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IFE: nº 4.125 - 04 de julho de 2016
www.nuca.ie.ufrj.br/gesel/
ifes@race.nuca.ie.ufrj.br
lEditor:Prof. Nivalde J. de Castro
Índice
Regulação
e Reestruturação do Setor
1 GESEL vai a evento da KAS em Berlim e faz contatos com Grupos de Estudo alemães
2 Planejamento energético e operação do sistema precisam estar alinhados, diz Barata
3 Agenda Regulatória 2016-2018 está disponível para consulta no site da Aneel
4 Aneel mantém-se resistente a adiar cronograma de usinas atrasadas
5 Aneel planeja P&D Estratégico para geração distribuída na distribuição
6 Aneel libera para PCH Inxú operar comercialmente
7 Lei de Responsabilidade das Estatais é publicada no Diário Oficial
8 Comissão do Senado de acompanhamento de Belo Monte marca nova reunião de trabalho
9 MME inicia negociações com os vencedores de leilões fotovoltaicos
10 União deve pagar mais R$ 28 mi por plano Plano Olímpico de energia
11 Editorial do jornal Valor Econômico: “Estímulo ao crédito privado no setor de infraestrutura”
Empresas
1
Governo diz que, se for essencial, 'arranjará' R$ 8 bi para Eletrobras
2 Wilson Ferreira Jr está liberado para assumir Eletrobras
3 Eletrobras Amazonas não prevê corte de energia em Manaus
4 State Grid compra fatia da Camargo Corrêa na CPFL Energia
5 Chinesas mudam perfil do setor no Brasil
6 CPFL pode ganhar um destaque maior na distribuição de energia
7 Com venda da CPFL, grupo encerra investimento no setor elétrico
8 CPFL Paulista conclui obra de rede subterrânea em Campinas
9 Parceria entre Light e Farmanguinhos pode economizar R$ 800 mil por ano
10 Grupo chinês começa oficialmente a operar hidrelétrica de Ilha Solteira
11 Usina de Santo Antônio liga sua última turbina
12 Trabalhadores da Eletrobras aprovam greve de 72 horas
Leilões
1
Leilão de energia de outubro será de reserva e incluirá solar e eólica
2 Modelo de leilão de reserva pode vir a ser revisitado, considera Luiz Barroso
Oferta e Demanda de Energia Elétrica
1
Consumo de energia sobe 0,8% em maio, segundo a EPE
2 Novas projeções de demanda para os próximos anos
3 Sudeste deve manter envio de 3 mil MW para Nordeste até 2017, estima ONS
4 UHE Santo Antônio ajudará a solucionar blecautes no norte do país
5 PLD de Sudeste e Sul sobe para R$ 82,88/MWh
Meio
Ambiente
1
Índios mundurucus querem evitar a construção da hidrelétrica São Luiz no rio Tapajós
2 Ministro do Meio Ambiente considera dispensável a energia da hidrelétrica São Luiz do Tapajós
3 GESEL: hidrelétricas são a melhor opção tanto em termos econômicos quanto do ponto de vista de operação
4 Veículo elétrico ensaia primeiros passos no Brasil
5 CPFL Energia cobra política de incentivos ao veículo elétrico
6 Aneel: veículos elétricos já é assunto incluído na Agenda Regulatória
Energias Renováveis
1
Energia eólica: redução dos investimentos do BNDES será causado pela regulamentação do setor
2 BNDES prevê aplicar um aporte de R$8 bi em projetos de energia eólica
3 Queda no ritmo da contratação de energia nova preocupa fornecedores da cadeia de eólica
4 Segundo Zamprona, contratação de energia de reserva é fundamental para o sistema elétrico
5 Expectativa da cadeia de bens e serviços da indústria eólica é pela retomada do crescimento
6 Queda das vendas de aço representa a retração da indústria eólica
7 Investimentos em eólica somam US$ 28 bi em dez anos
8 Apesar do baixo aproveitamento do potencial eólico, CPFL enxerga cenário promissor
9 Votorantim Enegia investe na construção de parque eólico
10 Compromisso firmado na reunião sobre clima de Paris: evolução gradual
11 Sobrecontratação de energia pode impactar usina eólica
12 Smart grid e microgeração distribuída podem ampliar a geração solar
13 Avanço das energias renováveis ainda é elevado
14 Projeto setorial vai estimular exportação
15 Brasil conta com indústria moderna de equipamentos eólicos
16 Fotovoltaica terá 4% da matriz
17 Engie Tractebel Energia tem expectativa de ter um milhão de telhados solares
18 CPFL investe no potencial da geração fotovoltaica
19 Banco do Nordeste tem crédito para a geração distribuída
20 Honda investe para ter autossuficiência com projetos eólicos
21 Brasil Kirin investe para ter autossuficiência com projetos eólicos
22 Absolar e ABDI fecham cooperação técnica
Gás e
Termelétricas
1 Alvo de calote, Petrobrás corta o fornecimento de gás para o Amazonas
2 Investimento no setor de gás esbarra em gasodutos ocupados
3 Parnaíba Gás Natural eleva produção em 70% e garante entrega de gás para a térmica da Eneva
4 Eneva cumpre TAC firmado com a Aneel com entrada da térmica Parnaíba II
5 Brasil exportará urânio enriquecido pela primeira vez
6 UTE Parnaíba II entra em operação comercial
Economia Brasileira
1 Atividade industrial do Brasil recua menos em junho, aponta Markit
2 Índices de confiança projetam estabilidade maior
3 Superávit comercial de US$ 23 bi é o melhor para 1º semestre desde 1989
4 Junho tem superávit na balança comercial
5 Real valorizado ameaça melhora recente da indústria
6 Inflação pelo IPC-S desacelera em seis de sete capitais em junho
7 Dólar ontem e hoje
Internacional
1 Venezuela vai suspender racionamento de energia elétrica na segunda
2 Wärtsilä vai entregar 382 MW na Argentina
3 Argentina: Nova chamada para geração de energia, com um investimento estimado de U$S 1.530 mi
4 A Bolívia não tem capacidade para atender a demanda por gás
5 Peru: obras de eletrificação rural beneficiam 6 mil locais
6 Comissário Europeu defende sanções contra Portugal e Espanha
7 Tarifa social de eletricidade: 20% dos beneficiários estão no Porto
Biblioteca Virtual do SEE
1 EDITORIAL. “Estímulo ao crédito privado no setor de infraestrutura”. Valor Econômico. São Paulo, 4 de julho de 2016.
Regulação e Reestruturação do Setor
1 GESEL vai a evento da KAS em Berlim e faz contatos com Grupos de Estudo alemães
Roberto Brandão, pesquisador coordenador da área de Regulação no GESEL, esteve na Alemanha (Berlim) no último dia 22 de junho como palestrante na conferência "Riscos de preços do petróleo e de Segurança Climática: Desafios para a Política Energética na América Latina". Organizado pelo Programa Regional Segurança Energética e Mudanças Climáticas na América Latina da Fundação Konrad Adenauer Stiftung (EKLA-KAS), o evento tinha entre seus objetivos discutir o risco climático e o futuro do abastecimento de energia na América Latina (AL) além de debater o impacto do Tratado de Paris nas energias renováveis e as alianças regionais na AL. Brandão falou sobre como o acordo de Paris afeta a política energética brasileira dentro do Painel III: “Qual o efeito que o Acordo de Paris, na política energética na América Latina?”. A viagem também serviu para estabelecer contatos com Grupos de Pesquisa alemães. Brandão esteve no The German Institute for Economic Research (DIW Berlin), na Technische Universität Berlin, no Institute for Advanced Sustainability Studies e.V. (IASS Potsdam), além de conhecer o projeto WINDNODE, de implementação de redes inteligentes na Alemanha. (GESEL-IE-UFRJ – 04.07.2016)
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2 Planejamento energético e operação do sistema precisam estar alinhados, diz Barata
O ONS defendeu um alinhamento do planejamento energético com a operação do sistema, o que abre espaço para a interpretação de que essa prática não era totalmente recorrente até pouco tempo. O diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, disse que o planejamento e a operação precisam atuar de forma alinhada, o que não vinha acontecendo, especialmente no campo dos leilões de energia. Segundo ele, o planejamento do setor precisa definir "qual é a matriz que a gente precisa, que a gente pretende obter". Barata acrescentou que a EPE realizava projeções e planos de formação da matriz ideal, mas que nos leilões a oferta era diferente do que se planejava inicialmente, sem entrar em detalhes sobre as diferenças entre os dois cenários. Da mesma forma, Barata defendeu alinhamento de critérios na expansão da transmissão, onde havia uma inclinação mais próxima de um critério "N-1", que grosso modo significa uma alternativa de redundância para sistemas regionais de transmissão, mas na prática se exigia um critério "N-2", de dupla redundância para um sistema, resultando em aumento de custos. Barata também se mostrou favorável à expansão de fontes intermitentes e de geração próxima de centros de carga, como eólicas e solares, pois ainda que representem problemas para a operação, diante da característica inerente de cada um, trazem o benefício para a implantação de linhas de transmissão, cada vez mais cara e demorada. Se um projeto demanda 60 meses para implantação, segundo ele, 36 meses são dedicados para o processo de licenciamento. Com esses projetos, há uma nítida redução de custos já que a conexão é mais simples e mais barata. "Benefícios podem superar dificuldades", disse Barata, para quem a chegada de sistemas de armazenamento de energia favorece à formação de usinas híbridas (eólicas e solares) equipadas com tais dispositivos. (Agência Brasil Energia – 01.07.2016)
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3 Agenda Regulatória 2016-2018 está disponível para consulta no site da Aneel
A Agenda Regulatória da Aneel para o biênio 2016-2018, aprovada pela Diretoria da Agência na reunião pública de 21/6, está disponível na página eletrônica da Aneel para consulta dos interessados. A Agenda consolida em 53 atividades regulatórias o próximo ciclo de dois anos de trabalhos da Agência. Ao submeter a proposta da agenda na Audiência Pública nº 15/2015, a Aneel estimulou a participação da sociedade no processo de definição dos principais temas regulatórios que serão abordados no biênio 2016-2018. Foram recebidas 264 contribuições de 34 participantes, das quais 45 foram aceitas e, 35, aceitas parcialmente. As contribuições resultaram na adequação de descrição de atividades ou de prazos e inclusão de 13 atividades não previstas na proposta original, relativas à regulamentação do mercado, três da geração, uma da distribuição e uma da transmissão de energia elétrica. Ao antecipar os temas regulatórios à sociedade, amplia-se a transparência e aprofundam-se os debates para cada proposição de regulamento, possibilitando maior participação dos interessados nas decisões dos temas da Agenda. A Agenda Regulatória possui dois períodos diferenciados. O primeiro, de julho 2016 a junho de 2017, apresenta caráter determinativo e suas entregas são consideradas para fins de avaliação institucional da Aneel. O segundo período tem caráter indicativo e deve ser ratificado na elaboração do próximo ciclo, em junho de 2017. Para acessar a Agenda Regulatória clique aqui. (Aneel 01.07.2016)
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4 Aneel mantém-se resistente a adiar cronograma de usinas atrasadas
Empreendedores que pretendem pedir à Aneel postergação do cronograma podem ter que pensar duas vezes sobre a viabilidade da prática, uma vez que a agência sinalizou claramente que não pretende ser muito flexível na iniciativa. O diretor da Aneel, André Pepitone, disse que a postergação de prazos só será concedida apenas em situações previstas por lei. Em outros cenários, a tendência é de que a Aneel venha a negar pedidos dessa natureza. Pepitone comentou a respeito de pedidos de empreendedores fotovoltaicos que desejavam obter adiamento da entrada da operação comercial de usinas negociadas no primeiro leilão de reserva centralizado da fonte, realizado em 2014. Segundo ele, os projetos com risco de atraso representam 70% do volume negociado na ocasião. Pepitone recordou que o preço-teto do leilão ficou em R$ 262/MWh, fechando com valor médio de R$ 215/MWh, com dólar cotado a R$ 2,47. Da mesma forma, a sinalização de importação de equipamentos era clara, bem como a formação de um parque industrial nos anos seguintes. Além disso, na visão do diretor da Aneel, os empreendedores já deviam prever "hedge" para volatilidades cambiais. Pelas regras atuais, caso usinas deixem de entrar em operação no prazo são multadas com valores que consideram o PLD e o volume de energia frustrado, ao mesmo tempo que são obrigadas a comprar a energia não fornecida no mercado livre ou liquidar ao PLD, o que pode impactar tais empreendedores de forma significativa em caso de alta no preço spot. A visão da Aneel para as usinas solares do leilão de reserva de 2014 contraria uma possível intenção do MME de flexibilizar o prazo. (Agência Brasil Energia – 01.07.2016)
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5 Aneel planeja P&D Estratégico para geração distribuída na distribuição
O diretor da Aneel André Pepitone informou que a agência planeja criar uma chamada de projeto de P&D Estratégico para analisar instrumentos regulatórios sobre o impacto do avanço da geração distribuída no segmento de distribuição. A iniciativa está sendo pensada em parceria com a Abradee e a Absolar. A Abradee tem se manifestado de forma contrária à resolução 687/2015 da agência, que altera o texto da 482/2012, que disciplina a geração distribuída. Segundo o presidente, Nelson Leite, a medida não é sustentável, uma vez que a consequência dos subsídios que desoneram os proprietários da micro e mini-usinas solares do uso da rede seria o repasse para os consumidores excedentes do mercado cativo e aqueles incluídos na tarifa binômia, de forma que os custos provocados pela conexão da geração distribuída na rede recairiam sobre eles. Segundo projeções da agência, a expectativa é chegar a 2024 com 1,2 mi de conexões de geração distribuída no Brasil. O número é equivalente a uma geração de 4,5 mil MW no ano. (Agência Brasil Energia – 01.07.2016)
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6 Aneel libera para PCH Inxú operar comercialmente
A Aneel liberou as usinas a seguir para o início das operações comerciais a partir de 30 de junho. Na PCH Inxú, as unidades liberadas foram 1 e 2, de 10,3 MW cada uma, totalizando 20,6 MW de capacidade instalada. A EOL Campos dos Ventos I também recebeu o benefício para a UG7 e UG9 de 2,1 MW cada, totalizando 4,2 MW. Na CGH Burro Branco I, as unidade liberadas foram 1 e 2, com 0,603 MW e 0,306 MW respectivamente, totalizando 0,909 MW de capacidade instalada. A Aneel também liberou o início das operações em teste em duas eólicas. Na EOL Macambira II, o benefício foi para UG1 a UG5, de 2 MW cada, totalizando 10 MW de capacidade instalada. A EOL Ventos de Santa Bárbara também recebeu liberação para as unidades UG3, UG5, UG7, UG9 e UG10, de 2,7 MW cada, totalizando 13,5 MW de capacidade instalada. (Agência CanalEnergia – 01.07.2016)
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7 Lei de Responsabilidade das Estatais é publicada no Diário Oficial
A Lei de Responsabilidade das Estatais (Lei 13.303/16), que estabelece regras para as nomeações de dirigentes e conselheiros administrativos de empresas públicas, de sociedades de economia mista e suas subsidiárias foi publicada no DOU de 1 de julho. A nova lei foi publicada com dez vetos, mas mantém pontos considerados polêmicos – entre eles o que proíbe que pessoas com atuação partidária com cargos públicos ocupem postos de direção das estatais. Com essa restrição, busca-se evitar que sejam feitas indicações políticas para o comando de estatais. Entre os itens vetados, está um trecho do Artigo 13 da lei, que proíbe a acumulação de cargos de diretor ou de diretor-presidente e de membro do conselho de administração pela mesma pessoa, mesmo que interinamente. Temer também vetou o caput do Artigo 21, que previa que o conselho de administração responderia solidariamente, na medida de suas obrigações e competências, pela efetiva implementação de suas deliberações. Também foi vetado trecho do Artigo 34, que estabelecia que “na hipótese de adoção de procedimento sigiloso, depois de adjudicado o objeto, a informação do valor estimado será obrigatoriamente divulgada pela empresa pública ou sociedade de economia mista e fornecida a qualquer interessado”. (Agência Brasil Energia – 01.07.2016)
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8 Comissão do Senado de acompanhamento de Belo Monte marca nova reunião de trabalho
Em 29 de junho a Subcomissão Temporária que acompanha a execução das obras da Usina de Belo Monte aprovou a realização de reunião de trabalho no dia 12 de julho para buscar soluções para as pendências relativas às condicionantes para a implantação da usina. Condicionantes são os compromissos que o empreendedor e o governo federal assumem com o Ibama para obter e manter a autorização do empreendimento, garantindo sua sustentabilidade ambiental. Segundo o presidente da comissão e um dos autores do pedido da audiência, senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), a reunião é um seguimento de reunião de trabalho anterior, feita em abril, em que os senadores constataram que, apesar do consórcio construtor ter colocado a primeira usina para funcionar, muitas das condicionantes sequer haviam sido iniciadas. "Essa segunda reunião é para reavaliar as condicionantes com a presença do Ibama, que liberou a licença de operação da usina, que era condicionada às ações mitigadoras que ainda não foram iniciadas. Nossa avaliação é de a licença de operação foi dada indevidamente pelo Ibama. Nessa reunião vamos poder discutir isso e ter as explicações do órgão", explicou Flexa. (Agência CanalEnergia – 01.07.2016)
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9 MME inicia negociações com os vencedores de leilões fotovoltaicos
Em 30 de junho o secretário de Planejamento e Desenvolvimento do MME, Eduardo Azevedo, disse que o MME iniciou negociações com os vencedores fotovoltaicos do leilão de energia de reserva de 2014, para chegar a um acordo sobre a concessão dos projetos, cuja postergação por dois anos foi negada pela Aneel. O entendimento é de que agora a negociação é direta com o poder concedente, porque mesmo a Aneel tendendo a se ater à regra literal, o MME teria a prerrogativa de negociar a entrada em operação das usinas, já que a energia dos leilões de reserva é contratada pela União - e rateada entre todos os consumidores - e não pelas distribuidoras. A solução seria possível considerando que o país passa por um momento de sobrecontratação e, portanto, a postergação não representaria prejuízos para os consumidores. (Agência Brasil Energia – 01.07.2016)
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10 União deve pagar mais R$ 28 mi por plano Plano Olímpico de energia
O presidente interino Michel Temer publicou no DOU, na última quinta-feira, uma nova versão do decreto que trata das despesas federais para cobrir gastos com a Olimpíada. A alteração permite que a União desembolse mais R$ 28,8 mi para garantir o funcionamento do chamado Plano Olímpico da Light, a distribuidora da cidade do Rio. O plano olímpico está montado para impedir atrasos na resolução de problemas da fornecimento que poderiam comprometer as operações dos Jogos. Ele prevê a presença ininterrupta de técnicos e de equipamentos de reposição nas áreas estratégicas, como o conjunto de subestações que atende às instalações olímpicas. A Aneel ainda precisa homologar a operação, antes de liberar o dinheiro. Estes recursos virão da chamada Conta de Desenvolvimento Energético, encargo embutido na conta de luz. (O Globo – 01.07.2016)
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11 Editorial do jornal Valor Econômico: “Estímulo ao crédito privado no setor de infraestrutura”
Em editorial, o jornal Valor Econômico dá destaque para a indicação de que o governo vai dar mais autonomia às agencias reguladoras. Segundo o texto, a reversão do quadro atual passa, inevitavelmente, por um banho de credibilidade nas agências reguladoras. O Brasil se acostumou a assistir ao apadrinhamento e à interferência sistemática de políticos nesses órgãos, que deveriam ser eminentemente técnicos e dispor de todos os recursos necessários para fazer a interface adequada entre as concessionárias, os usuários dos serviços e o poder público. Ainda segundo o editorial, há sinais de que o governo Temer quer dar maior autonomia às agências reguladoras, iniciativa que merece aplauso se realmente sair do mundo das intenções. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ 04.07.2016)
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Empresas
1 Governo diz que, se for essencial, 'arranjará' R$ 8 bi para Eletrobras
O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Eduardo Azevedo, disse que, a princípio, não há recursos para um aporte de R$ 8 bi na Eletrobras. Nesta semana, o conselho de administração da estatal ampliou, de R$ 7 bi para R$ 8 bi, o valor mínimo necessário de aporte pela União no capital das seis distribuidoras integrais da companhia, que atuam em Alagoas, Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima e Piauí. “Está sendo avaliado. A princípio não temos esse recurso, mas está sendo avaliado se é essencial. Se for essencial vamos arranjar uma maneira de arranjar esse recurso”, disse Azevedo. Sobre a possibilidade de a Eletrobras devolver a concessão de suas distribuidoras integrais, se os acionistas não aprovarem um aporte de R$ 8 bi nessas empresas, Azevedo afirmou que desistir das concessões “significa deixar a população desassistida” e que “isso não pode acontecer”. O ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, afirmou que a companhia precisa vender ativos para retomar liquidez necessária para fazer frente aos investimentos em andamento. Sem dar detalhes de desinvestimentos, ele, porém, afirmou que não serão vendidos ativos “a qualquer custo para que não reste à Eletrobras uma dívida e nenhum ativo". "Mas evidentemente do tamanho que ela está ela não pode ficar”, completou o ministro, após conceder rápida entrevista à imprensa. (Valor Econômico – 01.07.2016)
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2 Wilson Ferreira Jr está liberado para assumir Eletrobras
Wilson Ferreira Junior, ex-presidente da CPFL Energia, está liberado para assumir a liderança da Eletrobras. André Dorf, que saiu do comando da CPFL Renováveis para entrar no lugar de Ferreira Jr, assume nesta sexta-feira (1/7) o cargo de CEO do grupo CPFL. Dorf liderou a subsidiária de energia renovável da holding por três anos, período em que a empresa quase dobrou sua capacidade instalada, passando de 1,15 GW para mais de 2 GW. De acordo com a CPFL, o executivo conduziu importantes operações de aquisição de ativos, com a incorporação da Desa e da Rosa dos Ventos ao portfólio da CPFL Renováveis. Já Ferreira Jr presidiu a CPFL Energia por 16 anos e deixa o cargo para gerir uma estatal que perdeu um terço do valor de mercado desde a medida provisória da renovação antecipada de concessões, a MP 579, em setembro de 2012. (Agência Brasil Energia – 01.07.2016)
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3 Eletrobras Amazonas não prevê corte de energia em Manaus
A Eletrobras Distribuição Amazonas, subsidiária da Eletrobras, informou que não há perspectiva de corte no fornecimento de energia para Manaus. Na última sexta--feira, a Petrobras suspendeu o fornecimento de gás natural para a termelétrica de Aparecida, na capital do Amazonas. “A Eletrobras Distribuição Amazonas informa que todo o sistema elétrico do Estado do Amazonas está operando dentro da normalidade e sem a perspectiva de corte de carga”, comunicou a empresa ao Valor. A companhia reiterou seu compromisso com a população do Estado do Amazonas “em oferecer energia segura e de qualidade, contribuindo para o bem--estar de seus clientes e o desenvolvimento econômico da região”. Por sua vez, a Petrobras confirmou que suspendeu o fornecimento do energético para a termelétrica, após notificações previstas em contrato, devido à inadimplência da Amazonas Energia e sua garantidora Eletrobras com relação ao pagamento pelo suprimento do insumo. “A Amazonas Energia e sua garantidora Eletrobras estão inadimplentes com a Petrobras quanto ao pagamento pelo fornecimento de gás ao Estado do Amazonas. A Petrobras vem adotando as medidas administrativas e judiciais previstas no contrato para cobrar os débitos acumulados, sem prejuízo da avaliação de propostas para regularização da dívida”, informou a Petrobras, em nota, ao Valor. “Assim, para resguardar os seus direitos e seguindo as regras contratuais acordadas entre as partes, a Petrobras realizou a suspensão do fornecimento de gás natural destinado à Usina Termelétrica de Aparecida, após notificações previstas no contrato”, informou a petrolífera. A Eletrobras Distribuição Amazonas possui cerca de 897 mil clientes, que consomem cerca de 6.439 GWh/ano. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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4 State Grid compra fatia da Camargo Corrêa na CPFL Energia
A gigante chinesa State Grid fechou um acordo para compra da participação de 23,6% que a Camargo Corrêa tem na CPFL Energia, informou a companhia em um fato relevante enviado à CVM. A State Grid vai desembolsar um valor da ordem de R$ 6 bi. A proposta de compra pela fatia que a Camargo Corrêa tem na CPFL Energia pela State Grid, de R$ 25 por ação, atribui um valor de R$ 12,20 às ações detidas pela elétrica, direta ou indiretamente, na CPFL Renováveis. A CPFL Energia tem 51,6% das ações da CPFL Renováveis. As ações da CPFL Renováveis fecharam o pregão de hoje cotadas a R$ 10,90. A oferta da chinesa foi estendida para o bloco de controle da CPFL, composto pela Previ e pela Bonaire. Devido ao direito de “tag along” de 100% previsto no acordo de acionistas da CPFL, que obriga que uma oferta nas mesmas condições seja feita aos demais acionistas, se o bloco de controle aceitar a proposta, a State Grid vai fazer uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) aos minoritários. A celebração efetiva do acordo acontecerá depois da conclusão de diligência feita pela compradora na CPFL Energia e em suas subsidiárias. Segundo a CPFL, após a efetiva celebração do acordo, terá início o prazo para que os demais signatários do acordo de acionistas exerçam o direito de preferência. Apurou-se que, com isso, a empresa pode desembolsar até R$ 25 bi por 100% das ações da companhia de energia, assumindo ainda R$ 15 bi em dívida, levando o total do negócio a R$ 40 bi. O valor de mercado da CPFL é de aproximadamente R$ 20 bi. Segundo uma fonte com conhecimento da situação, não é intenção da State Grid fechar o capital da CPFL. Se não houver adesão total dos minoritários à oferta, a companhia deve manter as ações em circulação no mercado. As conversas com a State Grid vinham sendo mantidas já há alguns anos, mas ganharam força nos últimos meses, de acordo uma outra fonte. A expectativa é que os demais controladores aceitem a oferta, considerada atrativa pelos envolvidos. A operação ainda está sujeita à aprovação da Aneel e do Cade. A State Grid foi assessorada na negociação pelo Bank of America Merrill Lynch e pelo Santander. (Valor Econômico – 01.07.2016)
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5 Chinesas mudam perfil do setor no Brasil
Com o acordo para aquisição da participação da Camargo Corrêa no bloco de controle da CPFL Energia, a State Grid tem a possibilidade de se consolidar a maior companhia privada integrada do setor elétrico brasileiro. A State Grid, se ficar com 100% da CPFL, vai se tornar uma empresa com forte presença em geração, transmissão e distribuição de energia no país. Há ainda um enorme espaço para crescimento da companhia no setor elétrico do país, uma vez que há um número elevado de ativos à venda e a empresas é citada com frequência como potencial compradora. Previ, que tem a maior participação na elétrica, ainda não tomou uma decisão sobre a venda de sua parcela de 29,4% Na sexta-feira, a CPFL Energia informou que foi comunicada pela Camargo Corrêa que o grupo concordou em vender sua participação de 23,6% na elétrica para a State Grid, a R$ 25 por ação ou cerca de R$ 5,85 bi. A chinesa foi assessorada pelo Bank of America Merrill Lynch e pelo Santander. A operação ainda depende da realização de diligência nas operações da CPFL pela chinesa e, depois, de aprovação pelo Cade e pela Aneel. Concluída a compra da CPFL, a State Grid vai acrescentar ao seu portfólio no Brasil a capacidade instalada de 3.144 MW e oito concessões de distribuição que têm 14,3% de participação no mercado brasileiro no segmento e foram responsáveis pelo faturamento de 57.558 GWh. O número não inclui a AES Sul, cuja aquisição pela CPFL foi anunciada em meados de junho, por cerca de R$ 1,7 bi. Se tudo correr como esperado, a oferta será estendida aos demais componentes do bloco de controle da CPFL, formado por Previ e Bonaire. Devido ao direito de "tag along" de 100% previsto no acordo de acionistas da CPFL, que obriga que uma oferta nas mesmas condições seja feita aos demais acionistas, se o bloco de controle aceitar a oferta, a State Grid vai fazer uma oferta pública e aquisição de ações (OPA) aos minoritários. A Previ, que tem a maior participação na elétrica, ainda não tomou uma decisão sobre a venda de sua participação na CPFL Energia, mas apurou-se que a fundação, a princípio, vê o negócio com bons olhos. Poderá, portanto, vir a integralizar sua fatia no bloco de controle da elétrica. Se o bloco de controle aceitar a oferta e a OPA tiver 100% de adesão, a State Grid pode desembolsar até R$ 25 bi pela companhia, assumindo ainda R$ 15 bi em dívida, levando o total do negócio a R$ 40 bi. O valor de mercado da CPFL é de aproximadamente R$ 20 bi. Segundo uma fonte com conhecimento da operação, não é intenção da State Grid fechar o capital da CPFL Energia, ao mesmo por enquanto. Se não houver adesão total dos minoritários à oferta, a companhia pretende manter as ações em circulação no mercado. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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6 CPFL pode ganhar um destaque maior na distribuição de energia
Com o acordo para aquisição da participação da Camargo Corrêa no bloco de controle da CPFL Energia, a State Grid tem a possibilidade de se consolidar a maior companhia privada integrada do setor elétrico brasileiro.Tendo a State Grid como sócia, a CPFL pode ganhar um papel ainda maior na consolidação do setor de distribuição de energia, a começar pela Celg D, que será privatizada em um leilão marcado para agosto. Em 2015, a CPFL teve lucro líquido de R$ 875 mi e Ebtida de R$ 4 bi. A companhia tem ainda uma atuação forte no segmento de comercialização, com 330 consumidores na carteira. Esse portfólio será somado aos mais de 7 mil km de linhas de transmissão que a State Grid tem em operação no Brasil hoje, e outros 6,6 mil km em construção, incluindo os dois linhões, com mais de 2 mil quilômetros cada, que vão escoar energia da UHE de Belo Monte para a região Sudeste. No primeiro linhão, a State Grid tem 51%, em parceria com a Eletronorte (24,5%) e Furnas (24,5%). No segundo, a empresa é controladora integral do ativo. O investimento na compra da CPFL ainda não teve um modelo de financiamento definido. O montante ultrapassa o aporte previsto pela companhia no país para 2016. Em entrevista, o presidente da State Grid no Brasil, Cai Hongxian, disse que a empresa pretendia investir R$ 1,6 bi no ano. O montante não incluia potenciais aquisições da empresa no período. Até 2020, o plano contava com investimentos de R$ 15 bi, sendo R$ 10 bi na construção das duas linhas de Belo Monte. A companhia ainda pode realizar outras aquisições pela frente. A State Grid confirmou que tinha interesse na aquisição dos ativos de transmissão da Abengoa, incluindo uma linha que vai escoar energia de Belo Monte para o Nordeste. A empresa também foi procurada pela Santo Antonio Energia, controlada pelas empresas Odebrecht, Cemig e Andrade Gutierrez. Juntas, as três empresas têm 51% da Madeira Energia (Mesa), sociedade que controla a hidrelétrica. Apurou-se, recentemente, que um grupo de negociadores foi à China negociar a venda de suas participações em Santo Antônio com as estatais chinesas, entre elas a CTG e a State Grid. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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7 Com venda da CPFL, grupo encerra investimento no setor elétrico
A venda da participação de 23,6% no capital da CPFL Energia para a State Grid, por R$ 5,85 bi, encerra um bem--sucedido ciclo de investimentos e participação no setor elétrico nacional desde a privatização da CPFL, em 1998, disse o grupo Camargo Corrêa, em comunicado. O negócio pode atingir R$ 25 bi pela totalidade das ações da elétrica, se todos os acionistas decidirem se desfazer de seus papéis. A Camargo Corrêa, que faz a gestão do portfólio de negócios do grupo, informou que recebeu a proposta que recebeu e aceitou a proposta vinculante da State Grid International Development Limited pela totalidade de sua participação acionária. As ações estão vinculadas ao bloco de controle da CPFL Energia. A companhia informou que a conclusão da operação está sujeita ao cumprimento de condições normais nesse tipo de negócio. Segundo apurou o Valor, as negociações começaram há cerca de três meses, com a aproximação do grupo chinês. Não havia um mandato de venda por parte da Camargo Corrêa. O valor da proposta foi atrativo, abrindo caminho para as negociações. A venda da fatia na CPFL se soma à de outros ativos, como a Alpargatas, em novembro do ano passado. Os recursos serão usados para equacionamento da dívida do grupo, principalmente da sua divisão de cimento, a InterCement/Cimpor. (Valor Econômico – 01.07.2016)
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8 CPFL Paulista conclui obra de rede subterrânea em Campinas
A CPFL Paulista concluiu a obra da rede subterrânea de 1.440 metros da Avenida Francisco Glicério, uma das principais de Campinas (SP). O investimento total da distribuidora na rede elétrica é cerca de R$ 13 mi. O projeto executado incluiu o enterramento de 31,5 km de fios das redes primária e secundária, o suficiente para fazer o trajeto em linha reta entre Campinas e Americana. Além de trazer inúmeros benefícios e melhorias na identidade visual do local, a rede subterrânea instalada terá o que há de mais moderno em equipamentos, com potência instalada de 4MVA e melhorando os indicadores de continuidade da CPFL Paulista. Na obra da avenida Francisco Glicério, as equipes da CPFL Paulista, com a ajuda de sete veículos da frota, removeram 130 postes, o que representa em torno de 7 estruturas por dia. No lugar, foram instalados 153 pontos de iluminação pública do tipo LED, que iluminam mais, são muito econômicas e trazem mais segurança para a população. Além das obras na avenida, a CPFL Paulista também concluiu a modernização do parque de iluminação pública das principais ruas da região central e do bairro Cambuí. O projeto consistiu na substituição de lâmpadas tipo vapor de sódio de 250W por modelos LED com potência de 100W. A iniciativa faz parte de um termo de cooperação técnica, assinado em abril deste ano entre a CPFL Paulista e a Prefeitura Municipal de Campinas, para a eficientização do sistema de iluminação pública vinculado ao Programa de Eficiência Energética. O investimento total nesta obra foi de R$ 1,230 mi. A expectativa é de que o novo sistema de iluminação gere uma economia de 574 MWh/ano, redução de 60% no consumo de energia da iluminação pública da região. (Agência CanalEnergia – 01.07.2016)
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9 Parceria entre Light e Farmanguinhos pode economizar R$ 800 mil por ano
O sistema de climatização inaugurado em junho passado pela distribuidora de energia Light no Complexo Tecnológico em Medicamentos (CTM) do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, tem expectativa de reduzir o consumo de energia na unidade da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) em torno de R$ 800 mil por ano. Para o coordenador do Programa de Eficiência Energética da Light, Antonio Raad, o conjunto de equipamentos instalados poderá futuramente, trazer mais economia para a Farmanguinhos, com diminuição da conta de energia de até R$ 1,5 milhão por ano, ou algo em torno de R$ 120 mil a R$ 130 mil por mês. “A gente espera que chegue até a R$ 1,8 mi. Para essa unidade produtora de medicamentos, reduzir custo operacional é importante, porque consegue produzir remédios a um custo mais baixo”, disse Raad. “A diminuição que a gente estima é entre 10% e 15% na conta de energia, direto, além de outros benefícios de segurança, melhoria da flexibilidade operacional, preservação do meio ambiente”. (Agência Brasil – 03.07.2016)
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10 Grupo chinês começa oficialmente a operar hidrelétrica de Ilha Solteira
As usinas hidrelétricas de Ilha Solteira (SP) e Jupiá, que ficam no rio Paraná já tem uma nova direção: a CTG Brasil. As duas concessões foram compradas durante um leilão em novembro do ano passado por R$ 14 bi. A empresa chinesa pode operar as usinas pelos próximos 30 anos. As regras trabalhistas, fiscais, de geração de energia são brasileiras, mas a gestão, a administração, a quantidade de funcionários a ser aumentada ou diminuída isso já é escolha dos estrangeiros. A mudança foi marcada por uma cerimônia discreta entre representantes chineses, funcionários e imprensa nesta sexta-feira (1º). Um marco histórico do fim da era Ces, e um novo ciclo para as usinas. “Grande desafio é manter o sistema confiável, estável e bom serviço para a população”, afirma o diretor de operação César Teodoro. Com o domínio das duas concessões, a empresa chinesa se tornou a segunda maior geradora privada de energia do Brasil, com capacidade total instalada de seis GW. Isso representa energia elétrica para 17 milhões de brasileiros. Com as duas concessões, a CTG Brasil será a primeira empresa estrangeira a assumir sozinha a gestão de uma hidrelétrica no Brasil. (G1 – 02.07.2016)
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11 Usina de Santo Antônio liga sua última turbina
A Hidrelétrica de Santo Antônio colocou em operação na semana passada a última turbina. A usina, que começou a gerar eletricidade em 2012, conseguiu acionar a 44.ª turbina um mês antes do previsto em seu cronograma. A partir de agora, Santo Antônio vai produzir 2,218 mil megawatts médios, o equivalente a 4% da carga nacional e ao consumo de 40 milhões de pessoas. O presidente da concessionária Santo Antônio Energia, Eduardo de Melo Pinto, considera que a usina atingiu o marco mais importante de sua história. É o primeiro dos grandes projetos estruturantes de energia a ficar pronto – Jirau e Belo Monte estão em fase de motorização. Leiloada em 2007, a usina nas margens do Rio Madeira, em Rondônia, foi arrematada por um preço final de R$ 78,87 o megawatt hora (MWh), por um consórcio liderado por Furnas e composto por Odebrecht, Andrade Gutierrez, Cemig e um fundo de investimentos formado por Banif e Santander – hoje pertencente à Caixa Econômica. Com custo de R$ 20 bi, a usina de Santo Antônio esteve próxima de quebrar. Ao longo dos últimos anos, atrasos no processo de licenciamento ambiental, greves, problemas com o rendimento de suas turbinas e a seca causaram um prejuízo de R$ 5,6 bi para a concessionária, calcula o presidente da Santo Antônio Energia. A empresa pleiteia o ressarcimento desses custos à Aneel e na Justiça, onde obteve liminares para limitar o rombo. Nove anos depois da licitação, os sócios privados iniciaram negociações para vender sua participação para companhias chinesas. O governo também já anunciou a intenção de vender a fatia de empresas do Grupo Eletrobrás nos empreendimentos organizados em SPE), caso da Santo Antônio Energia. Mesmo com os problemas financeiros e as notícias a respeito da venda de fatias da concessionária, o executivo nega que a usina tenha se tornado um mau negócio. “Ele ressalta, porém, que a mudança na composição acionária da concessionária não afetaria a operação do empreendimento. (O Estado de São Paulo – 04.07.2016)
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12 Trabalhadores da Eletrobras aprovam greve de 72 horas
Sindicatos de trabalhadores da Eletrobras marcaram greve de 72 horas a partir da próxima segunda-feira, para pressionar pelo fechamento de um acordo salarial melhor e também contra prováveis privatizações de ativos da companhia. A Eletrobras, por sua vez, afirmou em comunicado enviado aos trabalhadores que vai respeitar o direito de greve, mas que cortará o ponto daqueles funcionários que não comparecerem ao serviço, atribuindo falta injustificada. A companhia afirmou ainda que os trabalhadores deveriam refletir sobre a crise atual da empresa, que “acumula nos últimos quatro anos mais de R$ 30 bi de prejuízo”, segundo comunicado da empresa divulgado pelo sindicato. Além da greve, os trabalhadores marcaram para o dia 6 de julho um ato contra a privatização no Sistema Eletrobras e por um melhor acordo coletivo de trabalho, além de participação nos lucros e resultados. A manifestação está prevista para ser realizada em frente à sede da Eletrobras, no Rio de Janeiro. A paralisação foi marcada em assembleias realizadas na sexta-feira, em um momento em que investidores se animam com a possibilidade de uma série de privatizações em energia, que poderiam atingir proporções não vistas desde um amplo programa de venda de estatais brasileiras nos anos 1990. As federações sindicais estão prometendo resistir ao movimento de venda de ativos sinalizado pelo governo do presidente interino Michel Temer. (O Globo – 02.07.2016)
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Leilões
1 Leilão de energia de outubro será de reserva e incluirá solar e eólica
O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Eduardo Azevedo, disse nesta sexta-feira que o leilão de energia de outubro será do tipo de reserva. As fontes que serão contratadas ainda não foram definidas, mas os projetos solar e eólica estão confirmados, segundo ele. Azevedo disse que o governo deve lançar “em não mais que um mês” a portaria que trará os detalhes do próximo leilão, de outubro. O secretário afirmou também que o governo avaliará a isenção de IPI e ICMS para alguns dos componentes de sistemas fotovoltaicos. “O pleito [isonomia tributária] é perfeitamente legítimo e vamos brigar para que ele aconteça”, disse Azevedo, durante o evento Brasil Solar Power. Essa bandeira é defendida pela Absolar. O presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, apresentou um conjunto de propostas de estímulo ao desenvolvimento do mercado de energia solar no Brasil, entre eles a isonomia tributária. Além da isonomia tributária, a Absolar propõe a contratação anual de ao menos 2 GW de fonte solar por meio de leilões específicos e a ampliação da duração de contratos de fontes solar, de 20 anos, para 25 a 30 anos. Azevedo comentou, também, sobre os planos do governo de leiloar os projetos de transmissão da Abengoa. A ideia, segundo ele, é incluir as linhas que ainda não tiveram as obras iniciadas no próximo leilão de transmissão, que incluirá outros projetos além dos da Abengoa. A expectativa é que a licitação seja realizada até o final do ano. (Valor Econômico – 01.07.2016)
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2 Modelo de leilão de reserva pode vir a ser revisitado, considera Luiz Barroso
Em sua primeira aparição pública desde que foi indicado para a EPE, o especialista Luiz Augusto Barroso deu alguns sinais do que pode acontecer no planejamento energético. Em participação no Brasil Solar Power, realizado nesta sexta-feira, Barroso, que ainda aguarda o decreto no DOU, disse que o conceito de leilão de reserva poderia vir a ser revisitado, diante do desdobramento da aplicação da modalidade de leilão. Falando como pessoa física, Barroso explicou que o leilão de reserva foi criado inicialmente para, entre outras razões, corrigir a garantia física de hidrelétricas, para evitar a mudança do que se chama de lastro de papel, ou seja, de usinas com menos energia assegurada do que o previsto, e atender a eventuais atrasos de usinas negociadas em leilões regulados. Só que em paralelo ao objetivo inicial, o governo passou a recorrer aos leilões de reserva como instrumento de política pública, para estimular a formação de uma cadeia produtiva de fontes até pouco tempo consideradas como pouco competitivas, como eólicas e solares. Esse comportamento vinha sendo adotado de forma independente do planejamento energético. (Agência Brasil Energia – 01.07.2016)
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Oferta e Demanda de Energia
Elétrica
1 Consumo de energia sobe 0,8% em maio, segundo a EPE
O consumo nacional de energia elétrica subiu 0,8% em maio, na comparação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados hoje pela EPE, vinculada ao MME. No entanto, no acumulado do ano, de janeiro a maio, o consumo de energia registrou queda de 2%. De acordo com a EPE, o resultado de maio foi influenciado pelo crescimento de 3,5% do consumo residencial, atribuído ao efeito das baixas temperaturas em grande parte do país. A Região Sul, onde o consumo das residências mostrou a maior alta (7,4%) e que representa 15% do mercado residencial, respondeu sozinha por 30% do aumento mensal do consumo dessa classe de consumidores. Já o consumo de eletricidade do comércio e serviços teve aumento moderado em maio, de 0,6%, enquanto o consumo industrial caiu 3,2%, acumulando queda de 5,7% nos cinco primeiros meses deste ano. As maiores baixas no consumo de energia da indústria foram observadas no Nordeste do país (-5,1%) e no Sudeste (-4,3%). O relatório da EPE mostra também que dos 14 setores industriais que mais consomem energia, correspondendo a 89,7% da demanda industrial, apenas quatro tiveram aumento do consumo em maio: bebidas, com alta de 3,9%; metalurgia (+2,9%); papel e celulose (+2,8%); e produtos alimentícios (+1,9%). (Agência Brasil – 01.07.2016)
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2 Novas projeções de demanda para os próximos anos
A EPE reviu as projeções de demanda de eletricidade para os próximos dez anos. O crescimento médio estimado pela empresa para o consumo nacional de energia é de 3,8% ao ano até 2025, com destaque para a Região Norte, onde é prevista expansão de 5% ao ano. Em relação ao consumo de eletricidade por classes, a projeção é que o consumo comercial crescerá 4,5% ao ano na próxima década; o residencial, 4% ao ano; e o industrial tenha aumento de 3,2% ao ano. De acordo com análise da EPE, o consumo da indústria crescerá menos nos primeiros cinco anos em função da “conjuntura desfavorável, perdendo participação devido ao baixo desempenho das indústrias de transformação e construção civil” (Agência Brasil – 01.07.2016)
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3 Sudeste deve manter envio de 3 mil MW para Nordeste até 2017, estima ONS
O envio de 3.000 MWmed de energia do Sudeste para o Nordeste como forma de suprir o submercado que ainda possui armazenamento dos reservatórios em níveis ainda baixos deve perdurar provavelmente até 2017, segundo disse o diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata. De acordo com ele, não deve haver uma reversão total das condições climáticas da região de modo que eleve rapidamente o nível dos reservatórios. Barata, que participou do Brasil Solar Power, afirmou que o CMSE ainda deve avaliar se há a necessidade de retorno da geração térmica de forma prolongada, como vinha ocorrendo até maio, para recompor os reservatórios. A ideia é operar de acordo com o resultado dos modelos, mas com olhar especial para os reservatórios de Sobradinho, que possuem percentuais considerados baixos. "A gente tem feito uma operação para que cheguemos em novembro, no fim da estação seca, com os reservatórios em boas condições", salientou. (Agência Brasil Energia – 01.07.2016)
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4 UHE Santo Antônio ajudará a solucionar blecautes no norte do país
Após a entrega das 44 turbinas para o mercado nacional, a usina de Santo Antônio deve iniciar em agosto a montagem das seis máquinas destinadas exclusivamente aos Estados de Acre e Rondônia. Elas devem resolver o problema dos blecautes que atingem a região há anos. Somente no ano passado, foram 15 apagões. A concessionária construiu 20 quilômetros de linhas de baixa tensão para conectar essas máquinas diretamente ao sistema regional da Eletronorte, em uma subestação que fica em Porto Velho, na BR-364. Assim, será possível formar uma “ilha” para elevar a estabilidade do fornecimento da região e blindá-la de eventuais quedas de abastecimento pelo linhão do Madeira. Por estarem no fim da linha de transmissão, Rondônia e Acre são os primeiros Estados que ficam sem energia e os últimos a terem o abastecimento restabelecido. Quando a montagem dessas turbinas for concluída, em novembro, a usina será responsável por suprir 40% da demanda dos dois Estados. (O Estado de São Paulo – 04.07.2016)
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5 PLD de Sudeste e Sul sobe para R$ 82,88/MWh
Mesmo depois de uma elevação de 30% na semana passada, o PLD subiu 12,5% nos submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul entre 2 e 8 de julho, para R$ 82,88/MWh na média das cargas. As regiões Nordeste e Norte, por outro lado, registraram queda de 8% e 19% na semana, para R$ 95,95/MWh e R$ 84,14/MWh, respectivamente. Já com relação ao CMO, utilizado na base de cálculo do PLD, os valores também seguiram em alta no Sudeste/Centro-Oeste e Sul, passando de R$ 47,98/MWh para R$ 54,12/MWh. Para Nordeste e Norte, houve queda de 9% na semana, e a média da primeira semana de julho ficou em R$ 97,69/MWh. (Agência Brasil Energia – 01.07.2016)
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Meio
Ambiente
1 Índios mundurucus querem evitar a construção da hidrelétrica São Luiz no rio Tapajós
O MME disse, em nota, que as hidrelétricas são importantes para o crescimento do país "com nossa geografia favorável à geração desse tipo de energia, que ainda é a mais barata disponível". Segundo a nota, os "empreendimentos hidrelétricos modernos têm como característica o respeito ao ambiente e às populações locais" e o governo "está permanentemente aberto ao diálogo com as comunidades". Defensores do projeto dizem que o país não pode abrir mão de uma fonte de energia renovável e barata. Os índios mundurucus se queixam de que o estudo e o relatório de impacto ambiental de São Luiz foram feitos sem ouvi-los, como manda a legislação brasileira. Mas não deixam margem para dúvida: a única resposta que pretendem dar é "não". Contam com o apoio de ONGs como o Greenpeace e o Cimi (Conselho Indigenista Missionário, da Igreja Católica), assim como o Ministério Público Federal, para barrar o processo de licenciamento.Agora, com a quase oficialização da terra indígena Sawré Muybu, ganham substancial vantagem jurídica em eventual processo no Supremo Tribunal Federal. (Folha de São Paulo – 03.07.2016)
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2 Ministro do Meio Ambiente considera dispensável a energia da hidrelétrica São Luiz do Tapajós
O ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho (PV), considera dispensável a energia da hidrelétrica São Luiz do Tapajós. A seu pedido, técnicos do ministério buscam alternativas para propor ao presidente interino, Michel Temer (PMDB), com destaque para a geração eólica. "A combinação de fontes renováveis e limpas como eólica, solar e de biomassa desponta como a chave para o atendimento da demanda prevista com menor potencial de impacto negativo", informa nota do ministério. Zequinha Sarney, como é conhecido, se diz "contrário a qualquer projeto que não garanta o efetivo equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e social com a manutenção ou melhoria da qualidade ambiental". (Folha de São Paulo – 03.07.2016)
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3 GESEL: hidrelétricas são a melhor opção tanto em termos econômicos quanto do ponto de vista de operação
Os dados [sobre as hidrelétricas] têm de entrar na conta na hora da avaliação do impacto ambiental da construção, afirma Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro - GESEL. "Você tem que fazer uma análise comparativa com outras fontes antes de dizer não", afirma. Para ele, usinas hidrelétricas são a melhor opção tanto em termos econômicos quanto do ponto de vista de operação, já que não sofrem da intermitência que caracteriza a eólica, por exemplo, que depende de ventos. Atualmente, um grupo formado por Eletrobras, Eletronorte, GDF Suez, EDF, Neoenergia, Camargo Corrêa, Endesa Brasil, Cemig e Copel elabora estudos sobre o aproveitamento hidroelétrico da bacia do Tapajós, o que indica potencial interesse na obra. Castro, da UFRJ, inclui ainda empreiteiras entre as interessadas no projeto. (Folha de São Paulo – 03.07.2016)
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4 Veículo elétrico ensaia primeiros passos no Brasil
O que vem primeiro a demanda ou a oferta de um produto para a sociedade? Esse questionamento tem sido a base das discussões sobre o veículo elétrico no Brasil no momento. Enquanto em diversos países a participação de automóveis elétricos ou híbridos avança, por aqui as conversas ainda se concentram em como estabelecer mecanismos que incentivem a troca os veículos a combustão pelo que se utiliza de energia elétrica para se movimentar. Paralelamente estão em pauta duas frentes, uma no Senado e outra na Aneel. De prático apenas a sinalização de que ainda há um longo caminho a percorrer para que os brasileiros passem a conviver com essa categoria de automóveis. Para efeitos de comparação, o volume de vendas de veículos leves – categoria que envolve automóveis e comerciais leves – no ano de 2014, quando a indústria automotiva apresentou seu maior volume de vendas da história, somou mais de 3,333 milhões de unidades. Os números são da Anfavea, a associação que representa as montadoras no país. Nesse mesmo período, as vendas de veículos híbridos e elétricos no país chegaram a apenas 851 unidades, ou menos de 0,03% do mercado total. Esses números atestam o que a Associação Brasileira de Veículos Elétricos afirma de que o país ainda está muito longe da realidade mundial em termos de penetração dessa categoria no mercado local. E, apesar dos passos que estão sendo ensaiados, o ritmo está aquém do que se espera para o desenvolvimento do mercado nacional de elétricos. "Temos três mil carros rodando no país ante uma frota de cerca de 40 milhões de veículos no país. Para se ter uma ideia, somente no Japão as vendas estimadas de carros híbridos ou elétricos em 2015 foram de cerca de 1 milhão de unidades, nos Estados Unidos passou de 750 mil", comparou o presidente executivo da ABVE, Ricardo Guggisberg. Em sua avaliação as discussões que estão sendo feitas no Senado, que se referem ao PLC 65/2014, que tem como objetivo principal instituir a obrigatoriedade de pontos de recargas para veículos elétricos em vias púbicas e em ambientes residenciais e comerciais, são insuficientes para realmente estimular o avanço do setor no país. Além da infraestrutura, de abastecimento, o que falta ao país é estabelecer uma real política de incentivos fiscais para que o veículo elétrico seja atrativo ao consumidor. Essa atratividade recai basicamente sobre o preço do veículo elétrico para o consumidor final ante os tradicionais movidos a motor a combustão. (Agência CanalEnergia – 01.07.2016)
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5 CPFL Energia cobra política de incentivos ao veículo elétrico
O diretor de Estratégia e Inovação da CPFL Energia, Rafael Lazzaretti, diz que o momento exige que se tenha uma política de incentivos ao veículo elétrico. A abordagem dada no projeto que está em tramitação no Senado é correta, até porque é necessário ter a infraestrutura para atender a demanda, seja por meio de parcerias com o setor privado ou a criação de mecanismos de remuneração para viabilizar o retorno do investimento e assim trazer maior confiança ao consumidor proprietário do veiculo elétrico ou àquele que pensa em ter um. "Vários países com a infraestrutura implementada começaram com incentivo como nos Estados Unidos, mais especificamente na Califórnia, assim como na Europa. Nosso entendimento é de que devemos ter um nível mínimo de confiança do usuário (..) é necessário ter a evolução da infraestrutura par vencer a inércia e aí teremos o crescimento do mercado em número e unidades e em demanda", explicou o executivo da CPFL. Contudo, Lazzaretti concorda que somente a estrutura de abastecimento não é suficiente. O executivo reforça a visão da ABVE, entidade da qual é vice presidente de infraestrutura, e defende a adoção de uma política pública de incentivo à aquisição. Hoje, conta ele, o custo do veículo impede que a curva de custos de combustível e manutenção entre um elétrico e um a combustão se encontre no ciclo de vida útil desses veículos. Os custos do elétrico são mais baixos que os tradicionais, mas o custo de aquisição impede de que no final ele tenha sido mais vantajoso, pois a diferença ainda é muito elevada. Mas, ressalta ainda que o câmbio ainda apresenta um impacto importante nessa conta. "Com um câmbio menos pressionado no final das contas o elétrico acaba sendo mais vantajoso", comentou ele. Segundo dados levantados pela CPFL Energia em seu projeto de P&D de mobilidade elétrica, que está em andamento, a companhia concluiu que o valor do quilômetro rodado de um automóvel a combustão é de aproximadamente R$ 0,28 enquanto que o do elétrico é de R$ 0,10. Outra questão importante é que o avanço da frota de veículos elétricos teria um impacto pequeno na demanda por energia. As projeções iniciais dão conta de que o uso desses automóveis ampliaria o consumo de energia entre 0,6% e 1,7% no SIN em 2030, considerando um número entre 5 e 13,3 milhões de unidades em circulação. De acordo com a CPFL, somente um programa de abastecimento não levará ao crescimento de mercado de mobilidade elétrica. (Agência CanalEnergia – 01.07.2016)
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6 Aneel: veículos elétricos já é assunto incluído na Agenda Regulatória
No momento, o Brasil não dispõe de regulação específica para os veículos elétricos. Mas, em função do que a Aneel chamou de interesse crescente pelo tema e de já existirem interessados em desenvolver uma infraestrutura de recarga para veículos no país, esse assunto foi incluído na Agenda Regulatória, tanto que está em andamento uma consulta pública acerca disso. A agência reguladora também acredita que é preciso se estabelecer uma política pública abrangente de incentivo à mobilidade elétrica, caso essa venha a ser a escolha do Brasil. A partir daí, continua a Aneel, a ampliação da infraestrutura seguirá o crescimento da demanda, pois, do ponto de vista econômico, só faz sentido investir no desenvolvimento da infraestrutura se houver um número significativo de veículos em circulação. Uma vez que, ao longo dos primeiros anos, o número de veículos em circulação será insuficiente para sustentar modelos de negócio calcados exclusivamente na recarga (em especial se forem do tipo recarga rápida, cujos custos de aquisição e instalação dos equipamentos se aproximam de R$ 100 mil por ponto de recarga), a experiência internacional tem mostrado a necessidade de participação pública, seja ela federal, estadual ou municipal, para promover a infraestrutura pública de abastecimento. Na nota técnica que trata do tema há questionamentos acerca da natureza do abastecimento dessa categoria de veículos. Um dos pontos para o debate é justamente se a utilização da estação de recarga na situação caracteriza¬se ou não como fornecimento de energia para terceiros. E ainda, se as distribuidoras poderiam concorrer com esse tipo de serviço, o que na avaliação do corpo técnico da agência é uma das principais questões da consulta e de uma provável Audiência Pública que o tema deverá provocar. "Para início do debate, levanta¬se a hipótese de que as distribuidoras não deveriam participar diretamente do mercado de prestação de serviços de recarga por estes se configurarem em atividades estranhas ao objeto da concessão e para assegurar a participação de outros interessados nesse mercado em igualdade de condições", explicou a Aneel. Além disso, o entendimento preliminar da agência é de que os serviços associados à recarga de veículos elétricos não deveriam ter preços regulados a fim de se possibilitar diferentes propostas de valor para os consumidores e pelo fato do custo da energia não ser o mais significativo. A Aneel obteve informações que indicam que não passa de 20% dos custos totais. (Agência CanalEnergia – 01.07.2016)
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Energias Renováveis
1 Energia eólica: redução dos investimentos do BNDES será causado pela regulamentação do setor
O motivo da estimativa de redução do financiamento no setor eólico a partir do ano que vem não está relacionado a decisões da nova administração do BNDES. É que, pela regulamentação do setor, os financiamentos estão associados à venda de energia nos leilões promovidos pela Aneel. As vendas mais expressivas da curta história das eólicas no Brasil se deram nos seis leilões realizados entre 2013 e 2014 quando 6,9 GW foram vendidos. Entretanto, já vem sendo verificada uma redução dos volumes ano a ano. Em 2013, três leilões venderam 4,7 GW; em 2014 o volume já caiu para 2,24 GW e em 2015 1,77 GW. “Existe um tempo entre a energia vendida no leilão, a assinatura dos contratos entre os compradores e os financiadores e a implementação dos projetos”, explicou Lígia Barros, chefe do Departamento de Energias Alternativas do banco. Daí porque o volume de desembolsos de 2015, de R$ 6 bi não está relacionado ao resultado do leilão daquele ano, mas sim aos certames dos anos anteriores. “A alta em 2015 reflete a maturação dos projetos, especialmente os que venderam energia entre 2013 e 2014”, explica a executiva do BNDES. “Para 2016, a expectativa ainda é de alta porque há projetos daquele período (2013--2014) sendo maturados”. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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2 BNDES prevê aplicar um aporte de R$8 bi em projetos de energia eólica
O principal financiador de energia em geral e eólica é o BNDES que este ano prevê aplicar R$ 8 bi. Ligia Ferreira e Marcus Cardoso, respectivamente chefe e gerente do Departamento de Energias Alternativas do banco, relatam que desde 2002, quando realizou suas primeiras operações com energias renováveis, o BNDES já aprovou R$ 25,120 bi que financiaram mais de 76 complexos em eólicas com capacidade de geração de 9 GW. O BNDES opera na energia eólica com financiamentos de longo prazo para as empresas que ganharam a concorrência, mas ainda não fecharam os acordos de preços ou com fornecedores de aero geradores, de serviços de manutenção, obras civis e outros. Há anos o banco de fomento vem tentando estimular a emissão de debêntures de infraestrutura como substituto do empréstimo bancário nos projetos de energia. Mas os subsídios do governo federal embutidos nos empréstimos, associados à pouca atratividade das debêntures para os investidores no mercado de capitais, torna essa opção pouco representativa. O BNDES geralmente entra com no máximo 70% do valor em empréstimos. Dos 35% a 40% restantes, a emissão de debêntures tem representado não mais que 10% a 15% e o restante é capital próprio dos acionistas. “De 2013 até agora houve um pouco mais de abertura para as debêntures, mas o mercado de capitais está restritivo e além disso, não há incentivo para os investidores institucionais”, afirma Marcelo Girão, responsável pelo setor de energia da área de project finance do Itaú BBA. Girão explica que as debêntures incentivadas para infraestrutura oferecem atualmente um rendimento equivalente a juros em torno de 6,10% ao ano, mais a variação da inflação pelo IPCA e um prêmio entre 2,5% e 3% para projetos eólicos. No entanto, concorrem pelo dinheiro dos investidores com títulos do Tesouro equivalentes (NTN-B) cujo risco de crédito é praticamente zero.Dessa forma, a oferta fica limitada a pessoas físicas que não compreendem o risco do papel. Gustavo Sousa, diretor financeiro e de Relações com os Investidores da CPFL Renováveis, relata que a empresa tem 1,8 GW de capacidade eólica, sendo 1,1 GW de crescimento orgânico e tem R$ 2 bi em investimentos programados para os próximos cinco anos. A maior parte dessa capacidade foi financiada com recursos do BNDES e grandes bancos privados, mas ele está acompanhando a evolução do mercado de debêntures diante da nova conjuntura econômica resultante das mudanças políticas. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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3 Queda no ritmo da contratação de energia nova preocupa fornecedores da cadeia de eólica
“Temos condições de criar uma cadeia produtiva forte, mas é preciso que a EPE e o MME olhem o setor eólico como um investimento estratégico, especialmente na região Nordeste, responsável por 90% da geração”, diz o diretor de energia eólica da Weg, João Paulo Gualberto da Silva. Na sua avaliação, o mercado brasileiro precisa contratar pelo menos 2 GW em 2016, ou haverá crise no setor. Se esse volume for próximo de zero, ele acredita que pode ocorrer um forte impacto entre as empresas, com fechamento de fábricas e demissões. No final de 2014, a Weg forneceu os primeiros aerogeradores ao mercado. Desde então, a multinacional brasileira com sede em Jaraguá do Sul (SC) tem ampliado os investimentos nesta e em outras fontes de energia renovável, apesar dos efeitos da crise econômica na demanda energética. Um novo aerogerador de 3,3 MW, com desempenho 20% superior aos existentes no mercado, está sendo desenvolvido pela Weg junto com a Engie Tractebel Energia. A máquina será a primeira de fabricação nacional e deve ser lançada em 2018. O projeto conta com consultorias de cinco países e foi orçado inicialmente em R$ 48 mi, mas esse valor subiu para R$ 92 mi por causa da desvalorização cambial. Agora as empresas buscam mais um ou dois parceiros que tenham recursos de P&D para viabilizá--lo. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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4 Segundo Zamprona, contratação de energia de reserva é fundamental para o sistema elétrico
A contratação de energia de reserva é fundamental para garantir a segurança do sistema elétrico, afirma o presidente da Vestas do Brasil, Rogério Zamprona. Para ele, a crise ainda não chegou à indústria eólica, mas “já mostrou os seus dentes” e deve ser enfrentada com visão de longo prazo. O grupo dinamarquês Vestas Wind é líder mundial no segmento, com projetos em 75 países e 57 mil turbinas instaladas. Presente no Brasil há 15 anos, tem 550 MW de contratos assinados nos últimos 12 meses. Um grande cliente da empresa é a Honda, que em 2014 inaugurou seu primeiro parque eólico do mundo em Xangri-lá (RS). Em janeiro, a Vestas inaugurou uma fábrica de turbinas em Arquiraz (CE). O investimento de 32 mi de euros gera 300 empregos diretos e visa atender a carteira de pedidos até o início de 2018 com turbinas “tropicalizadas” para as características dos ventos brasileiros. Outras 400 vagas foram criadas em Pecém (CE), na fábrica da parceira Aeris, sua fornecedora de pás. No horizonte de planejamento está a expansão das vendas para o Mercosul e outros países sul-americanos. Qualificação profissional e inovação tecnológica são prioridades estratégicas da Vestas. Dezenas de empregados brasileiros de “chão de fábrica” têm a oportunidade de trabalhar em projetos na Dinamarca, Espanha, Estados Unidos e Austrália. Da mesma forma, os projetos no Brasil recebem mão de obra estrangeira. Há dois meses a empresa lançou o protótipo de uma turbina com quatro rotores e 12 pás, que ficará em testes por um ano na Dinamarca. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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5 Expectativa da cadeia de bens e serviços da indústria eólica é pela retomada do crescimento
A cadeia de bens e serviços da indústria eólica abrange cinco grupos de atividades: fornecimento de materiais e componentes, montagem de aerogeradores, serviços de logística e operações, geração e distribuição de energia, e pesquisa e desenvolvimento. Muitos fornecedores reduziram o ritmo de produção, mas se dizem prontos para retomá-la quando a demanda pela energia dos ventos voltar a crescer. No Brasil, dois grandes polos concentram as empresas do setor: um na região Nordeste, envolvendo Bahia, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte; e outro no Sudeste e Sul, em São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Essa distribuição espacial se deu pela necessidade de estar próximo aos locais de grande potencial eólico e pela questão logística. Para as fábricas de pás, que chegam a 60 m, é vital estar perto de portos. As torres de concreto costumam ser montadas dentro dos parques, por causa de seu peso e da dificuldade de transporte rodoviário. Já a fabricação de fundidos e laminados se concentra nos Estados de São Paulo e Minas Gerais, pois as fundições estão perto dos fornecedores de ferro-gusa e precisam produzir em escala para tornar a atividade viável. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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6 Queda das vendas de aço representa a retração da indústria eólica
A queda das vendas de aço é um bom termômetro da retração da indústria eólica. Desde 2011 a Usiminas fornece aço de alta resistência para torres eólicas, mas nos últimos anos os negócios desaceleraram. Em 2012, as vendas da empresa dobraram na comparação com o período anterior e o mesmo ocorreu em 2013. Já em 2014, esse aumento foi de 32% e em 2015, de apenas 10%. Nos primeiros cinco meses de 2016, as vendas caíram pela metade. Sua usina de chapas grossas localizada em Cubatão (SP) está parada temporariamente por falta de demanda. “Estamos preparados para ampliar a produção quando a economia se recuperar”, destaca o gerente geral de atendimento ao cliente, garantia da qualidade e produto, Eduardo Sarmento. A Algolix, fornecedora de componentes usinados, também enfrenta redução nos pedidos, mas seu diretor geral, Reginaldo Finisguerra, trabalha com a perspectiva do reaquecimento. Ele acredita que, no médio e longo prazo, a demanda de contratação energia eólica no Brasil deve se estabilizar em torno de 2 GW anuais. Fundada há 50 anos, a empresa fabrica studs — peças que conectam as pás ao rotor —, barras de ancoragem das torres, dispositivos de montagem e componentes da nacele, o compartimento que abriga o mecanismo do aerogerador. “Nossa experiência de mais de 20 anos no Brasil nos mostra que as crises, por pior que sejam, são passageiras e que precisamos estar preparados para os ciclos de crescimento”, diz o presidente da Wobben Windpower, Fernando Real. Ele destaca que os R$ 250 mi em investimentos no Brasil foram feitos com visão de médio e longo prazo. Com fábricas em Sorocaba (SP), Pecém (CE) e Juazeiro (BA), a empresa comprou este mês uma nova unidade em Guaíba (RS) para produção de torres metálicas e de concreto. O objetivo é atender os parceiros com projetos no Rio Grande do Sul e também a exportação — inicialmente para o Uruguai. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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7 Investimentos em eólica somam US$ 28 bi em dez anos
Em pouco mais de dez anos, o Brasil se tornou um dos maiores mercados de energia eólica no mundo. Entre 2006 e 2015, o setor recebeu US$ 28 bi em investimentos, sendo que ano passado foram US$ 5 bi, o que fez o país se tornar um dos quatro maiores investidores do planeta nessa fonte, cenário que pode se manter ao longo dos próximos anos, diante da dificuldade de licenciamento de grandes hidrelétricas e baixa disponibilidade de gás. Com 349 usinas no total, o ano passado terminou com 8,7 mil MW de potência eólica instalada, um crescimento de 46% de potência em relação a dezembro de 2014 e que fez o país figurar entre os dez maiores geradores da fonte no mundo. Neste ano, a capacidade deve pular para 11,6 GW em dezembro e chegar a 18,8 GW em 2019. Em 2024, a energia hidroelétrica responderá por 58%, as eólicas, 11%, a solar, 3%, e as térmicas, 14%, segundo perspectiva preliminar do Plano Decenal 2024, elaborado pela EPE. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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8 Apesar do baixo aproveitamento do potencial eólico, CPFL enxerga cenário promissor
A CPFL Renováveis enxerga um cenário promissor para a fonte eólica diante de um consumo per capita ainda baixo. Hoje, o consumo per capita brasileiro está em cerca de 2,5 mil kWh por habitante, abaixo do registrado na Argentina e Chile (3.300 kWh), e muito inferior ao apurado nos Estados Unidos, acima dos 12 mil kWh por habitante. "O Brasil ainda aproveita menos de 10% do potencial eólico e as usinas operam com fator de competitividade de 50% a 60%, bem acima da média mundial, com impactos ambientais mais baixos que as hidrelétricas. É preciso que a conjuntura afete sempre pouco o planejamento de longo prazo, já que demoram--se anos para erguer um projeto, seja eólico ou hidrelétrico", afirma o diretor de novos negócios, Alessandro Gregori Filho. O avanço dos ventos na matriz tem atraído a atenção de investidores tradicionais e novos players. Para Gregori Filho, a movimentação no mercado deve ser mais intensa nos próximos meses. "O principal risco é a falta de liquidez, que pode reduzir o dinheiro para o financiamento de longo prazo para empresas sem estruturação ou que ainda não estão com projetos em operação, o que deve estimular o mercado de fusões e aquisições." Outro fator que incentiva essa troca de cadeiras é a Operação Lava-Jato, que poderá fazer com que empresas se desfaçam dos seus ativos na área para aumentar sua liquidez. A alta do dólar e a nova política de financiamento do BNDES, que deve reduzir sua participação nos projetos de energia eólica, poderão ter impacto sobre a cotação da fonte. "Quando o custo de capital aumenta, a tendência é de que os preços sejam afetados, mas a tecnologia também avança, então o câmbio e o financiamento não deverão ser integralmente repassados aos preços", aponta. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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9 Votorantim Enegia investe na construção de parque eólico
A Votorantim Energia, uma das empresas recentes ingressantes do mercado eólico, estudou o mercado por três anos e decidiu investir R$ 1 bi na construção de sete parques eólicos no interior do Piauí, com capacidade instalada total de 206 MW e entrada em operação em 2018. Assim, a empresa diversifica seu parque gerador, com capacidade instalada em operação de 2,6 GW, distribuídos em 32 usinas hidrelétricas, além de cinco usinas de cogeração. O projeto eólico Ventos do Piauí teve 90% de sua energia direcionada para o mercado regulado por meio da venda no leilão A-3 de agosto de 2015. "Os 10% remanescentes serão comercializados no mercado livre, ou pelo modelo de autoprodução, para empresas que têm interesse em ganhar competitividade com esse insumo estratégico, bem como se proteger da variação do preço da energia e dos encargos setoriais, que têm subido razoavelmente nos últimos anos", afirma Fabio Zanfelice, presidente da Votorantim Energia. Ele ressalta que o foco no momento é a construção dos parques no Piauí, mas a empresa avalia outras possibilidades futuras nessa estratégia de negócios, por exemplo, a expansão da geração eólica no Nordeste para até 600 MW de capacidade instalada. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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10 Compromisso firmado na reunião sobre clima de Paris: evolução gradual
O compromisso brasileiro firmado na reunião sobre clima de Paris (CoP-21), em dezembro, de elevar de 10% para 23% o uso de energias renováveis na geração de energia elétrica até 2030, enfrenta obstáculos que precisam ser superados. A sobrecontratação nas distribuidoras, que poderá reduzir a realização de leilões de contratação de energia, se soma a dois outros desafios. A perda da relevância relativa das hidrelétricas torna a matriz mais complexa, o que exige uma avaliação ampla dos impactos socioambientais e dos custos atrelados à instalação de cada uma das fontes. "Ingressamos em um momento em que está cada vez mais complexo avaliar a matriz, que ao mesmo se torna mais volátil, com maior dependência das chuvas e maior uso de fontes intermitentes. Portanto, precisaremos analisar o fator de capacidade e o custo socioambiental e de transmissão de cada uma delas para ver sua viabilidade e teremos de dosar o avanço de cada uma delas", afirma José Goldemberg, atual presidente do Conselho de Sustentabilidade da FecomércioSP. Ele ressalta que o cenário para as fontes renováveis é promissor no mundo, uma vez que fabricantes de equipamentos e petroleiras já trabalham com a eventualidade de surgimento, nos próximos anos, de um preço sobre a emissão de carbono. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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11 Sobrecontratação de energia pode impactar usina eólica
O maior obstáculo de curto prazo é a sobrecontratação de energia existente hoje nas distribuidoras, que pode ter impacto sobre um dos setores mais promissores: as usinas movidas à força dos ventos. Desde 2009, foram contratadas pouco mais de 600 usinas eólicas, com 15,2 mil MW, cerca de 2 mil MW por ano, mas o excesso de energia existente hoje pode reduzir esse ímpeto. "Entre 2013 e 2015, 40% da energia comercializada nos leilões foi de eólicas, mas o desafio é manter a contratação de dois mil MW por ano, para preservar a cadeia produtiva, que se tornou importante na indústria de energia mundial", afirma Diogo Berger, superintendente de project finance do Santander. Outros segmentos também estão preocupados, com sinalizações recentes do governo de que os leilões estão sendo reavaliados diante da atual conjuntura, com consumo em queda e excesso de oferta. "Esse momento traz incertezas sobre a contratação de pequenas centrais hidrelétricas, mas esperamos que as soluções sejam estruturais, porque do inventário à construção do projeto, uma PCH leva dez anos de desenvolvimento", afirma Márcio Severi, presidente da Abragel. Para a presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum, a sobrecontratação precisa ser analisada levando--se em conta outro ponto: a garantia física do sistema. Ou seja, sua real capacidade de geração de energia está abaixo do que consta em contratos. Seja por problemas em turbinas, por assoreamento em reservatórios, problemas em interligações físicas, a garantia física do sistema estaria 6 mil MW médios aquém do que as usinas poderiam gerar de fato. "Os leilões de reserva são essenciais pois uma retomada mais rápida da economia eliminaria rapidamente essa sobreoferta conjuntural. E, apesar da recessão, estávamos operando com bandeira vermelha até fevereiro, usando as térmicas para reduzir a pressão sobre o sistema", aponta a executiva. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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12 Smart grid e microgeração distribuída podem ampliar a geração solar
O avanço das renováveis coincide com a chegada smart grid e da microgeração distribuída, o que pode revolucionar a relação entre distribuidoras e consumidores e ampliar o aumento da geração solar. Em 1º de março, entrou em vigor uma nova regulação da Aneel ampliando os incentivos à geração distribuída, elevando a potência para as unidades geradoras de até 75 kW na microgeração; e minigeração, até 3 MW, no caso de hidrelétricas, e até 5 MW para as demais fontes renováveis. A validade dos créditos para compensação junto à distribuidora também sofreu alterações, estendida de 36 para 60 meses. Supermercados, shoppings, postos de gasolina, operadoras de telecomunicações são algumas das empresas que já avaliam investimentos. "Essas mudanças aumentaram o interesse", admite Rodrigo Lopes Sauaia, diretor--executivo da Absolar. A disparada das tarifas, que ano passado subiram mais de 50%, tem levado pessoas, indústrias e comércio a buscar alternativas diante do cenário de recessão. O país já tem cerca de três mil residências e pequenos comércios gerando sua própria energia, seja por placas fotovoltaicas ou por miniturbinas eólicas. A Aneel prevê que até 2024 perto de 1,2 milhão de unidades consumidoras produzam a própria energia em um total de 4,5 GW. Na Alemanha, essa geração alcança 17,5 GW. A matriz se tornará mais diversificada. "A geração distribuída, as renováveis, a eficiência energética vão ganhar espaço, assim como o mercado livre pode crescer, e é preciso que a regulação acompanhe as mudanças e que elas preservem o setor", observa Karin Luchesi, vice-presidente de operações de mercado da CPFL Energia. As hidrelétricas perderão participação, com aumento da presença térmica e de fontes intermitentes, como solar e eólica. "A matriz se torna mais sofisticada, o que exige uma discussão maior sobre as externalidades de cada uma das fontes, por exemplo o custo de transmissão, a distância do centro de consumo e o fator de capacidade", aponta Severi, presidente da Abragel. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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13 Avanço das energias renováveis ainda é elevado
O potencial de avanço das renováveis ainda é elevado. Nas pequenas centrais hidrelétricas, há 5,2 GW instalados e 600 MW em construção, sendo que 3 GW de projetos estão já aprovados e prontos para ir a leilão. Mais de 7 GW estão em estudo. Nas eólicas, no início da década passada, foi feito um estudo que apontou que o Brasil poderia chegar a uma potência instalada de 143 GW no segmento, dez vezes mais do que a capacidade da usina de Itaipu, uma das maiores do mundo. Mas a medição tinha sido feita com aerogeradores com altura inferior a 50 m. Hoje usam--se equipamentos com mais de 100 m. Quanto maior a altura, maior a velocidade dos ventos. Em setembro passado, em Tacaratu, sertão de Pernambuco, começou a ser gerada energia elétrica a partir de um projeto pioneiro no Brasil: um parque híbrido que combina turbinas eólicas com placas fotovoltaicas. A energia produzida será comprada pelo governo do Estado, que estuda quais prédios públicos serão abastecidos pela iniciativa. É uma outra inovação no país e uma forma encontrada pelo governo para estimular a energia solar e sua cadeia de fornecedores. O parque híbrido, que conjuga a geração de energia solar e eólica, é formado por duas usinas fotovoltaicas com potência instalada de 11 MW, o maior parque fotovoltaico em operação no país, e um parque eólico de 80 MW de capacidade. Juntas, as usinas são capazes de gerar energia suficiente para abastecer 250 mil residências. A energia gerada pelo parque fotovoltaico evitará a emissão de mais de cinco mil toneladas de CO2 anuais. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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14 Projeto setorial vai estimular exportação
Um projeto setorial deve ser anunciado neste segundo semestre com o objetivo de impulsionar as vendas externas de equipamentos eólicos e estabelecer a indústria brasileira como fornecedora para as Américas. Três instituições uniram esforços com esse objetivo: Abeeólica, Abimaq e a Apex-Brasil. "Estamos fazendo um diagnóstico do potencial de mercado e das ações necessárias para melhorar o ambiente de negócios", diz Maria Luisa Cravo, gerente de investimentos da Apex. Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica, diz que os sete fabricantes brasileiros de aerogeradores, e suas respectivas cadeias de fornecedores, formadas por mais de mil empreendimentos, possuem uma capacidade somada para fornecer os equipamentos necessários para a geração de 2.800 MW novos por ano. O Brasil, porém, contrata por ano 2.000 MW. "Existe uma capacidade ociosa de 800 MW que poderia estar sendo exportada", diz. Além disso, avalia Elbia, países vizinhos como Uruguai, Argentina, Chile e Peru estão elaborando planos de expansão de geração de energia eólica. O potencial de contratações soma 3.000 MW por ano. Isoladamente, porém, são mercados pequenos que não geram escala produtiva para atrair uma indústria que demanda capital intensivo, como a de equipamentos eólicos. O mapeamento mercadológico realizado pela Apex inclui ainda México, Colômbia, Estados Unidos, Cingapura e países da África como alvos potenciais. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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15 Brasil conta com indústria moderna de equipamentos eólicos
A indústria brasileira de equipamentos eólicos é relativamente jovem, foi constituída principalmente nos últimos cinco anos com a entrada no país de algumas das principais produtoras globais de aerogeradores e sua cadeia de fornecedores de partes e peças. Empresas que foram atraídas pela expansão do parque eólico nacional e também por um trabalho realizado pela Apex de atração de empreendimentos estrangeiros para o mercado brasileiro. "Temos uma indústria moderna, mas o custo de produzir no Brasil é alto", diz Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica. Para ela, seria adequada a concessão de incentivos tributários para equalizar os custos produtivos como ocorre no exterior. Roberto Veiga, presidente do Conselho de Energia Eólica da Abimaq, diz que a qualidade da produção brasileira é boa, a taxa de câmbio favorece as exportações, porém a indústria perde competitividade devido ao custo logístico e também pela baixa produtividade, consequente do modelo de negócio do setor eólico no país, com demanda irregular oriunda de leilões públicos de energia. Segundo dados da Apex, o Brasil exportou US$ 428 mi em equipamentos eólicos em 2015, provenientes basicamente de negócios de duas empresas, a Tecsis e a Wobben Enercon. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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16 Fotovoltaica terá 4% da matriz
A participação da energia solar fotovoltaica na matriz brasileira ainda é incipiente - responde por apenas 0,02% do total energia produzida no país - mas essa fonte renovável vem ganhando espaço graças a uma combinação de fatores: leilões específicos realizados pelo governo federal, incentivos à chamada geração distribuída e investimentos privados na cadeia produtiva, com empresas que começam a fabricar componentes no Brasil. Até 2024, a expectativa é que a energia fotovoltaica represente 4% da matriz energética do país, em uma trajetória semelhante à da energia eólica, que em uma década saiu de menos de 1% para os atuais 6%. "Será um salto de 200 vezes em relação ao que temos hoje, que vai incluir grandes projetos e geração distribuída", diz Rodrigo Lopes Sauaia, presidente da Absolar.Além dos grandes projetos de geração centralizada, há potencial de 164 gigawatts apenas nos telhados das casas e empresas, que podem ser aproveitados com os incentivos à geração distribuída. A possibilidade de consumidores gerarem sua própria energia veio com a Resolução Normativa 482 da Aneel, que criou o sistema de compensação de energia. Ele permite que sistemas fotovoltaicos e outras formas de geração de energia renovável com até 5 MW de potência instalados se conectem à rede elétrica de forma simplificada, atendendo o consumo local e injetando o excedente na rede, gerando créditos para o consumidor--gerador. Instalados sobre os telhados, os painéis solares são conectados uns aos outros e ligados a um inversor, que converte a energia solar das placas fotovoltaicas em energia elétrica. "Nos próximos 15 anos devemos assistir a uma revolução no setor elétrico. A descarbonização, a digitalização e a descentralização serão as palavras que vão nortear o setor", diz Manoel Zaroni, presidente da Engie Tractebel Energia. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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17 Engie Tractebel Energia tem expectativa de ter um milhão de telhados solares
O grupo franco--belga Engie Tractebel Energia é hoje o maior produtor independente de energia do mundo, e está de olho no potencial brasileiro para geração fotovoltaica, tanto na geração distribuída como em grandes usinas. No segmento de geração distribuída, a empresa fez uma joint-venture em abril com a Araxá Energia Solar, dando origem à Engie Solar, um investimento de R$ 24,2 mi. "No horizonte de dez anos, trabalhamos com a expectativa de ter, em todo o Brasil, um milhão de telhados solares. Temos a ambição de liderar esse mercado, mas seria prematuro dizer qual seria nosso pedaço", diz Rodolfo Pinto, presidente da Engie Solar. A empresa estima que hoje existam entre 2 mil e 3 mil telhados, no país, produzindo cerca de 50 MW de energia fotovoltaica. A Engie Tractebel Energia aposta também na geração centralizada. No ano passado, a empresa comercializou 9,2 MW no segundo leilão de energia de reserva, em novembro, de seu projeto Assu V, usina fotovoltaica de 30 MW localizada em Açu (RN). (Valor Econômico – 04.07.2016)
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18 CPFL investe no potencial da geração fotovoltaica
O potencial da geração fotovoltaica também vem sendo acompanhado pela CPFL Renováveis, do grupo CPFL Energia. Desde 2011 a empresa opera a Usina Tanquinho, em Campinas, primeiro projeto voltado à geração fotovoltaica no Estado de São Paulo, um investimento de R$ 13,8 mi em P&D. Com capacidade instalada de 1,1 MW, a usina gera energia suficiente para abastecer mensalmente 657 clientes com um consumo médio de 200 KWh/mês. De acordo com Alessandro Gregori Filho, diretor de novos negócios da empresa, estão em desenvolvimento outros três projetos na área. A indústria de componentes para energia fotovoltaica também começa a ganhar corpo no Brasil. Em meados de junho, a divisão de conversão de energia da multinacional americana GE em Betim (MG) anunciou a conclusão do plano de nacionalização de seus inversores voltados à energia solar e eólica. "A fotovoltaica vai crescer no Brasil, como os leilões de energia e os compromissos assumidos para redução das emissões de gases de efeito estufa do setor de energia", diz Sérgio Zuquim, diretor comercial da GE Power Conversion para a América Latina. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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19 Banco do Nordeste tem crédito para a geração distribuída
O Banco do Nordeste lançou uma linha de crédito voltada a micro, pequenas e médias empresas que queriam investir em geração distribuída de energia solar fotovoltaica nos nove Estados nordestinos em que o banco atua. O FNE Sol, como a linha foi batizada, tem prazo de pagamento de até 12 anos, com até um ano de carência, financiamento de até 100% do investimento e bônus de adimplência de 15%. A taxa de juros é em torno de 6,5% ao ano. De acordo com José Rubens Dutra Mota, gerente de políticas de desenvolvimento do Banco do Nordeste, a criação da linha de crédito visa atender a empresas de diferentes setores, cooperativas, associações e empresas rurais que queiram se beneficiar da Resolução 482 da Aneel, que permite a geração distribuída de energias renováveis. Com pouco mais de um mês de lançamento, o banco já tem R$ 3 mi em recursos contratados, mas espera chegar a R$ 20 mi nos próximos três meses. Podem ser financiados sistemas completos envolvendo geradores de energia, inversores, materiais auxiliares e instalação. A maior parte das empresas que estão buscando o financiamento é de pequeno porte, com faturamento anual de até R$ 16 mi. A linha de crédito específica para o Nordeste faz sentido: com altos níveis de irradiação solar, a região é prioritária para o desenvolvimento da energia fotovoltaica no Brasil. Segundo Mota, agora o Banco do Nordeste está estruturando uma linha de CDC também específica para geração distribuída de energia solar, voltada a atender ao segmento de pessoa física. Hoje 3,5 mil telhados possuem conexão com a rede elétrica no país, mas o potencial chega a 1 milhão. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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20 Honda investe para ter autossuficiência com projetos eólicos
Há quase dois anos a Honda produz a energia necessária para abastecer sua fábrica de automóveis no município paulista de Sumaré. Localizado na cidade de Xangri-Lá, distante cerca 140 km de Porto Alegre (RS), o complexo eólico que abastece a montadora japonesa proporcionou uma economia entre 20% e 25% desde o início de sua operação, em novembro de 2014. Os índices correspondem ao que se deixou de desembolsar para comprar energia elétrica no mercado, explica Carlos Eigi, presidente da Honda Energy, subsidiária da Honda Automóveis do Brasil, responsável pelo empreendimento. A Honda Energy tem um contrato de fornecimento com a Honda Automóveis. A energia gerada no parque eólico é “jogada” no Sistema Interligado Nacional (SIN) através da subestação Atlântida II e de uma linha de transmissão da Eletrosul. Segundo Eigi, a empresa tem um contrato com a CPFL , distribuidora de energia que atende a cidade de Sumaré, para a liquidação de energia excedente no mercado de curto prazo. Apesar do impacto econômico, foi a sustentabilidade ambiental o principal apelo para o desenvolvimento do projeto. “A proteção do meio ambiente sempre foi a política da empresa. A energia eólica é a que menos impacta em termos de emissão de CO2, por isso decidimos construir o parque”, ressalta Eigi. Abastecida inteiramente pelo complexo eólico instalado na cidade do litoral norte gaúcho, a fábrica de Sumaré reduziu em torno de 11 mil toneladas a emissão de CO2 de janeiro do ano passado a maio deste ano. No quesito sustentabilidade ambiental, a energia eólica leva vantagem em relação a outras fontes renováveis. Para efeito de comparação, o executivo da Honda Energy diz que para cada 1 MW gerado pela sopro dos ventos são emitidos 7 kg de CO2, enquanto nas hidrelétricas e nas termelétricas a mesma quantidade de energia gerada corresponde a uma emissão de 25 kg e 180 kg de CO2, respectivamente. A Honda investiu R$ 100 milhões na construção de seu parque eólico, que possui nove aerogeradores de 3 MWh cada, o que resulta em uma capacidade instalada de 27 MWh. Por enquanto, o complexo atende apenas a unidade de Sumaré, que no ano passado operou no regime de hora-extra e produziu 147 mil veículos. Com a crise econômica, porém, a fábrica voltou ao ritmo normal de produção. O plano da Honda Energy é fornecer energia eólica para as outras unidades fabris, como a de Manaus, que está operando com cerca da metade da capacidade de produção de 1,6 milhão de motocicletas por ano e a de Itirapina (SP), que ainda não foi inaugurada e irá absorver parte da produção de veículos da unidade de Sumaré. Para tanto, será necessário ampliar as instalações do complexo eólico. De acordo com Eigi, há estudos em andamento, mas ainda não há definição sobre quando o projeto de expansão sairá do papel. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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21 Brasil Kirin investe para ter autossuficiência com projetos eólicos
A fabricante de bebidas Brasil Kirin prevê produzir energia necessária para abastecer sua fábrica a partir deste semestre para alimentar suas 13 plantas industriais em várias localidades do Brasil. A Brasil Kirin preferiu erguer o seu parque eólico na cidade de Acaraú (CE). Resultado de um investimento de R$ 150 mi, ocupa uma área de 206 hectares e entrará em operação no segundo semestre, com sete torres de aerogeradores. No início do próximo ano, serão instaladas outras sete turbinas para atingir a capacidade total de 29 MW, suficiente para suprir mais de 35% da demanda de 13 plantas industriais em 11 Estados. O projeto foi iniciado em 2012 como parte de uma estratégia que visa garantir a continuidade do negócio de forma sustentável e a geração de valor compartilhado, explica Rogério Grecco, diretor de engenharia da Brasil Kirin. “Essa é uma iniciativa que refletirá também nos custos das operações. A economia será de aproximadamente 40% do que hoje empresa consome”, projeta. De acordo com Grecco, além do complexo eólico instalado na região Nordeste, a Brasil Kirin conta com outras fontes de energia renovável para abastecer a sua operação, como o biogás gerado nas estações de tratamento de efluentes industrial para geração de vapor. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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22 Absolar e ABDI fecham cooperação técnica
A Absolar assinou um acordo de cooperação técnica com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Por meio de ações conjuntas, as entidades querem viabilizar “um ambiente propício ao desenvolvimento competitivo da indústria fotovoltaica nacional”, de acordo com comunicado. A parceria foi anunciada nesta sexta-feira (1/7) durante o evento Brasil Solar Power, no Rio de Janeiro (RJ). Desde 2014, a Absolar e ABDI trabalham juntas em atividades pontuais. “Por meio desse acordo, vamos ampliar as ações voltadas ao aprimoramento da competitividade industrial e ao crescimento do mercado de energia solar fotovoltaica do país”, afirmou Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Absolar. (Agência Brasil Energia – 01.07.2016)
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Gás
e Termoelétricas
1 Alvo de calote, Petrobrás corta o fornecimento de gás para o Amazonas
A Petrobrás decidiu cortar o fornecimento de gás para a Amazonas Energia, empresa do grupo Eletrobrás responsável pelo abastecimento de todo o Estado. O corte de aproximadamente 1 milhão de metros cúbicos de gás por dia coloca em situação de risco a segurança energética de Manaus e de toda a região, principalmente em horários de pico de consumo, o que pode levar a rede de distribuição ao estresse e, consequentemente, causar apagões. A decisão radical da Petrobrás, conforme apurou o Estado com uma fonte do governo, foi tomada após sucessivas tentativas de chegar a um acordo com a empresa sobre o pagamento da dívida. No mês passado, a Amazonas Energia deu um novo calote na Petrobrás, deixando de pagar uma das mensalidades previstas em negociação firmada em dezembro de 2014. Pelo acordo, a Amazonas Energia assumiu o pagamento de uma dívida de cerca de R$ 3,5 bi, que seria quitada em 120 parcelas. No último mês, porém, a empresa simplesmente deixou de pagar a conta. Para complicar a situação, a Amazonas Energia passou a acumular novos passivos com a Petrobrás, uma conta extra que, segundo apurou a reportagem, hoje supera R$ 2 bi. Em maio, fornecedor e cliente tentaram chegar a um acordo, mas a negociação não avançou. A Petrobrás notificou a Amazonas, dando prazo de 30 dias para que se achasse uma solução. Não se chegou a nenhum acordo. Hoje, a Petrobrás cobra a Amazonas Energia na Justiça. Procurada, a Petrobrás informou apenas que “continua conversando e negociando com todos os parceiros envolvidos em seus negócios”. A Eletrobrás e a Amazonas Energia não responderam até o fechamento da reportagem. Internamente, a Petrobrás não consegue entender por que a Amazonas Energia simplesmente não honra a sua dívida. A rigor, a empresa recebe, todos os meses, recursos pagos pelo consumidor de todo o País, via conta de luz, para quitar essa despesa, ou seja, não se trata de recursos que saiam dos cofres da distribuidora, mas sim do bolso do cidadão. Toda a negociação feita entre a Petrobrás e a distribuidora da Eletrobrás foi intermediada diretamente pelo governo, no fim de 2014. Hoje, Manaus é a única cidade do Estado que está conectada ao SIN, rede que transmite energia para todo o País. O resto do Amazonas é abastecido por redes isoladas e supridas por usinas termoelétricas movidas a óleo combustível e diesel. A Aneel já criticou, em diversos processos, a gestão da Amazonas Energia. Entre os maiores problemas estão casos como duplicidade de compra de combustível para uma mesma usina e contratos nos quais o preço do insumo chega a superar até mesmo o valor das tabelas de postos de combustível. A empresa também registra índices alarmantes de furto de energia, os tradicionais “gatos”. (O Estado de São Paulo – 02.07.2016)
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2 Investimento no setor de gás esbarra em gasodutos ocupados
Enquanto o pré-sal se prepara para ganhar novos investidores privados, o setor de gás e energia ainda tem uma série de desafios e é um dos pontos de grande preocupação dos empresários. A Petrobras exerce até hoje o monopólio da produção e transporte de gás. Apesar de a estatal colocar à venda ativos em diversas áreas, como sua malha de gasodutos, usinas termelétricas e sua subsidiária Liquigás, de comercialização de gás em botijão, especialistas acreditam que o governo deve rever a legislação para permitir uma maior concorrência e, assim, aumentar a competitividade da indústria. De acordo com Marco Tavares, presidente da consultoria Gas Energy, o ponto central é permitir que as empresas privadas tenham controle dos gasodutos. Hoje, a Petrobras ocupa a maior parte da capacidade dessa rede. A estatal anunciou, por exemplo, que pretende vender sua malha de gasodutos. Para isso, dividiu sua malha em duas regiões. A Nova Transportadora do Sudeste e a Nova Transportadora do Nordeste. No caso da malha do Sudeste, a Petrobras fechou acordo de exclusividade com a Brookfield. Segundo fontes, a oferta da empresa teria sido superior a US$ 5 bi e maior do que ofertas de empresas como a espanhola Gas Natural Fenosa, dona da CEG Rio, a japonesa Mitsui e a francesa Engie. A expectativa é que o negócios seja anunciado até agosto. Já no caso do Nordeste, o negócio deve sair somente ao longo do segundo semestre. (O Globo – 03.07.2016)
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3 Parnaíba Gás Natural eleva produção em 70% e garante entrega de gás para a térmica da Eneva
A Parnaíba Gás Natural (PGN), ex¬ OGX Maranhão, está produzindo 8,4 milhões de metros cúbicos de gás desde a zero hora de sexta¬-feira. O volume representa aumento de quase 70% na produção da PGN na Bacia do Parnaíba, que era de 4,9 milhões de metros cúbicos diários. Com isso, garantiu a entrega de gás combustível para a térmica Parnaíba II, da Eneva (ex¬ MPX, uma das sócias da PGN). Parnaíba II tem capacidade instalada para gerar 518,8 MW de energia e entrou em operação comercial na última sexta¬-feira. Com a autorização da Aneel para operar comercialmente, a usina passa a ser remunerada de acordo com seu contrato de energia no ambiente regulado, como informou a Eneva em nota. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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4 Eneva cumpre TAC firmado com a Aneel com entrada da térmica Parnaíba II
A entrada em operação da usina térmica Parnaíba II permite que a Eneva cumpra o termo de ajuste de conduta (TAC) firmado com a Aneel em 2014. O TAC postergava até hoje, 1º de julho, o início dos contratos, que se encerram em abril de 2036, entre outras decisões do regulador. A maior produção de gás é fruto de um esforço de gestão e de investimentos de R$ 1 bilhão em um ano e meio. Pedro Zinner, presidente da PGN, diz que o grande desafio da empresa era a capacidade de execução do projeto a partir do momento em que os novos controladores assumiram a empresa, em março de 2014. Era preciso quase dobrar a produção de gás e nesse período outros cinco campos de gás foram declarados comerciais ¬ Gavião Branco, Gavião Branco Sudeste, Gavião Vermelho, Gavião Caboclo e Gavião Preto ¬ e foram construídos 94 km de gasodutos. "E a coisa mais importante é que isso aconteceu em um momento em que o grupo enfrentou muitos desafios com a reestruturação. Mas a PGN conseguiu entregar antes do tempo e com orçamento abaixo do projetado", disse Zinner ao Valor. A PGN perfurou 30 poços no ano passado, o que o executivo afirma ter sido a maior campanha privada em área terrestre no Brasil. Os custos nesse período baixaram. Zinner observa que o primeiro poço perfurado na área em outubro de 2010 (em Gavião Azul), ainda pela OGX Maranhão, custou US$ 24 milhões. Em 2014 esse preço tinha baixado para US$ 7,5 milhões e em 2016 custam US$ 3,5 milhões cada, segundo ele. Com a entrada em operação de Parnaíba II, a Eneva informa que terá receita fixa, por 20 anos, em torno de R$ 425 milhões, reajustados pelo IPCA. Também está prevista receita variável destinada a cobrir custos com combustível, operação e manutenção incorridos quando a usina receber ordem de despacho do ONS. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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5 Brasil exportará urânio enriquecido pela primeira vez
A empresa brasileira INB exportará urânio enriquecido pela primeira vez. As 4 toneladas serão divididas em três lotes, com teores de enriquecimento de 1,9%, 2,6% e 3,1%. A empresa, vinculada ao MCTI, firmou acordo com a empresa estatal argentina Combustibles Nucleares Argentinos (Conuar), que prevê o envio de quatro toneladas de pó de dióxido de urânio para a carga inicial de abastecimento de um reator nuclear localizado na cidade de Lima, ao norte de Buenos Aires. O contrato, no valor de US$ 4,5 mi, foi assinado em junho. Enriquecido na fábrica da INB em Resende (RJ), o produto ainda precisa de autorização da Coordenação-Geral de Bens Sensíveis do ministério e da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) para completar o processo de exportação, o que deve ocorrer até o fim deste ano. As 4 toneladas serão divididas em três lotes, com teores de enriquecimento de 1,9%, 2,6% e 3,1%. Além do Brasil, o urânio é enriquecido por outros 11 países. A tecnologia usada na unidade da INB em Resende é a de ultracentrifugação para enriquecimento isotópico, desenvolvida pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, autarquia gerida administrativa e tecnicamente pela Cnen. Segundo o ministério, a exportação não afeta o abastecimento de combustível das centrais nucleares de Angra dos Reis (RJ). Atualmente, a Usina de Enriquecimento tem seis cascatas de ultracentrífugas em operação e atende a cerca de 40% das necessidades de Angra 1. O acordo com a Argentina não envolve intercâmbio de conhecimento, uma vez que prevê a entrega de um produto pronto, mas abre essa perspectiva. A empresa estatal argentina Invap participa do desenvolvimento do Reator Multipropósito Brasileiro, e os programas nucleares dos dois países são contemporâneos, iniciados na década de 1960. (Agência Brasil – 02.07.2016)
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6 UTE Parnaíba II entra em operação comercial
A UTE Parnaíba II, da Eneva, entrou em operação comercial nesta sexta-feira (1/7). O empreendimento de 518,8 MW é o último do complexo Parnaíba a entrar em operação, que já conta com Parnaíba I (676 MW), III (176 MW) e IV (56,6 MW) na cidade de Santo Antônio de Lopes, no Maranhão. A Eneva, ex-MPX, conseguiu negociar a manutenção do contrato de suprimento de energia da Parnaíba II mesmo após entrar em recuperação judicial. O contrato prevê que, por 20 anos, a usina receba R$ 425 milhões de receita fixa anual indexada ao IPCA, além de valores da receita variável para cobrir custos com combustível, operação e manutenção no período em que a UTE for despachada pelo ONS. O complexo Parnaíba soma 1,4 GW de capacidade instalada, o que representa 11% da matriz termelétrica a gás natural do país. “Agora, a Eneva passa a disponibilizar 2,2 GWm de energia firme para o Brasil”, de acordo com o diretor-presidente da empresa, José Drummond, em comunicado. A operação da usina ocorreu um dia após a Justiça Federal decidir pela conclusão do processo de recuperação judicial da Eneva, iniciado em dezembro de 2014, que chegou a um passivo de R$ 2,4 bilhões. Com isso, a ex-MPX se tornou a primeira empresa da antiga holding do empresário Eike Batista a sair da recuperação judicial. (Agência Brasil Energia – 01.07.2016)
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Economia Brasileira
1 Atividade industrial do Brasil recua menos em junho, aponta Markit
A atividade do setor industrial brasileiro continuou a diminuir em junho, puxada pela queda na produção, nas novas encomendas e no nível de emprego. O recuo, contudo, foi menos intenso do que em maio. É o que mostra a pesquisa Índice Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), do serviço de informações econômicas Markit. O PMI do setor subiu de 41,6 em maio, mínima de sete anos, para 43,2 em junho. Leituras abaixo de 50 mostram redução da atividade. Há 17 meses, o PMI não fica acima desse nível. De acordo com o relatório da Markit, a indústria brasileira percebeu uma nova queda nas encomendas, comprou menos insumos e, com isso, reduziu o pessoal empregado. Os pedidos de exportação caíram pela primeira vez desde novembro de 2015. A taxa da queda nas encomendas externas foi a maior em quatro anos e meio. Os estoques de pré e pós-produção também continuaram a cair em junho. “O PMI de junho sugere que a queda da atividade na indústria continua forte. Os pedidos externos, que vinham sendo o único ponto positivo no setor, caíram muito no mês passado. Ao mesmo tempo, o setor manufatureiro teve que aumentar os preços por causa da elevação de custos, que foi forte. Alguma melhora doméstica será necessária antes que se possa fazer qualquer comentário mais sério a respeito de uma recuperação”, afirmou Pollyanna De Lima, economista da Markit e autora do relatório. (Valor Econômico – 01.07.2016)
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2 Índices de confiança projetam estabilidade maior
Os economistas podem não ser unânimes na avaliação de que a recessão já atingiu o fundo do poço, mas concordam que a inflexão dos indicadores de confiança já permite vislumbrar um horizonte de estabilidade, ainda que haja um alçapão ou outro no meio de caminho. Acompanhado de perto pelos especialistas, o Índice de Confiança da Indústria, do Ibre-FGV, chegou ao ponto mais baixo em setembro de 2015, 74,1 pontos, voltando a 83,4 no mês passado. Quanto mais abaixo de cem, nível ultrapassado pela última vez em setembro de 2013, mais pessimistas estão os empresários. Não apenas no Brasil, os índices de confiança têm sido usados como uma espécie de termômetro da atividade, dentro dos esforços para antecipar o início e o fim de períodos de retração e de crescimento, lembra o superintendente-adjunto para ciclos econômicos do Ibre-FGV, Aloisio Campelo, que integra a equipe do setor de sondagens desde 2003. Nas recessões desde o Plano Real, a virada no índice antecipou a retomada da economia. Nenhuma dessas crises, entretanto, foi tão longa como tem sido a atual, diz Campelo. A melhora atual do indicador começou com a redução nos níveis de estoque, mas hoje é puxada principalmente pelas expectativas. Assim, o economista avalia que a manutenção da incerteza em nível ainda elevado, com possíveis instabilidades no cenário político e novos desdobramentos da Lava-Jato são os principais riscos ao ciclo de recuperação da confiança e do crescimento. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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3 Superávit comercial de US$ 23 bi é o melhor para 1º semestre desde 1989
Com exportações caindo a taxas menores do que as importações, o dólar em alta e a atividade econômica em baixa, a balança comercial brasileira fechou o primeiro semestre deste ano com superávit de US$ 23,6 bi, o melhor desempenho desde o início da série histórica do MDIC, em 1989. O recorde anterior para os seis primeiros meses do ano foi registrado em 2007, quando o superavit alcançou US$ 20,5 bi. Apesar de ajudar no superavit, o câmbio ainda não foi capaz de aumentar as receitas das exportações. Nos seis primeiros meses do ano, as vendas para o exterior somaram US$ 90,2 bi, queda de 5,9% na média diária em relação a 2015. Com a queda das exportações, o recorde do saldo é explicado pela retração acentuada das importações — resultado da atividade econômica. Os desembarques no primeiro semestre de 2016 somaram US$ 66,6 bi, tombo de 28,9%, pela média diária, sobre o mesmo período do ano passado. Por outro lado, o perfil da balança mostra que empresariado brasileiro está exportando com preços mais baixos em dólar. No primeiro semestre, o volume exportado foi 9,8% maior que em 2015, ao passo que índice de preços caiu 14,8% no período. O volume de desembarques foi 20,1% menor que no ano passado. Nos primeiros seis meses desse ano, recuaram as vendas para o exterior dos produtos básicos (-7,9%), manufaturados (-4,0%) e semimanufaturados (-1,5%). Já, as importações, comparado ao primeiro semestre do ano passado, houve queda nas compras de combustíveis e lubrificantes (-48,9%), bens de consumo (-27,5%), bens intermediários (-26,8%) e bens de capital (-19,9%). Dados do MDIC apontam ainda que o aumento do saldo comercial ocorreu, também, por conta da queda nas importações do petróleo e combustíveis. O déficit da chamada conta petróleo caiu de US$ 3,63 bi nos seis primeiros meses do ano passado para um resultado negativo de US$ 957 mi no mesmo período desde ano. (O Globo – 01.07.2016)
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4 Junho tem superávit na balança comercial
No mês de junho, a balança comercial registrou superávit de US$ 4 bi, valor menor que o saldo do mesmo mês do ano anterior (US$ 4,5 bi). No último mês, as exportações somaram US$ 16,74 bi, com média diária de US$ 761 mi, e queda de 18,6% sobre o mesmo mês de 2015, ao mesmo tempo em que as compras do exterior totalizaram US$ 12,77 bi — com recuo de 19,3% sobre junho do ano passado. Segundo o diretor de Estatística e Apoio à Exportação do MDIC, Herlon Brandão, a queda no superávit de junho em relação a 2015 ocorreu por dois motivos principais: o pico nos embarques de soja neste ano foi em abril (enquanto no ao passado foi em junho) e a entrada de bens por conta de um projeto da Vale. O ministério estima para este ano um superávit comercial entre US$ 45 bi e US$ 50 bi, o que seria um recorde histórico no saldo da balança. De acordo Brandão, a desvalorização do dólar em junho, que caiu 11% em junho, maior queda percentual em um mês desde abril de 2003, não deve ter impacto sobre as exportações. (O Globo – 01.07.2016)
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5 Real valorizado ameaça melhora recente da indústria
A forte queda do dólar em junho acendeu o sinal de alerta na indústria, que nos meses anteriores esboçou reação positiva em boa parte por causa da depreciação cambial que vinha ocorrendo desde 2015. Na sexta--feira, os dados da produção industrial de maio e da balança comercial de junho mostram que a apreensão pode ser justificada. A produção ficou estável em maio, com alta no setor de bens de capital, mas as exportações já mostraram queda significativa em junho, de 18,6%. O robusto superávit de US$ 3,974 bi do mês ocorreu porque o tombo das importações foi ainda maior: de 19,3% sobre igual mês de 2015. Com a moeda cotada em torno de R$ 3,2, a Abimaq divulgou nota, preocupada com a trajetória do câmbio. A entidade afirmou que os anos de real apreciado reduziram a indústria de transformação no país "pela metade" e endureceu o tom: "A equipe econômica do governo Temer volta a utilizar a velha política de juros altos e câmbio baixo, que já quebrou o país em 1999", diz a nota. "Os débeis sinais de recuperação de alguns setores industriais resultantes do curto intervalo de tempo no qual o câmbio esteve relativamente competitivo, que também quase eliminou o déficit em conta corrente, estão ameaçados de serem abortados", continua a nota da entidade. Para a Abimaq, uma taxa de câmbio abaixo de R$ 3,80 é prejudicial à indústria. No relatório da pesquisa Índice Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), o serviço de informações econômicas Markit afirmou que os pedidos de exportação para a indústria brasileira caíram pela primeira vez desde novembro de 2015. O PMI subiu de 41,6 para 43,2 entre maio e junho, mas leituras abaixo de 50 apontam redução da atividade industrial. O ritmo de queda nas encomendas externas foi o maior em quatro anos e meio, diz a Markit. Em maio, antes da valorização mais forte do real, metade dos ramos analisados na PIM, divulgada na sexta--feira, registrou alta. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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6 Inflação pelo IPC-S desacelera em seis de sete capitais em junho
Na quarta quadrissemana de junho, a inflação medida pelo IPC-S desacelerou em seis de sete capitais pesquisadas pela FGV. Na comparação com a terceira quadrissemana do mês, houve baixa em São Paulo (de 0,44% para 0,41), Porto Alegre (de 0,44% para 0,32%), Rio de Janeiro (de 0,18% para 0,13%), Recife (de 0,22% para 0,14%), Belo Horizonte (de 0,48% para 0,35%) e Salvador (de 0,21% para 0,02%). A única capital a registrar IPC-S maior foi Brasília, onde o índice saiu de 0,14% para 0,26%. Na média das sete capitais, o IPC-S saiu de 0,33% para 0,26% da terceira para a quarta quadrissemana de junho. (Valor Econômico – 04.07.2016)
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7 Dólar ontem e hoje
Às 9h43, o dólar comercial subia 0,31%, a R$ 3,2418. Na sexta-feira, o dólar comercial subiu 0,61% cotado a R$ 3,2319. Com isso, a moeda americana cai 4,33% na semana. (Valor Econômico – 04.07.2016 e 01.07.2016)
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Internacional
1 Venezuela vai suspender racionamento de energia elétrica na segunda
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta sexta-feira (1º) que o racionamento elétrico em vigor no país desde abril será suspenso na segunda (4). O racionamento, implementado em resposta à seca que afetou a maior represa do país, havia aumentado dificuldades no dia a dia de uma população já assolada pela escassez de itens básicos e pela grave crise econômica. "Como as chuvas voltaram, que todos os planos de economia de energia funcionaram e que o povo colaborou estoicamente, anuncio que a partir de segunda ficará sem efeito o [racionamento], e o serviço elétrico no país irá operar de maneira normal nas 24 horas do dia", disse Maduro em Caracas, num evento transmitido pela TV estatal. Segundo o presidente, o racionamento permitiu à Venezuela escapar por pouco de um apagão generalizado. "Estivemos a seis dias de um colapso." O ministro da Energia Elétrica, major-general Luis Motta Domínguez, afirmou que a decisão de normalizar o serviço foi tomada depois que o nível da central hidrelétrica de Guri (sudeste), responsável pelo fornecimento de 63% da energia no país, subiu acima de 245 metros acima do nível do mar. O racionamento havia sido implementado depois que a cota havia se aproximado perigosamente do nível crítico de 240 metros, abaixo do qual não haveria água suficiente para manter as turbinas funcionando. (Valor Econômico – 02.07.2016)
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2 Wärtsilä vai entregar 382 MW na Argentina
A finlandesa Wärtsilä vai fornecer equipamentos de geração de energia para cinco projetos da Argentina, totalizando 382 MW de capacidade instalada. Desse total, três são encomendas da Secco, empresa da indústria pesada argentina, que incluem 17 motores dual-fuel para três fábricas instaladas em Santa Fé, região central do país. Serão entregues 13 unidades do motor dual-fuel 34DF para duas fábricas da Secco e mais quatro do modelo 50DF para uma terceira, somando 192 MW. O contrato de € 78 milhões prevê entrega dos equipamentos no começo de 2017 e entrada em operação no segundo semestre do mesmo ano. A Wärtsilä também será responsável pela manutenção dos motores. A ideia desses projetos é utilizar o gás natural como combustível principal dos motores e deixar o óleo pesado como backup. “O gás natural fica indisponível por alguns meses na Argentina [durante o inverno], por isso, a solução bicombustível é bem adequada. Além disso, essa tecnologia consegue utilizar óleo pesado como backup a um custo muito inferior ao do óleo leve”, segundo a empresa finlandesa. Sobre os outros dois contratos, que juntos somam € 72 milhões, a Wärtsilä só divulgou que foram solicitados por produtores de energia independentes da Argentina. Esses projetos estarão incluídos na carteira de pedidos do terceiro trimestre de 2016, enquanto as encomendas da Secco entrarão no segundo. (Agência Brasil Energia – 01.07.2016)
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3 Argentina: Nova chamada para geração de energia, com um investimento estimado de U$S 1.530 mi
O Ministério da Energia informou que realizará melhoras das ofertas econômicas para as empresas ofertantes que haviam participado da licitação para gerar energia elétrica cujas propostas foram recusadas anteriormente. Juan José Aranguren disse que “os licitantes recusados revisaram sua consulta e manifestaram sua vontade de melhorar as ofertas apresentadas inicialmente”, o que abriu espaço para uma nova chamada. “Essa decisão se fundamenta na necessidade de incorporar nova capacidade de geração no menor tempo possível, com o objetivo de melhorar a qualidade do serviço de energia elétrica”. (El Inversor – 01.07.2016)
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4 A Bolívia não tem capacidade para atender a demanda por gás
O fato de a Bolívia ser incapaz de atender à demanda, no caso do Brasil e da Argentina exigir, simultaneamente, os volumes máximos de gás natural que lhes permite o contrato, bota em dúvida a ideia de transformar o país em uma potência energética regional, segundo a Fundação Jubileo. Em uma análise destaca que o aumento do gás natural é baseado em uma maior exploração de Chad, Margarita e San Alberto megafields, acelerando o início da fase de declínio e até pondo em perigo a segurança dos reservatórios. Alertou ainda que há uma fraqueza na fase exploratória, porque nos últimos 10 anos novas descobertas não há novos campos significativos incorporadas à atividade de produção, com excepção Incahuasi, prevista para operar a partir de agosto. (Página Siete – Bolívia – 02.07.2016)
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5 Peru: obras de eletrificação rural beneficiam 6 mil locais
As regiões de Ancash, Amazonas, Ayacucho, Cajamarca, Cusco, Huancavelica, La Libertad, Puno, Piura e San Martin são aqueles que se concentraram a maior quantidade de obras de eletrificação rural desde 2011 até hoje, implementado pelo Ministério de Energia e minas (MEM). Estas obras permitiram levar o fornecimento de eletricidade a mais de 6 mil locais dessas regiões e beneficiar 965 mil habitantes. As obras executadas pelo MEM, através da Direcção Geral de Electrificação Rural (DGER) abrangem linhas de transmissão e subestações que fornecem energia permanente e confiável para as áreas do interior do país. Além disso, eles estão lançando outros projetos de eletrificação rural nas regiões do Amazonas, o que exigirá um investimento total de 409,5 mi de soles. Estes novos projetos eletrificarão mais de 2 mil locais, que beneficiarão cerca de 311 mil peruanos. (El Peruano – Peru – 03.07.2016)
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6 Comissário Europeu defende sanções contra Portugal e Espanha
O comissário europeu para a Energia, Gunther Oettinger, mostrou-se esta segunda-feira favorável à aplicação de sanções a Portugal e Espanha, por considerar que se verificaram incumprimentos na redução do déficit. O comissário europeu disse ao jornal alemão Bild que "as sanções são necessárias", argumentando que "será inexplicável para as pessoas" caso as medidas não venham a ser aplicadas. "Ambos países não conseguiram cumprir os compromissos em 2015 e a Comissão Europeia, para defender a sua credibilidade, deve aprovar sanções contra Espanha e Portugal", afirmou o democrata-cristão alemão Gunther Oettinger, adiantando que o assunto deve ser discutido ainda esta semana. (Correio da Manhã – Portugal – 04.07.2016)
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7 Tarifa social de eletricidade: 20% dos beneficiários estão no Porto
Um quinto dos beneficiários da tarifa social de eletricidade reside no distrito do Porto, que conta com 125.696 agregados familiares com descontos na fatura da luz, a partir deste mês. Segundo os dados relativos à aplicação automática deste benefício, em vigor desde 1 de Julho, depois do Porto, Lisboa é o segundo distrito em número de beneficiários, com 117.729, seguido por Braga (53.740), Setúbal (50.290) e Aveiro (40.739). Os cinco distritos com mais beneficiários congregam 61% dos cerca de 630 mil agregados familiares com acesso à tarifa social de eletricidade, um número que mais do que quadruplicou com a introdução do acesso automático, através do cruzamento de dados entre os comercializadores, a Segurança Social e a Autoridade Tributária. A nova medida aplica-se aos consumos de eletricidade e gás natural, com reflexo em todas as faturas, cujo ciclo de faturação terminem a partir de 1 de Julho, prevendo-se a sua efetividade a partir da fatura de Agosto. No caso do gás natural, o número de beneficiários da tarifa social atingiu, com a aplicação do automatismo, os 31 mil. (Publico – Portugal – 03.07.2016)
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Biblioteca Virtual do
SEE
1 EDITORIAL. “Estímulo ao crédito privado no setor de infraestrutura”. Valor Econômico. São Paulo, 4 de julho de 2016.
Para ler o texto na íntegra, clique aqui.
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Equipe
de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Subeditor: Fabiano Lacombe
Pesquisador: Rubens Rosental
Assistentes de pesquisa:
Gustavo Batista, Michelle Godoy, Müller Nathan Rojas, Vitória Cavalcante.
As notícias divulgadas no IFE não refletem
necessariamente os pontos da UFRJ. As informações
que apresentam como fonte UFRJ são de responsabilidade da equipe
de pesquisa sobre o Setor Elétrico, vinculada ao NUCA do Instituto
de Economia da UFRJ.
Para contato: ifes@race.nuca.ie.ufrj.br
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