deverão reduzir o seu consumo de energia elétrica para "iluminação, refrigeração e arquitetura ambiental." O decreto prevê ainda a dispensa integral ou parcial do cumprimento da determinação pelos órgãos ou as entidades que, com base em parecer técnico elaborado pela secretaria-executiva do Procel , já estejam com nível de eficiência igual ou próximo ao da meta estipulada. O acompanhamento e a supervisão do programa de redução do consumo ficará a cargo do Ministério de Minas e Energia. (Correio Brasiliense e Folha News - 16.04.2001)

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3- Crise energética reabre discussão sobre Angra 3

Segundo assessores, o ministro de Minas e Energia, José Jorge, está fortemente inclinado a revitalizar o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A primeira proposta que ele pretende enviar aos conselheiros para exame é o projeto de construção da usina nuclear Angra 3. De acordo com o ministro o CNPE é o ambiente adequado para discutir o projeto de Angra 3, que deveria ter entrado em operação comercial em dezembro de 1984, mas que se perdeu ao longo dos anos com a crise financeira do Estado. No Ministério de Minas e Energia, acredita-se que agora é a hora mais do que adequada para rediscutir a questão. Afinal, o projeto total está calculado em US$ 2,4 bi, dos quais são deduzidos US$ 700 mi, já pagos na forma de equipamentos, hoje estocados em Angra dos Reis em caixas de nitrogênio para evitar a corrosão, ao custo anual de US$ 500 mil. Com 1,3 mil MW de capacidade, Angra 3 é um dos principais centros de geração previstos para o Sudeste. (Gazeta Mercantil - 17.04.2001)

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4- Angra 3 necessita de US$ 1,7 bi

Segundo Ronaldo Fabrício, ex-presidente da Nuclen, de Furnas e da Eletronuclear, e consultor da Associação Brasileira para o Desenvolvimento das Atividades Técnicas e Industriais nas Áreas Nuclear e Térmica (Abdan), o projeto de Angra 3 pode ser retomado sem maiores dificuldades. Como o governo possui US$ 700 mi em equipamentos, seria necessário um aporte de US$ 1,7 bi. A Eletronuclear poderia entrar com US$ 700 mi em receitas próprias, e faltaria um total de US$ 1 bi. Segundo Fabrício, o governo alemão tem compromisso contratual de financiar US$ 500 mi e os US$ 500 mi restantes poderiam ser financiados pelo BNDES. De acordo com Fabrício, "depois que o governo tomar a decisão política de construir Angra 3, a usina ficará inteiramente pronta em cinco anos. Há uma série de vantagens: o Brasil é a sexta reserva de urânio do mundo; a energia por ela gerada custará cerca de US$ 30 por MW/h, muito mais barato do que as usinas térmicas a gás natural". (Gazeta Mercantil - 17.04.2001)

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5- Restrições da Alemanha podem atrapalhar projeto de Angra 3

Alguns fatores que podem atrapalhar a retomada do projeto de Angra 3 são as restrições políticas e ambientais ao prosseguimento do Acordo Brasil-Alemanha. A questão nuclear não é um tema fácil para ser conversado hoje na Alemanha. Embora as centrais nucleares sejam responsáveis por 30% da geração elétrica do país, o governo alemão tem sido fortemente pressionado a abandonar a energia nuclear. Para um país como Alemanha, que já está pronto há décadas, a renúncia não faz muita diferença. 'Para o Brasil, que precisa de 40 mil MW até o final da década e tem dificuldades para atrair investidores ao setor de geração elétrica, a capacidade instalada de Angra 3 faz muita diferença', afirmou Ronaldo Fabrício, consultor da Abdan. Ele acredita que as restrições à energia nuclear na Alemanha, dificultando um eventual empréstimo ao Brasil para a construção de Angra 3 poderão ser contornadas por meio da empresa franco-alemã Advanced Nuclear Power (ANP), que, na prática, é uma sucessora da KWU. (Gazeta Mercantil - 17.04.2001)

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6- Governo do Ceará investe em novas fontes de geração

Em virtude da escassez de água, o governo do Ceará admite acelerar os projetos de geração de novas fontes de energia elétrica, como a térmica e a eólica, para evitar o risco de racionamento. Atualmente, 94% da energia elétrica consumida pelo Ceará vem de hidrelétricas. O secretário de Infra-Estrutura do Ceará, Francisco Maia Júnior anunciou, no dia 16.04.2001, investimentos de R$ 637,6 mi no setores de energia e comunicação para 2001. Do total, R$ 38,6 mi vêm do Governo do Estado, R$ 206,4 mi da Coelce, R$ 290 mi da Telemar, R$ 100,5 mi da Chesf e R$ 2,019 mi Cegás. Os valores foram anunciados, no dia 16.04.2001, em Fortaleza, pelos principais executivos das empresas. (O Povo - CE - 17.04.2001)

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empresas

1- Eletrobrás investirá R$ 30 mi em campanha publicitária

Sistema Eletrobrás, tentando evitar racionamento, deve gastar cerca de R$ 30 mi em campanha publicitária para convencer a população a reduzir o consumo de energia nos próximos meses. Durante 54 dias serão inseridas peças nas emissoras de TV e rádio e publicados anúncios nos principais jornais e revistas das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Serão gastos R$ 4 mi na primeira fase da campanha, que teve início no dia 15.04.2001 com um pronunciamento pelo rádio e TV do ministro de Minas e Energia, José Jorge. (Estado - 15.04.2001)

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2- Eletrobras financia troca de iluminação em 85 municípios do RJ

O programa Reluz, vai substituir as velhas lâmpadas incandescentes e a vapor de mercúrio por lâmpadas a vapor de sódio em 85 municípios do estado do Rio de Janeiro. O programa começou por Maricá e Resende, onde foram trocadas cerca de 30 mil lâmpadas, resultando em uma economia de 40%. As trocas contam com financiamento da Eletrobrás. Segundo o secretário estadual de Energia, Wagner Victer, os próximos municípios beneficiados com a substituição de lâmpadas são Piraí, Angra dos Reis, Rio das Ostras, Búzios, onde serão trocadas 980 lâmpadas de mercúrio por sódio na zona urbana da cidade. (Último Segundo - 17.04.2001)

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3- Fornecedores de geradores e turbinas faturam com o racionamento

Nem só de prejuízos viverá a indústria nacional em caso de racionamento de energia. Existe um grupo seleto de empresas que irá faturar com a falta de energia, entre eles os fornecedores de geradores e motores para usinas térmicas. A finlandesa Wartsila deve fechar contrato de US$ 340 mi com a Eletrobras e será um grande lucro frente aos US$ 50 mi faturados no ano 2000. A projeção da Wartsila, é que em 2001 o seu faturamento seja superior ao registrado em dez anos no Brasil. A empresa foi a única qualificada pela estatal para prestar o serviço que inclui a engenharia, instalação e montagem da térmica com capacidade de 500 MW, que funcionará como reserva para as usinas Angra I e II. Além de atender grandes clientes, como à norte-americana El Paso, a companhia tem em projeto 20 contratos de fornecimento a indústrias. Em 2000, eram apenas quatro. Segundo o gerente de Vendas da Wartsila, Antônio Lima, o empresariado foi pego de surpresa com a possibilidade de racionamento. Neste momento há uma corrida da indústria para instalar geradores e, quando são de grande porte, térmicas de cogeração. A perspectiva de que o custo da energia no mercado à vista alcance o teto de R$ 684 por MWh estabelecido pela Aneel está motivando o empresariado a investir na geração própria. (Panorama - 16.04.2001)

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4- Presidente da Duke Energy visita o Brasil

O presidente da empresa norte-americana Duke Energy, Bruce Williamson, chega no dia 17.04.2001 ao Brasil. A visita coincide com a publicação do novo edital de privatização da geradora de energia elétrica Cesp Paraná. A Duke Energy, que já é proprietária da geradora Cesp Paranapanema, é uma das interessadas na compra da Cesp Paraná. A visita, segundo a assessoria da empresa, é parte de uma tour do executivo pelos negócios da empresa na América Latina, o que inclui a Argentina e o Peru, entre outros países. A Duke Energy comprou a Cesp Paranapanema em julho de 1999 por R$ 1,2 bi, pagando ágio de 90% sobre o preço mínimo. A empresa também participa da construção de uma usina termelétrica no Estado de São Paulo. (Folha - 16.04.2001)

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financiamento

1- Bancos e empresas obtêm US$ 715 mi no exterior

A instabilidade do mercado financeiro não impediu empresas e bancos brasileiros de obter, com sucesso, US$ 715 mi no exterior. Mais US$ 1,8 bi em operações no mercado internacional estão em andamento agora. A Petrobras anunciou que pretende concluir neste mês operação de US$ 300 mi de vencimento em sete anos, em operação liderada pelo USB Warburg com seguro de risco da seguradora Zurich. A AES Tietê vai captar mais US$ 300 mi com cobertura de risco da Opic, em operação de eurobônus liderada pelo Bank of America. A Votorantim vai captar US$ 1 bi em pré-pagamento de exportação e a Usiminas, US$ 200 mi. (Valor - 17.04.2001)

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2- Light lança empréstimo de US$ 150 mi

A Light lançou empréstimo de US$ 150 mi, de prazo de vencimento em três anos, na primeira operação sem cobertura de risco de uma empresa não-financeira em muitos anos. Conseguiu obter US$ 190 mi, em operação liderada pelo Dresdner Bank e pela Salomon Smith Barney. Teve de pagar ligeiramente mais -2,75% ao ano sobre a Libor- do que os 2,50% ao ano que pretendia. Mas, mesmo assim, os custos são atraentes: 7,40% ao ano para três anos, considerando-se a Libor de 4,65% de um ano, dia 16.04.2001. A Petrobras anunciou que pretende concluir neste mês operação de US$ 300 mi de vencimento em sete anos, em operação liderada pelo USB Warburg com seguro de risco da seguradora Zurich. A AES Tietê vai captar mais US$ 300 mi com cobertura de risco da Opic, em operação de eurobônus liderada pelo Bank of America. A Votorantim vai captar US$ 1 bi em pré-pagamento de exportação e a Usiminas, US$ 200 mi. (Valor - 17.04.2001)

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3- Mercado aposta na elevação da taxa de juro

O mercado financeiro já aposta na elevação na taxa básica de juros da economia em um ponto percentual. Atualmente, a meta Selic está em 15,75% ao ano. As projeções para as taxas de juros futuros negociadas na BM&F fecharam com alta. O contrato com vencimento mais curto, de maio - que melhor indica a projeção para a taxa básica de juros - fechou em 17,42% ao ano, 1,67 ponto percentual acima da meta Selic. A alta sinaliza que o mercado aposta na elevação dos juros básicos e já acrescenta um prêmio sobre a nova taxa. O Copom, que irá definir os juros que vão vigorar até maio, se reúne, nos dias 17 e 18 de abril, para discutir a taxa. O resultado sairá após o fechamento do mercado. (Gazeta Mercantil - 17.04.2001)

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4- Câmbio e juro pressionados por anuncio de Cavallo

O mercado financeiro foi abalado depois que o ministro da Economia da Argentina, Domingo Cavallo, levantou a possibilidade de inclusão do euro no sistema de conversibilidade do câmbio. Os investidores inseguros a respeito de como se dará a transição da conversibilidade do peso com o dólar, o regime atual, para a cesta dólar e euro, refugiaram-se na moeda norte-americana e fugiram dos títulos da dívida argentina. O FRB, papel mais negociado, caiu 2,03%, a 84,250% do valor de face. O preço dos papéis brasileiros também recuou. Cavallo assegurou, uma vez mais, que não haverá desvalorização da moeda local, o peso, e que a introdução do euro pode demorar ainda vários anos. No Brasil, o dólar subiu 1,86% e chegou a R$ 2,196, a maior taxa desde o início do Plano Real, em julho de 1994. Os juros para as operações de um ano subiram de 19,82% para 21,40%. (Gazeta Mercantil - 17.04.2001)

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gás e termoelétricas

1- ANP concede à BG livre acesso ao gasoduto até final de 2002

A ANP decidiu, dia 16.04.2001, conceder à BG (British Gas) o direito de livre acesso ao gasoduto Bolívia-Brasil, contrariando o interesse da Petrobras, que tentava evitar a exploração compartilhada do duto. Com a medida, a BG poderá transportar 700 mil metros cúbicos por dia de gás natural de abril a agosto de 2001 e 2,1 milhões de metros cúbicos por dia de setembro de 2001 a dezembro de 2002. A partir de 2003, a empresa terá o direito de transporte interruptível, ou seja, se a Petrobras precisar usar o duto, a BG será obrigada a interromper o transporte. (Folha Online - 16.04.2001)

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2- Governo discute fórmula para preço do gás natural

O governo federal promoverá uma reunião, dia 17.04.2001, para tentar definir o preço do gás natural para as usinas termoelétricas que serão construídas no País. O secretário de Energia do Ministério de Minas e Energia, Afonso Henriques Moreira Santos, informou que a reunião não deverá ser conclusiva. O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Edward Amadeo, deve participar deste encontro. Estão sendo feitos estudos técnicos que exigem o aval da equipe econômica quanto à fórmula de reajuste do preço do gás natural. O diretor-geral da ANP, David Zylbersztajn, e o presidente da Petrobras, Henri Philippe Reichstul, ainda não confirmaram se vão participar desta rodada de negociações. No dia 16.04.2001, Zylbersztajn e Reichstul informaram que o superintendente de Gás Natural da ANP, José Cesáreo, e o presidente da Gaspetro, Luiz Rodolfo Landim, seriam os principais participantes deste debate. (Estado - 17.04.2001)

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3- Empresas e governos estaduais disputam posições no mercado de gás

Estatais, multinacionais, governos estaduais e empresários estão se movimentando silenciosamente para assumir posições estratégicas no mercado de distribuição de gás natural. A expectativa de crescimento para o setor é de cerca de 280% em quatro anos, com faturamento anual que deve pular, no período, de aproximadamente R$ 1 bi para pelo menos R$ 4 bi. A Petrobrás que, por meio da subsidiária Gaspetro, é parceira de 14 distribuidoras estaduais, quer entrar em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Para tanto, corteja a mineira Cemig, dona de 90% da Gasmige, a fluminense CEG . A meta da Petrobrás, a principal fornecedora do País, é clara: quer que o mercado de gás passe de 1% de seu faturamento para 14% em 2005, com volume de vendas pulando de 14 milhões de metros cúbicos ao dia para 35 milhões de metros cúbicos. Já a multinacional americana Enron está negociando sua participação minoritária, por meio da subsidiária Gaspart, em sete distribuidoras de gás estaduais, cinco na Região Nordeste e duas no Sul. Embora não se manifeste publicamente, decidiu sair do mercado de distribuição no Brasil para se concentrar apenas na comercialização de energia. (Estado - 15.04.2001)

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4- Estados correm para criar distribuidoras de gás

Os últimos Estados que ainda não tinham distribuidoras estão correndo para criá-las mesmo sem ter o principal: o gás. Em março de 2001, depois de dois anos de estudos, foi concluída a criação da CEBgás, subsidiária Companhia Energética de Brasília. No fim de abril de 2001, o governo de Goiás decidirá quem serão seus parceiros na Sociedade Goiana de Gás Canalizado, que também terá a função de procurar investidores. O gasoduto do Centro-Oeste está orçado em US$ 210 mi e teria 828 km de extensão, a partir de Araraquara, em São Paulo. Em 1999, a Rongás acertou o protocolo de construção de um gasoduto ligando Urucu, no Amazonas, a Porto Velho, que depende ainda de entendimentos técnicos e políticos com o governo amazonense e da licença ambiental. Quando quando estiver pronto, no mínimo em 2003, irá movimentar a usina termoelétrica da capital. No Maranhão, o governo estadual encomendou um estudo para analisar se o mercado local comportaria ter o gás como alternativa energética. Enquanto isso, uma empresa canadense e outra americana estão avaliando se existe gás em duas áreas no litoral maranhense, licitadas no ano 2000 pela ANP. Para o presidente da Abegás e da Pbgás, Cícero Leite: "de uma forma ou de outra, a infra-estrutura de distribuição teria de ser criada nestes Estados". (Estado - 15.04.2001)

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5- Investidores aguardam garantias para construir termelétrica no Ceará

Embora a data de início da construção da termelétrica de Pecém encontre-se indefinido, o secretário de Infra-Estrutura do Ceará, Francisco Maia Júnior, disse, no dia 16.04.2001, que os pré-acordos entre os acionistas (BP, Repsol e Endesa), com a Cegás para fornecimento do gás natural e a Coelce já estão definidos. ``Falta apenas que o Governo Federal defina garantias aos investidores quanto ao risco cambial como, por exemplo, a criação de um fundo de compensação'', acrescenta. Ele espera que até o dia 23.04.2001, se tenha alguma resposta. ``Depois disso, os acionistas se comprometeram a iniciar a obra''. A conclusão da primeira fase da usina, com produção estimada em 245 MW está prevista para 2003 e segunda fase 270 MW para 2005. Os investimentos devem somar US$ 500 mi. O objetivo é que essa energia responda por 25% do total consumido no Estado. O preço será maior para o consumidor - atualmente o MW/hora custa US$ 37 contra US$ 32 da energia hidráulica, mas Maia Júnio observa que ``sai muito mais caro fazer racionamento''. (O Povo - CE - 17.04.2001)

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grandes consumidores

1- Votuporanga utilizará resíduos de madeira para geração de energia

O pólo moveleiro de Votuporanga (SP) está investindo no aproveitamento de resíduos de madeira para gerar eletricidade. Uma parceria entre a Associação Industrial da Região de Votuporanga (Airvo) e o grupo português Companhia Geral de Distribuição de Energia Elétrica (CGDE) vai resultar, até o final de 2001, na primeira micro-usina termoelétrica do interior paulista movida a serragens e cavacos de madeira. O projeto, com previsão de início para maio de 2001, envolve investimentos entre R$ 2 mi e R$ 3 mi. O secretário-executivo da Airvo e também da regional do Sindicato das Indústrias do Mobiliário (SindMob), Marcelo Aparecido Francisqueti, revela que o consumo da cidade é de 9.955,10 KW/hora, sendo 2.188,38 KW/hora (22%) consumidos pelo parque industrial local. Ele afirma que cada tonelada de resíduo sólido de madeira gera 350 KW. "Isso significa que para gerar uma hora são necessárias 8,7 toneladas de serragens e cavacos". Para garantir o abastecimento durante um mês (720 horas) o volume mínimo de materiais descartados pelas indústrias deve ser de 4.341 toneladas. (Gazeta Mercantil - 16.04.2001)

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internacional

1- Privatização da Gaz de France adiada

A Gaz de France, estatal francesa de gás que controla o setor no país, não será privatizada até as eleições parlamentares de 2002. A abertura de capital da empresa é vista como a única forma de ela poder competir no mercado internacional e se adaptar à desregulamentação na Europa, onde é a terceira maior operadora de gás, com um faturamento de US$ 8,5 bi ao ano. A demora se deve à reação de parceiros do governo de Jospin, que não querem a privatização. O presidente francês já declarou que manterá a maioria estatal no controle da empresa e só permitirá a entrada de empresas selecionadas. Os possíveis parceiros são as francesas TotalFinaElf e EDF. O único parceiro estrangeiro mencionado foi a norueguesa Statoil. Até mesmo essa solução francesa foi rejeitada pelos trabalhadores da Gaz de France e da EDF, que se manifestaram contra a privatização e a desregulamentação. A França está atrasada em relação aos outros países da União Européia no que concerne às leis de liberalização do mercado. Desde que a Gaz de France foi obrigada a aceitar o limite mínimo de desregulamentação em Agosto de 2000, perdeu 5% de seus clientes de grande porte. (Financial Times - 17.04.2001)

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2- PG&E divulga prejuízo do primeiro trimestre de 2001

A Pacific Gas & Eletric (PG&E) divulgou, em 16.04.2001, seus resultados do primeiro trimestre de 2001. A empresa teve um prejuízo líquido de US$ 4,12 bi ou US$ 11,34 por ação nos três primeiros meses de 2001, contra uma perda de US$ 611 mi ou US$ 1,67 por ação no mesmo período de 2000. Os prejuízos da empresa têm crescido ao longo dos anos. Em 1999 foi de US$ 73 mi, enquanto em 2000 foi de US$ 3,4 bi. O resultado se deve à crise energética na Califórnia, que fez com que a companhia não pudesse reajustar suas tarifas enquanto a energia que recebia para distribuir aumentava de preço. Em 6.04.2001 a PG&E pediu concordata por achar que o plano de ação do governo californiano não seria suficiente para salvá-la da falência. A empresa tenta na Justiça reaver as perdas causadas pela impossibilidade de aumento das tarifas. Segundo seu CEO, Robert Glynn, os valores chegariam a US$ 6 bi. (Financial Times - 17.04.2001)

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3- Enron divulga resultados positivos

A Enron, maior empresa de gás e eletricidade da América do Norte, divulgou em 16.04.2001 seus resultados do primeiro trimestre de 2001. Superando as expectativas dos analistas, os lucros líquidos foram de US$ 406 mi, 20% a mais do que os US$ 338 mi no mesmo período de 2000. Do valor deste ano, foram excluídos ainda US$ 19 mi relacionados a mudanças na contabilidade da empresa. O faturamento praticamente triplicou, passando de US$ 13,1 bi nos três primeiros meses de 2000 para US$ 50,1 bi em 2001. O volume de eletricidade negociado no período foi de 111 milhões de MW/h para 232 milhões de MW/h, enquanto o de gás aumentou 55%, de 23,5 trilhões de BTU's para 36,4 trilhões de BTU's. A divisão de serviços teve um aumento de 59% nos contratos, saltando de US$ 3,7 bi em 2000 para US$ 5,9 bi no primeiro trimestre de 2001, enquanto os lucros saltaram de US$ 6 mi para US$ 40 mi respectivamente. A nascente divisão de negócios on-line teve uma queda de US$ 35 mi nos lucros se comparado com o primeiro trimestre de 2000.Ainda assim, o número de transações realizadas aumentou para 580, enquanto em 2000 inteiro foram feitas 321 negociações apenas. (Reuters - 17.04.2001)

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4- Edison International perdeu US$ 1,943 bi em 2000

A Edison International declarou que perdeu US$ 1,943 bi em 2000 devido a débitos de US$ 2,5 bi de sua filial Southern California Edison, segunda maior operadora de energia da Califórnia. A Edison já havia anunciado que poderia vir a arcar com débitos de até US$ 2,7 bi de custos de energia. Isso fez com que houvesse perdas de US$ 5,84 por ação em 2000, mas, excluindo esses débitos, houve lucro de US$ 1,74 por ação. Ainda assim, a companhia esperava alcançar um lucro de US$ 2,02 por ação no ano. A crise de energia da Califórnia ocasionou perdas de US$ 14 bi às empresas no ano 2000. (Reuters - 17.04.2001)

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Editor: Prof Nivalde J Castro - UFRJ

João Paulo Cuenca - Economista

Assistentes de pesquisa: Alexandre Ornellas, Barbara Oliveira, Clarissa Ayres, Claudia Colares, Fernando Fernandes, Marcelo Medeiros, Marlene Marchena, Rafael Sa, Silvana Carvalho e Tiago Costa.

Webdesigner: Andréia Castro

Equipe de Pesquisa Nuca-IE-UFRJ


As notícias divulgadas no IFE não refletem necessariamente os pontos de vista da Eletrobrás e da UFRJ.

As informações que apresentam como fonte UFRJ são da responsabilidade da equipe de pesquisa sobre o Setor Elétrico vinculada ao Nuca do Instituto de Economia da UFRJ

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