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IFE - INFORME ELETRÔNICO nº 557- 05 de janeiro de 2001
Editor: Prof. Nivalde J. Castro



01. Eletrobrás e MAE assinam acordo de dívida
02. Preços da energia no MAE despencam e favorecem distribuidoras
03. Celesc conclui projeto para evitar cisão
04. Celesc precisa de investimentos para evitar problemas durante o verão
05. Celpe implantará sistema de fornecimento para rede de supermercados
06. CMS Energy lança oferta por 100% da CPEE
07. Começam obras da hidrelétrica de Guaporé (MT)
08. Logos Energia/Arcadis aposta em fontes alternativas de energia
09. Senador sugere plebiscito sobre privatizações
10. Governador do Rio entra na discussão sobre o reajuste do gás
11. Gás natural tem pouca flexibilidade de preço
12. Onip instala Comitê de Gás e Termelétrica
13.
Terceira maior distribuidora da Argentina será privatizada
14. Califórnia aprova reajuste temporário no preço da eletricidade
15. Clinton convida governo da Califórnia para reunião
16. Governo do México autoriza centrais geotérmicas

 
 



01. Eletrobrás e MAE assinam acordo de dívida


No dia 05.01.2001, credores e devedores devem assinar os acordos de diretrizes que orientarão a forma de pagamento dos R$ 578 mi devidos por Furnas ao MAE. Além disso, na reunião, os agentes apresentarão pareceres judiciais e propostas para subsidiar a Aneel na elaboração das resoluções que estipularão as tarifas que podem ser cobradas da Eletrobrás para o fornecimento de energia enquanto as usinas nucleares de Angra I e II tiverem sua produção interrompida. A definição de tarifas especiais para suprir a ausência das usinas nucleares foi acertada no encontro entre os agentes em 27.12.2000, e a Aneel deverá homologar as resoluções até o dia 20.01.2001. Com a resolução do impasse, o MAE poderá realizar o acerto de contas que está paralisado desde novembro de 2000. (Estado - 04.01.2001)

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02. Preços da energia no MAE despencam e favorecem distribuidoras


O preço da energia comercializada no MAE está custando metade do valor cobrado em dezembro de 2000 e um terço do preço de outubro de 2000. Conforme divulgado em relatório pelo MAE, dia 04.01.2001, o grande volume de chuvas no final de 2000 encheu os reservatórios das hidrelétricas antes do período de cheia tradicional. O mercado só esperava esse patamar de preços em fevereiro. Além disso, em janeiro há uma desaceleração sazonal da demanda por energia e cerca de 1.000 MW novos estão entrando no sistema nacional. Quem se beneficia dos preços baixos são as distribuidoras, que antes compravam caro para revender ao consumidor final com tarifa fixa. Saem prejudicadas as geradoras, que estavam vendendo suas sobras de energia em contratos mais lucrativos. (Valor - 05.01.2001)


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03. Celesc conclui projeto para evitar cisão


O grupo de trabalho formado para elaborar uma proposta alternativa à cisão da Celesc concluiu, dia 04.01.2001, seu estudo, que será apresentado ao Conselho de Administração da concessionária. Essa é a primeira etapa do caminho que a idéia deverá seguir em busca de respaldo para evitar a divisão da companhia nas áreas de geração e distribuição, prevista nos contratos de concessão assinados com a Aneel. A proposta do grupo para a Celesc está baseada na indicação de uma diretoria executiva profissional, pelo Conselho de Administração, que agiria sem interferência política, e na definição de metas de desempenho. Depois do Conselho de Administração, o grupo buscará apoio do governador Esperidião Amin e dos órgãos reguladores. Para sanear a Celesc e impulsionar novos projetos, o comitê defende financiamento do BNDES. (Estado - 04.01.2001)


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04. Celesc precisa de investimentos para evitar problemas durante o verão


Com mais de 1,7 milhão de clientes e picos de demanda em áreas onde o consumo é baixo na maior parte do ano, a Celesc não tem como evitar problemas no fornecimento de energia elétrica durante o verão. De acordo com o diretor de distribuição da empresa, Paulo César Silveira, "existe uma saturação tecnológica em nossos sistemas. Há casos que simplesmente não podem ser evitados, mesmo com precauções tomadas antes da temporada". Para deixar o sistema funcionando de maneira "ideal", mas ainda assim passível de defeitos, existiria apenas um caminho: aumentar as tarifas. Segundo Silveira, a tarifa residencial, atualmente de US$ 80 o MW/h, teria que subir a US$ 200 o MW/h para serem atingidos os índices de primeiro mundo. Ainda assim, o aumento do preço surtiria efeito no mínimo em cinco anos. (Gazeta Mercantil - SC - 05.01.2001)


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05. Celpe implantará sistema de fornecimento para rede de supermercados


A Celpe e o Bompreço fecharam, dia 04.01.2001, um contrato no valor de R$ 4,15 mi para que a ex-estatal implante todo o sistema de fornecimento de energia de alta tensão para a central de distribuição que a rede de supermercados está instalando em Jaboatão dos Guararapes. O contrato envolve a instalação de linhas de transmissão e de uma subestação de 69 mil volts exclusivas para a central, além da operação e manutenção da subestação durante dois anos. Com isso, a Celpe começa a desenvolver grandes parcerias com clientes isolados, o que pode representar uma preparação para as negociações que serão realizadas após a criação do MAE. A central de distribuição será instalada, na primeira etapa, em uma área de 65 mil metros quadrados. O consumo de energia previsto será de 131,4 MWh por ano. (Jornal do Comércio - PE - 05.01.2001)


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06. CMS Energy lança oferta por 100% da CPEE


A companhia americana CMS Energy lançou, dia 04.01.2001, uma oferta pública de compra de ações por 100% da distribuidora paulista CPEE, da qual já possui 81,2%, de acordo com o Unibanco, coordenador da operação. A oferta é de R$ 165 por lote de mil ações e tem prazo de até o dia 12.02.2001 para ser concretizada na Bovespa. Essa oferta pública de ações foi aprovada em 29.09.2001 em uma assembléia da CMS Brasil Energia, filial da CMS Energy. (BNAmericas - 05.01.2001)


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07. Começam obras da hidrelétrica de Guaporé (MT)


Começam no dia 08.01.2001 as obras da usina hidrelétrica do rio Guaporé, localizado no município de São Domingos, a 430 km de Cuiabá (MT). O diretor presidente da Rede/Cemat, Nuremberg Borja de Brito, anunciou que serão investidos R$ 120 mi na construção, que está prevista a ser entregue em dezembro de 2002. A usina do rio Guaporé vai gerar 120 MW, com a implantação de 3 turbinas geradoras de 40 MW cada. (Folha do Estado - MT -05.01.2001)


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08. Logos Energia/Arcadis aposta em fontes alternativas de energia


A Logos Energia/Arcadis, companhia que responde pela gestão do aterro Bandeirante, localizado em Perus (SP), inicia em 2001 as obras de um empreendimento pioneiro no Estado de São Paulo. O grupo dará o pontapé inicial na geração de energia no aterro. O projeto baseia-se na produção de eletricidade a partir dos detritos do aterro sanitário local, com potência de 18 MW. A estimativa é de que a geração de energia comece em meados de 2002. O custo de geração do MWh neste projeto é de R$ 80, ante R$ 60 de hidrelétricas e R$ 70 a R$ 75 de térmicas. A Logos Energia/Arcadis também está apostando em outro tipo de fonte alternativa de energia: energia eólica. Pelos cálculos da empresa, essa capacidade pode chegar a 6 mil MW. Em 2001, a empresa participará da disputa para explorar duas usinas eólicas no Ceará, com 30 MW cada uma. A pré-qualificação está aberta até 15.02.2001, seguindo o cronograma elaborado pelo governo local e pela Coelce. (Gazeta Mercantil - 04.01.2001)


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09. Senador sugere plebiscito sobre privatizações


O senador Álvaro Dias irá articular aprovação de seu projeto para modificação do Programa Nacional de Desestatização, prevendo a realização de um plebiscito para tratar das privatizações das empresas do chamado setor estratégico, incluindo empresas do setor de energia elétrica. Este projeto deverá ser integrado ao projeto do PT que prevê também a realização de um plebiscito para a aprovação destas privatizações. O Senador destacou que as que as privatizações do setor elétrico estão muito adiantadas e que provavelmente o projeto não será votado a tempo de impedi-las. (Gazeta Mercantil - 04.01.2001)


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10. Governador do Rio entra na discussão sobre o reajuste do gás


O governador do estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, enviou um ofício ao ministro de Minas e Energia, Rodolpho Tourinho, reclamando abertamente da fórmula atual de reajuste, indexada atualmente à variação cambial e aos preços do óleo bruto no mercado internacional. Garotinho saiu em defesa principalmente de dois setores, cerâmica e salineiro, que, de acordo com Garotinho, não têm condições de suportar o aumento imposto pela Gaspetro. Segundo o governador, mesmo considerando apenas o âmbito dos países do Mercosul, o Brasil perde na competição com os países vizinhos. Enquanto no Brasil o gás natural está saindo na base de US$ 2,49 por milhão de BTU, a commodity está sendo comercializada a US$ 1,40 na Argentina e a US$ 1,25 na Bolívia. (Gazeta Mercantil - 05.01.2001)

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11. Gás natural tem pouca flexibilidade de preço


Segundo o coordenador-técnico da Abegás, Leopoldo Macedo, muitas vezes o gás natural é mais caro do que a energia elétrica e o óleo combustível, pois é possível negociar com as distribuidoras desses produtos melhores preços, inferiores à tabela fixada "Se a empresa utiliza energia elétrica, ela pode remanejar o horário de pico e com isso pagar menos", diz Macedo. No caso do óleo, como ele é vendido diretamente ao consumidor, pode-se negociar preços por conta da concorrência."'Quem depende de gás natural não tem essa possibilidade e paga o valor da tabela", completa. (Gazeta Mercantil - 05.01.2001)

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12. Onip instala Comitê de Gás e Termelétrica


A Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) instala no dia 09.01.2001, o Comitê de Gás e Termelétrica. O comitê se propõe a ampliar a utilização do gás natural no setor industrial e a otimizar a compra de bens e serviços nos projetos das termelétricas em construção no País. (Gazeta Mercantil - 04.01.2001)

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13. Terceira maior distribuidora da Argentina será privatizada


A direção da distribuidora e transmissora estatal da província argentina de Santa Fe, Epesf, publicará as bases de privatização da empresa em fevereiro de 2001. Nessas bases estará definido o preço base de venda da Epesf, que deverá estar em torno de US$ 700 mi. Já mostraram interesse pela compra da estatal argentina a Tractebel, a AES e a Repsol-YPF. A Epesf distribui energia em toda a província de Santa Fe, tem 870 mil clientes e é a terceira maior distribuidora da Argentina. (BNAmericas - 05.01.2001)


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14. Califórnia aprova reajuste temporário no preço da eletricidade


As autoridades do Estado da Califórnia autorizaram, dia 04.01.2001, um reajuste temporário de entre 7 e 15% nos preços da energia elétrica. O reajuste, aprovado por unanimidade pela Comissão de Serviços Públicos da Califórnia (PUC), foi imediatamente criticado pelas companhias de eletricidade Pacific Gas and Electric (PG&E) e Southern California Edison, que consideraram os percentuais insuficientes. A PUC autorizou um reajuste de 9% nos preços da energia elétrica para consumo doméstico e de até 15% para uso industrial, dependendo do porte da empresa. O reajuste terá uma vigência de 90 dias, prazo após o qual a PUC fará uma nova avaliação da medida. (Ultimo Segundo - 04.01.2001)


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15. Clinton convida governo da Califórnia para reunião


O presidente Clinton convidou o governador da Califórnia, Gray Davis, e executivos de companhas de energia elétrica do estado para um encontro na Casa Branca, na segunda semana de janeiro de 2001, com o objetivo de encontrar uma solução para a crise de energia pela qual a Califórnia está passando. Reguladores e oficiais de estado culpam diversos fatores para o fracasso da experiência de desregulamentação do mercado de energia na Califórnia, incluindo um aumento na demanda de energia pelo estado, devido ao crescimento econômico e populacional, enquanto nenhuma usina foi construída para atender a demanda. (Reuters - 05.01.2001)


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16. Governo do México autoriza centrais geotérmicas


A Comissão Federal de Eletricidade do México autorizou que a Alstom construa quatro centrais geotérmicas no México, com 25 MW cada uma, com um investimento de US$ 113 mi. Essas centrais serão localizadas na localidade de Los Azufres, no Estado de Michoacan, e se utilizarão para produzir eletricidade a partir de vapor de fontes geotermais. Esse projeto faz parte do programa do governo mexicano que tem por objetivo aumentar a capacidade de produção de energia do país utilizando fontes geotermais.(Europa Press - 04.01.2001)


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Editor: Prof Nivalde J Castro - UFRJ

João Paulo Cuenca - Economista

Equipe de Pesquisa Nuca-IE-UFRJ

Contato: ifes@race.nuca.ie.ufrj.br


As notícias divulgadas no IFE não refletem necessariamente os pontos de vista da Eletrobrás e da UFRJ.

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