l IFE:
nº 1.155 - 22 de julho de 2003 Índice Reestruturação
e Regulação Empresas Oferta
e Demanda de Energia Elétrica Comercialização
de Energia Gás
e Termelétricas Grandes
Consumidores Economia
Brasileira Internacional
Reestruturação e Regulação 1 Novo Modelo: Objetivo é tornar setor mais atrativo através de garantias aos investidores O governo
anunciou ontem, oficialmente, as linhas gerais do novo modelo para o setor
elétrico. Um dos principais objetivos é tornar o setor atrativo para novos
investimentos, já que hoje poucas empresas estariam aptas a receber financiamentos.
A garantia para os investidores será os próprios recebíveis das distribuidoras,
as contas que elas têm a receber dos consumidores. Uma segunda garantia
virá da criação de um fundo composto, em princípio, com recursos do "seguro
antiapagão", que poderá ser prorrogado até 2010 e administrado pela Eletrobrás.
Esse seguro já vem sendo cobrado desde o ano passado, para pagar as usinas
térmicas emergenciais contratadas pelo governo anterior para evitar novos
racionamentos. Ele deveria ser extinto em 2006. Com a prorrogação, o governo
poderá arrecadar mais R$ 13 bilhões. Esses recursos seriam usados para
garantir eventuais inadimplências nos contratos bilaterais entre geradoras
e distribuidoras. Essa prorrogação não foi apresentada na reunião de ontem
do Conselho Nacional de Política Energética, mas é uma das principais
alternativas de recursos para garantir os contratos bilaterais de longo
prazo que serão firmados entre distribuidoras e as geradoras que participarem
do "pool" de comercialização. (Valor - 22.07.2003) 2 O funcionamento do "pool" dentro do novo modelo As relações
comerciais serão estabelecidas por contratos bilaterais de longo prazo
dentro de um pool, que reunirá geradoras e distribuidoras, cujos contratos
serão gerenciados pela figura do Administrador dos Contratos de Energia
Elétrica (ACEE). "Nós não estamos propondo um 'pool' centralizado. Será
só um administrador dos contratos, não passará por ele nenhuma receita",
afirmou a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff. Além de gerenciar
contratos, o administrador incorporará outras funções do MAE, como a contabilização
e liquidação de contratos. Os contratos serão assinados diretamente entre
as 64 distribuidoras e as geradoras, por um período de 20 anos. O "pool"
irá balancear os preços da energia velha (mais barata) das hidrelétricas
estatais e a energia nova (mais cara) das usinas privadas. Isso possibilitará
que o usuário pague tarifas mais baratas pelo fornecimento. Dilma garantiu
que os contratos já fechados serão respeitados, assim como serão mantidas
as regras atuais de liberação dos contratos iniciais, que podem ser negociados
via contratos bilaterais ou leilões públicos, sem alterar a rentabilidade
das distribuidoras no curto prazo. (Valor e Gazeta Mercantil - 22.07.2003) 3 Planejamento do setor será feito com projeções de crescimento para 10 e 20 anos Na reunião
do CNPE, a ministra Dilma garantiu que o governo Lula retomará as rédeas
do planejamento do setor energético. Pelo novo modelo, será criada a Fundação
de Estudos e Planejamento Energético (FEPE), que fará as projeções de
crescimento do mercado brasileiro em horizontes de 10 e de 20 anos. O
novo órgão irá elaborar os planos setoriais e a expansão do setor elétrico,
com objetivo de evitar superprodução de energia ou carência do setor.
Dois planos de expansão estão previstos no modelo. O primeiro será de
longo prazo, com um horizonte de 20 anos, com atualizações a cada quatro
anos. O segundo é um plano decenal de médio prazo, que sofrerá revisão
anual. A Fepe será responsável também pela criação de uma lista com os
empreendimentos no setor que forneçem energia mais barata no momento,
o que permitirá que o modelo adeque-se no decorrer dos anos para que o
consumidor tenha acesso à tarifas mais baratas. A lista da Fepe será submetida
à contestação pública o que, segundo a ministra Dilma Rousseff, dará transparência
ao processo. (Valor e Gazeta Mercantil - 22.07.2003) 4
Distribuidoras terão de prever crescimento de seus mercados 5 Produtores independentes poderão comercializar energia em ambiente desregulamentado O governo
vai manter, paralelamente, um ambiente desregulamentado para comercialização
de energia, onde os produtores independentes de energia e os comercializadores
poderão vender energia para os consumidores livres, como indústrias e
shoppings centers. Os grandes consumidores cativos, com consumo superior
a 3 MW, poderão se tornar livres desde que comuniquem a opção à distribuidora
a qual estão vinculados com cinco anos de antecedência. (Valor - 22.07.2003) 6 Licitações de novas usinas serão feitas em blocos As novas
usinas serão licitadas pelo menor preço da energia gerada, e não mais
pelo maior valor da outorga, como é atualmente. Mas o governo não vai
licitar empreendimentos específicos, e sim, blocos de energia que poderão
ser supridos de acordo com o projeto de cada investidor. Mas em caso de
interesse estratégico do governo, a licitação poderá ser feita com a especificação
do empreendimento. A megausina de Belo Monte, com 8 mil MW no rio Xingú,
poderá ser licitada dessa forma, disse Dilma. (Valor - 22.07.2003) 7 Dilma: Conceito de sub-mercados deve acabar em 2007 Em 2007, segundo a ministra Dilma Rousseff, poderá acabar no Brasil o conceito de sub-mercados, definidos por conta das restrições atuais de transmissão. A ministra disse que, com a implantação da terceira linha de transmissão Norte-Sul, não haverá mais nenhum impedimento para transferência de energia entre as regiões brasileiras (com exceção dos sistemas isolados). Essa linha deverá ser licitada ano que vem. (Valor - 22.07.2003) 8
Palocci : Novo modelo é positivo mas ainda precisa de aperfeiçoamentos 9 Diminui o interesse de investimentos em PCHs No segundo
semestre do ano passado, 35% dos investidores que procuraram o CndPCH
(Central Nacional de Pequenas Hidrelétricas) eram do próprio setor elétrico.
Nos primeiros seis meses deste ano, o percentual caiu para 25%. Jorge
Sampaio (CndPCH) diz que, com a paralisação das obras no setor de energia
e a devolução de parte das concessões, há uma crescente perda de investidores.
Para discutir a questão, dia 21, o setor promove no Rio o Fórum PCH e
Investimentos. (Folha de São Paulo - 22.07.2003) 10
Novo Modelo é discutido na UFRJ
Empresas 1 Eletrobrás define detalhes para leilão de LTs O presidente
da maior holding estatal brasileira, a Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa,
reuniu-se no final da tarde de ontem com os presidentes das quatro estatais
de geração e transmissão de energia elétrica, Chesf, Eletronorte, Furnas
e Eletrosul, para discutir os detalhes de como vai ser a participação
das empresas no leilão para linhas de transmissão a ser realizado em setembro.
Segundo informações da assessoria de imprensa da holding e das empresas,
nos próximos dias devem ser anunciados os parceiros privados que deverão
integrar os consórcios com as empresas federais. As geradoras estatais
só terão 49% na participação dos negócios em transmissão. (Gazeta Mercantil
- 22.07.2003) 2 Chesf escolhe parceira para disputar leilão de transmissão A Chesf
definiu ontem a empresa com a qual fechará uma parceria para disputar
o próximo leilão de linhas de transmissão da Aneel. Depois de conversar
com diversos interessados, a estatal definiu a Companhia Técnica de Engenharia
Alusa como sua futura sócia na empreitada. A intenção das duas empresas
é de disputar a implantação e operação das linhas Teresina-Sobra-Fortaleza
e Camaçari II-Sapeaçu. A Aneel realizará o leilão no dia 23 de setembro.
(Jornal do Commercio - 22.07.2003) 3 Chesf vai modernizar e ampliar usina de Boa Esperança no Piauí Dentro de
um prazo de dois anos, a Chesf deverá concluir a ampliação da capacidade
da usina hidrelétrica de Boa Esperança instalada no Rio Parnaíba, no Piauí.
Há cerca de duas semanas, a empresa fechou contrato com a multinacional
Alstom para a modernização e ampliação da capacidade de geração de duas
das quatro turbinas da usina. O investimento ficará em torno de R$ 8 milhões.
Atualmente, a Boa Esperança conta com duas turbinas, com capacidade de
geração de 70 MW cada, e mais duas com capacidade de 52 MW. Serão, justamente,
essas duas últimas que serão modernizadas e ampliadas para gerar 76 MW
cada. Com isso, a usina aumentará sua capacidade total de geração para
292 MW. Segundo o diretor de Engenharia da Chesf, José Ailton de Lima,
já havia a necessidade de modernização dos equipamento por causa do tempo
de funcionamento. Aproveitando esse motivo, a empresa resolveu então lançar
a licitação para também aumentar a potência das turbinas. "Além de ampliarmos
o nosso parque gerador, estaremos dando mais confiabilidade ao sistema",
garantiu o diretor. A usina de Boa Esperança é a única do sistema Chesf
instalada no Rio Parnaíba. (Jornal do Commercio - 22.07.2003) 4
Comerc divulga lista de participantes do leilão da Anglo American do Brasil
5 Cemat comprará energia de PCH financiada pelo BNDES O BNDES
liberará R$ 13,4 milhões para a construção da pequena central hidrelétrica
Buriti, localizada no município de Sapezal no Mato Grosso. A usina, que
pertence à Hidrelétrica Fockink, receberá um investimento total de R$
22,1 milhões. Os recursos liberados pelo banco são provenientes do Programa
de Apoio Financeiro a Investimentos Prioritários no Setor Elétrico. A
PCH terá 10 MW de capacidade instalada e negociará sua produção para a
Cemat. A distribuidora fornecerá a energia elétrica para quatros municípios:
Sapezal, Campos de Júlio, Comodoro e Campo Novo do Parecis que apresentam
crescimento econômico acelerado com a expansão do cultivo de soja. O projeto
inclui ainda a construção de uma linha de transmissão com 20 quilômetros
de extensão. (Canal Energia - 21.07.2003) 6 Cataguazes nega interesse em comprar Eletropaulo A Cataguazes-Leopoldina
negou hoje, através de comunicado enviado à Bovespa, que tenha interesse
em adquirir o controle da Eletropaulo, como sugerido em nota do jornalista
Ricardo Boechat, no Jornal do Brasil de hoje. Segundo a Cataguazes, "não
há nenhum fundamento na informação veiculada". Ela afirma que tal aquisição
sequer chegou a ser estudada pelo sistema Cataguazes-Leopoldina. O sistema
Cataguazes-Leopoldina envolve as distribuidoras Companhia Força e Luz
Cataguazes-Leopoldina, que fornece energia para cerca de 289 mil unidades
em municípios de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, e a Companhia de Eletricidade
de Nova Friburgo (Cenf), que atende a 77 mil unidades no município de
Nova Friburgo (RJ). (Valor Online- 21.07.2003) 7 Estrangeiras aguardam novo modelo para decidirem se permanecem no Brasil As empresas
estrangeiras de energia, lideradas pelas norte-americanas, investiram
mais de US$ 20 bilhões no Brasil, apenas nas privatizações, com a expectativa
de remeter gordos dividendos às matrizes. A maioria delas teve frustradas
suas expectativas. Além de não enviar dinheiro ao exterior como imaginavam,
trombou com o apagão e amargou prejuízos sucessivos em suas controladas
no país. Agora, aguardam apreensivas o novo modelo para setor. Tem investidor
que preferiu não esperar e bateu-se em retirada. Outros, pressionados
pelas matrizes que pararam de colocar recursos no Brasil, ameaçam partir.
O fato comum é que boa parte das empresas interrompeu projetos em andamento
no país e congelou investimentos já programados à espera de definições
sobre o novo modelo. As européias Iberdrola, EDP, EDF e Endesa são algumas
das que cancelaram os investimentos no Brasil e entre elas já há quem
pensa se deve permanecer por aqui. "As empresas não vão embora porque
não tem quem compre seus ativos aqui", diz o presidente de uma empresa
estrangeira. Hoje, o setor privado detém 23% da geração e 65% da distribuição
de energia do país. (Valor - 22.07.2003) 8 Alliant admite deixar o país caso performance financeira dos investimentos não melhore Durante
o anúncio dos resultados do primeiro trimestre, o CEO da Alliant, Erroll
Davis, afirmou que poderá reavaliar o investimento no Brasil dependendo
dos resultados obtidos em 2003. "(...) Fizemos progressos operacionais
no ano passado. Infelizmente, essa melhora operacional ainda não resultou
na melhor performance financeira que esperávamos, dado a vários fatores,
inclusive o impacto significativo de maiores custos de juros. Embora não
esperemos que nosso investimento no Brasil seja lucrativo em 2003, esperamos
melhora significativa em sua performance financeira ao longo do ano. (...)
Como já indicamos anteriormente, se não houver melhora na performance
financeira dos investimentos até o fim de 2003, vamos reavaliar nosso
compromisso com o mercado brasileiro". Se sair do Brasil, a Alliant seguirá
os passos de outras americanas que venderam participações ou simplesmente
deixaram suas subsidiárias entrar em "default". (Valor - 22.07.2003) 9 Empresas vendem ativos para honrar dívidas que financiaram seus investimentos Todas as
matrizes norte-americanas foram duramente atingidas pelo escândalo da
Enron, em 2001, e pela mudança no mercado. "Hoje há excesso de capacidade,
as empresas fizeram um grande volume de investimentos para uma demanda
que não se confirmou", afirma o analista Anatol Feygin, do J.P. Morgan
Chase. Os investimentos foram financiados por dívida que está vencendo
e que as empresas não têm como pagar. Por isso, estão vendendo ativos
em todo mundo. O volume de vendas é tão grande que os balanços em 2003
mostram dois resultados diferentes: um das operações que continuarão com
as empresas depois da reestruturação e outro para o total das operações
no momento do balanço. Quem atua principalmente no "mercado regulado"
de energia nos EUA está em melhor situação, como a Duke Energy. Nesse
mercado, a demanda por energia é garantida e os preços regulados - portanto,
o fluxo de caixa é mais previsível. As que mais sofreram, são justamente
as mesmas que fizeram maiores investimentos no Brasil, companhias que
obtinham a maior parte das receitas no mercado livre - no qual a energia
é produzida sem garantia de compra e leiloada. A Enron era um grande "trader"
e tinha 20% desse mercado, onde também estão presentes a Dynergy, AES
e El Paso. Embora a Enron tenha quebrado por fraude contábil, a negociação
de energia foi duramente atingida pela inadimplência da empresa, num efeito
dominó, e a atividade passou a ser vista como de risco excessivo pelos
investidores. Hoje os volumes de energia negociados caíram muito. (Valor
-22.07.2003) 10 Situação confortável não impede Duke Energy de adiar construção de 3 térmicas A norte-americana
Duke Energy é quase uma exceção no setor elétrico brasileiro. Isso não
quer dizer que ela tenha passado ilesa à crise que abate as companhias
do ramo. A diferença é que a sua controladora, de perfil bastante conservador,
preferiu pagar o investimento à vista a ter que contrair dívidas para
comprar a Paranapanema - cisão da área de geração da Cesp. Desde 1999,
a companhia envia dividendos para a matriz. A soma totaliza R$ 272,2 milhões.
Mesmo assim, sem dívidas, a Duke reviu sua posição no Brasil. Neste ano,
a empresa suspendeu a construção das usinas termoelétricas de Pederneiras
(500MW), de Corumbá (MS) e de Puerto Suarez (Bolívia) - as duas últimas
de 88 MW cada, ambas em parceria com a Petrobras. O investimentos previstos
eram de US$ 400 milhões. Depois do escândalo da Enron, nos Estados Unidos,
a Duke ficou mais atenta aos seus investimentos fora do país. O "board"
(comando) do grupo está cauteloso sobre as mudanças que estão sendo previstas
para o setor elétrico brasileiro. Mas não há orientação de deixar o país.
"Em todos os países acontecem mudanças, mas é preciso que, no novo modelo,
se tenha flexibilidade e isonomia entre as empresas estatais e as privadas",
afirma Born. (Valor - 22.07.2003) 11 Coelce fecha parceria com corretora de seguros A Coelce
é a mais nova empresa, detentora de um vasto banco de dados, a participar
da popularização do seguro. Os mais de 1,6 milhão de consumidores de energia
receberão a partir do dia 24 uma oferta juntamente com a conta mensal.
Chamado de "Super 3 + 1 Coelce", o pacote oferecerá aos cearenses seguro
residencial, seguro de acidentes pessoais, proteção financeira e um título
de capitalização. O pacote foi elaborado em parceria com a Marsh Corretora
de Seguros, responsável pelo desenho do pacote de serviços. Segundo os
cálculos de Patrícia Freire, diretora de vendas de seguros massificados
da corretora, se uma pessoa resolvesse adquirir todos esses produtos separadamente
iria desembolsar, no mínimo, R$ 10. "Quanto maior é a base de dados, melhor
preço conseguimos junto à seguradora", explicou Patrícia. A ACE Seguradora,
a 16º maior companhia de seguros do Brasil, é a responsável por garantir
o risco assumido no pacote ofertado. A expectativa da Marsh é que o seguro
atinja 40% da base de clientes da Coelce, em um período de três anos.
(Gazeta Mercantil - 22.07.2003) 12 Celesc abre processos de licitação A Celesc
abriu seis processos de licitação. Para o dia 30 de julho está previsto
o encerramento do processo de construção do alimentador de interligação
da subestação Catanduvas à subestação Água Doce. O edital custa R$ 140,00.
A licitação que segue até 31 de julho é para compra de medidor eletrônico.
O processo de aquisição de ferragens, como parafuso, espaçador e luva
emenda, vai até 4 de agosto. A empresa também licita a aquisição de transformador
de potência até o dia 14 de agosto. O edital custa R$ 40,00. Para o dia
18 de agosto está previsto o encerramento do processo de aquisição de
cabo multiplexado da alumínio. A última licitação é para compra de fio
de cobre e cabro de cobre e alumínio. O prazo vai até 19 de agosto. A
distribuidora também prorrogou, para 4 de agosto, o prazo de contratação
de empresa especializada para realizar manutenção de iluminação pública
de São Bento e Campo Alegre. A Celesc ainda revogou a contratação de serviços
de corte e religação de fornecimento de energia. (Canal Energia - 21.07.2003)
Oferta e Demanda de Energia Elétrica 1 Abastecimento pode ser comprometido por falta de investimentos em subtransmissão A discussão
principal do setor elétrico está focada nas possibilidades de ampliação
do parque instalado e do sistema de transmissão para evitar o risco de
racionamento. Mesmo que o novo modelo consiga viabilizar essas obras,
algumas partes do país podem sofrer com desabastecimento por falta de
investimento na subtransmissão. Segundo o presidente da Cteep, José Sidnei
Colombo Martini, o setor precisa de R$ 995 milhões até 2007, só no estado
de São Paulo. "Esse volume representa 38,2% do total de investimento em
transmissão necessário, cerca de R$ 2,5 bilhões", informa. Martini afirma
que o risco de desabastecimento é causado pela sobrecarga das demais instalações
de transmissão (DIT). Pela legislação atual, as distribuidoras têm a responsabilidade
de investir em instalações de transmissão com tensão inferior a 230 kV,
entretanto, segundo o presidente da Cteep, elas não estão modernizando
nem ampliando os equipamentos. O problema é agravado, acrescenta Martini,
pois uma subestação atende a várias distribuidoras e isso traz problemas
na hora de programar investimentos. "Se a responsável pela modernização
de uma unidade tiver outros caminhos para atender sua carga, ela adia
as modificações e compromete o abastecimento de outra empresa", afirma.
(Canal Energia - 21.07.2003) 2 Região Sul registra alta de 3,26% no consumo na última semana A região
Sul tem consumo de 5.449 MW médios no últimos domingo, dia 20 de julho,
contra previsão de 6.755 MW médios do ONS. Em relação ao programa mensal
de operação (PMO), o subsistema registra alta de 3,26% nos últimos sete
dias. No Sudeste/Centro-Oeste, o consumo foi de 21.473 MW médios, contra
previsão de 25.350 MW médios do operador do sistema. Nos últimos sete
dias, o submercado acumula queda no consumo de 2,53%. Em relação à curva
de aversão ao risco, de 26.664 MW médios, o subsistema registra baixa
de 7,34% no mesmo período. O Nordeste consumiu 5.182 MW médios, contra
PMO de 5.914 MW médios do ONS. Nos últimos sete dias, a região está com
queda no consumo de 2,9%. Em relação à curva de aversão ao risco, de 6.132
MW médios, o submercado registra baixa de 6,35% no período. O consumo
no subsistema Norte chegou a 2.455 MW médios, contra previsão de 2.855
MW médios do operador do sistema. Em relação ao programa mensal de operação,
o submercado tem queda de 3,35% nos últimos sete dias. (Canal Energia
- 21.07.2003) 3 Nível de armazenamento no subsistema Norte registra queda de 0,3% O submercado
Norte teve a maior queda, de 0,3%, chegando a 76,88% do volume. A usina
de Tucuruí está com 91,68% da capacidade. (Canal Energia - 21.07.2003) 4
Nível de capacidade do subsistema Nordeste está em 42,14% 5 Índice de armazenamento do Sudeste/Centro-Oeste apresenta redução de 0,14% Os reservatórios
do subsistema Sudeste/Centro-Oeste estão com 69,54% da capacidade, volume
38,12% acima da curva de aversão. O índice teve uma redução de 0,14%.
Os níveis das usinas de São Simão e Nova Ponte estão, respectivamente,
em 80,26% e 64,07%. (Canal Energia - 21.07.2003) 6 Capacidade de armazenamento da região Sul está em 61,51% A capacidade
da região Sul está em 61,51%, o que corresponde a um acréscimo de 0,73%
em um dia. A usina de G. B. Munhoz registra índice de 56,3%. (Canal Energia
- 21.07.2003) 7 Boletim Diário da Operação do ONS Para obter
os últimos dados do Boletim Diário da Operação do ONS, incluindo produção
de energia hidráulica e térmica e energia armazenada, clique aqui.
Comercialização de Energia 1 MAE: Liquidação de janeiro deste ano registra adimplência de 97,31% A liquidação
financeira das operações realizadas no MAE em janeiro de 2003 tiveram
índice de adimplência de 97,31%. O volume de recursos envolvidos no processo,
concluído nesta segunda-feira, dia 21 de julho, chegou a R$ 28,42 milhões.
Na liquidação, realizada pelo Banco Bradesco, apenas duas empresas deixaram
de pagar seus débitos. Na próxima quarta-feira, dia 23 de julho, o mercado
atacadista realizará a liquidação financeira referente ao mês de fevereiro
deste ano e na sexta-feira, dia 25 de julho, será do mês de março. Segundo
o presidente do Conselho de Administração do MAE, Antônio Carlos Fraga
Machado, o resultado demonstra que o mercado funcionará normalmente, com
transparência e regularidade. (Canal Energia - 22.07.2003)
Gás e Termoelétricas 1 Financiamento para Angra 3 pode vir de parcerias da Eletrobrás com iniciativa privada A Eletrobrás
busca parceria com a iniciativa privada para financiar o projeto da usina
nuclear de Angra 3. Segundo o presidente da estatal, Luiz Pinguelli Rosa,
o governo não tem "nenhuma condição financeira" de iniciar as obras, estimadas
pelo mercado em US$ 1,8 bilhão. Por isso, Pinguelli já se reuniu com empresários
de vários setores para discutir o projeto. A idéia é criar uma empresa
que seja dona da energia gerada pela usina, já que a geração nuclear de
energia é monopólio da União, impedindo a participação de companhias privadas
no capital de Angra 3. "O reator de Angra 3 seria da Eletronuclear, mas
essa empresa espelho teria um contrato específico, de maneira que a energia
ficaria a cargo dela. Com isso, eu poderia ter investimentos que facilitassem
compor uma solução financeira para a retomada de Angra 3, que na situação
atual é impossível", explicou Pinguelli. (Estado de São Paulo - 22.07.2003) 2 MPX Mineração e Energia realiza captação de US$ 52 mi A MPX Mineração
e Energia obteve financiamento de US$ 52 milhões para arcar com os custos
da compra de parte dos equipamentos da Termelétrica Ceará, que entrou
em operação em maio de 2002. A usina, que tem 220 MW de capacidade instalada,
recebeu investimentos de US$ 125 milhões. O diretor Financeiro da empresa,
Marcelo Cheniaux, informa que os recursos foram captados com os bancos
Exim Bank e BNP. Atualmente, a usina não está operando em tempo integral.
"A Termoceará despacha energia elétrica de acordo com as necessidades
da Petrobras Energia ou do ONS", conta Cheniaux. O diretor diz que, no
momento, não há negociações para venda de energia elétrica para as distribuidoras,
entretanto não descartou contratos com as empresas no futuro. Em relação
à venda da usina para a Petrobras, ele preferiu não comentar o assunto,
limitando-se a afirmar que há um tempo atrás havia mais procura para a
negociação. (Canal Energia - 21.07.2003)
Grandes Consumidores 1 Diversificação: Cisa investirá em energia e porto Mais de
US$ 120 milhões destinados à infra-estrutura, basicamente energia e transportes,
já seriam suficientes para destacar qualquer empresa no atual cenário
de investimentos escassos. Mas o que chama atenção no projeto de construção
da termoelétrica de Petrolina (PE) e de um terminal privado em Vitória
(ES) é que os recursos saíram da Cisa Trading, uma das maiores importadoras
do país. Fora do seu foco principal de atividade, a diversificação mostra
como a empresa se prepara para entrar firme nas exportações. (Valor -
22.07.2003)
Economia Brasileira 1 Palocci sinaliza nova redução dos juros O ministro
da Fazenda, Antonio Palocci Filho, sinalizou que o Copom deve promover
uma nova redução de juros na reunião que ocorre de hoje até amanhã. "No
mês passado, o Copom já começou a reduzir os juros. Se a inflação continuar
caindo, esse movimento pode continuar", afirmou Palocci. As declarações
do ministro convergem com as expectativas do mercado financeiro. Em seus
informes diários, bancos e consultorias são praticamente unânimes em apontar
que os juros cairão. Os últimos indicadores de inflação, avaliam alguns
analistas, concedem margem para redução. Segundo o IPC (Índice de Preços
ao Consumidor) da Fipe, nos últimos 30 dias encerrados no dia 15 houve
deflação de 0,35% na cidade de São Paulo. O resultado fez a Fipe rever
a estimativa de inflação de julho: deverá ficar próxima de zero. Ontem,
a segunda prévia de julho do IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado),
da FGV, acusou deflação de 0,35%. O IPC, um dos três índices que compõem
o IGP-M e verifica os preços no varejo, apresentou a primeira deflação
para uma segunda prévia desde novembro de 2000 (-0,08%). (Folha de São
Paulo - 22.07.2003) 2 Crescimento não tem data marcada, afirma Palocci O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, afirmou ontem que "o espetáculo do crescimento" não tem data marcada para começar. "Crescimento não tem ato inaugural, data marcada". É marcado por um início de processo em que as condições fundamentais para impedir a explosão inflacionária podem se colocar de maneira mais amena, hoje. Se a inflação continuar caindo, esse movimento pode continuar", disse o ministro. A expressão "espetáculo do crescimento" foi usada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 26 de junho, no mesmo auditório do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, berço do PT e da sua trajetória sindical. Naquele dia, Lula havia prometido a uma platéia de mais de 350 participantes da solenidade de abertura do Congresso dos Metalúrgicos do ABC que tal espetáculo começaria este mês. O problema é que a espera está colocando em xeque a expressão que Lula gostaria de ver materializada no seu primeiro ano de governo. A oposição, especialmente o PSDB do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, não perdeu tempo e atacou na quinta-feira o Governo petista ao lançar o documento "O espetáculo da recessão já começou". Nele, extrapolam adjetivos na avaliação dos seis meses do Governo petista, tais como "a reforma da Previdência é equivocada", "a tributária é acanhada" e o "espetáculo do crescimento anunciado por Lula trata-se apenas de mais uma das vãs promessas do PT (ou das bravatas do presidente)". (Jornal do Commercio - 22.07.2003) 3 Prévia do IGP-M indica deflação ao consumidor A queda
generalizada dos preços, já verificada no atacado, chega agora ao consumidor.
É o que mostra a segunda prévia de julho do IGP-M, divulgada ontem pela
FGV, que apontou deflação de 0,35%. Em igual período de junho, a redução
dos preços havia sido mais intensa: 0,66%. Segundo a FGV, o IPC registrou
sua primeira deflação em uma segunda prévia desde novembro de 2000. Houve
queda de 0,08%, ante 0,03% naquele período. Na segunda prévia de junho,
o índice havia subido 0,17%. No varejo, as principais reduções ocorreram
nos preços dos alimentos e dos itens de transportes, grupo beneficiado
pelas quedas da gasolina e do álcool. Sob influência da safra recorde
e do recuo do dólar, os alimentos caíram, em média, 0,95% e intensificaram
a redução dos preços já verificada em junho (-0,18%). (Folha de São Paulo
- 22.07.2003) 4
Mercado prevê IPCA de 10,62% para 2003, aponta Focus 5 Exportação desacelera, mas balança mantém saldo O saldo
da balança comercial brasileira ficou em US$ 250 milhões na terceira semana
de julho, elevando o superávit acumulado no ano para US$ 11,375 bilhões.
As exportações na semana passada somaram US$ 1,262 bilhão e apresentaram,
pela terceira semana consecutiva, tendência de queda nos embarques diários
médios. Nesse último levantamento, o valor das vendas externas foi de
US$ 252,4 milhões por dia útil. O volume de importação na semana subiu
e atingiu US$ 1,012 bilhão. A análise feita pelo governo destaca o aumento
das vendas na semana de produtos manufaturados (7%), enquanto caíram as
exportações de produtos básicos (-0,9%) e de semimanufaturados (-47%).
De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento,
o desempenho da balança na semana passada ficou 34,38% abaixo do registrado
na segunda semana do mês, quando o saldo atingiu US$ 381 milhões. No acumulado
em 12 meses, o saldo da balança comercial está superavitário em US$ 20,939
bilhões. Comparado com o mesmo período anterior, quando o resultado foi
de US$ 6,301 bilhões, percebe-se um aumento de 232% do saldo. O acumulado
de exportações em 12 meses estava em US$ 55,273 bilhões, frente aos US$
67,887 bilhões deste último período, o que significa crescimento de ou
23%. Já as importações no mesmo período passaram de US$ 48,972 bilhões
para os atuais US$ 46,948 bilhões, queda de 4,1%. (Valor - 22.07.2003) A possibilidade
de queda dos juros básicos da economia domina as discussões no mercado
financeiro, que trabalha em compasso de espera. O dólar à vista alternou
tendências e fechou a manhã praticamente estável (alta de 0,03%), cotado
a R$ 2,877 na compra e R$ 2,880 na venda. Ontem, no término dos negócios,
o dólar comercial registrava queda de 0,34% e era negociado a R$ 2,8760
na compra e a R$ 2,8790 na venda. Durante os negócios, a moeda oscilou
da máxima de R$ 2,9030 à mínima de R$ 2,8740. (O Globo On Line e Valor
Online - 22.07.2003)
Internacional 1 Queda nos investimentos pode causar "apagão" na Argentina A paralisia
dos investimentos em serviços básicos como o fornecimento de energia elétrica
pode provocar desabastecimento ou até um apagão na Argentina. O alerta
foi feito pela Adeera (Associação das Distribuidoras de Energia Elétrica),
que concentra as maiores empresas do setor. O aviso serve também para
o fornecimento de água e gás. Segundo Cláudio Bulacio, analista de projetos
e investimentos da Adeera, a crise econômica somada ao congelamento das
tarifas, em janeiro de 2002, praticamente impossibilitou a realização
de novos investimentos. "A renda das empresas não cobre nem os custos.
Gasta-se apenas com manutenção, e esse comportamento pode resultar em
desabastecimento", afirmou. Segundo dados da Adeera, para acompanhar a
demanda pelos serviços de energia, que cresce em média 3% ao ano, seriam
necessários investimentos de, no mínimo, US$ 1 bilhão por ano. Um reajuste
das tarifas seria, segundo as empresas, uma das alternativas para inverter
essa situação. O governo, no entanto, não autoriza o aumento e diz que
a revisão tarifária será feita após a negociação dos contratos de privatização,
assinados na década de 90 e que estariam defasados. A Edesur, empresa
responsável pelo fornecimento da cidade de Buenos Aires, por exemplo,
cortou gastos. Entre 1992 e 2001, a média anual de investimentos era de
US$ 120 milhões. Caiu para US$ 25 milhões em 2002. (Folha de São Paulo
- 22.07.2003) 2 Contratos de concessão já começaram a ser revistos na Argentina O Ministério
da Planificação da Argentina (equivalente ao Planejamento brasileiro)
já começou a rever os 61 contratos de concessão assinados durante o governo
do ex-presidente Carlos Menem (1989-1999). O prazo para conclusão das
revisões é 31 de dezembro de 2004, com exceção das rodovias e dos transportes
públicos, que devem estar terminadas até de 31 de outubro. O governo vai
rever os contratos de 15 concessionários de rodovias e serviços como trens
metropolitanos e ônibus urbanos. A intenção é eliminar os subsídios públicos
dados a essas empresas para financiar investimentos e que consomem 0,5%
do PIB. O objetivo é fazer os gastos com manutenção serem de responsabilidade
total das empresas. (Folha de São Paulo - 22.07.2003) 3 Edesur planeja emissão de US$ 10mi-20 mi em títulos A distribuidora
argentina Edesur planeja emitir de US$ 10 milhões a US$ 20 milhões em
títulos para oferta a fundos de pensão locais até o final do ano, disse
o gerente financeiro da empresa, Ignácio Uranga. Os fundos de pensão "possuem
uma grande quantia em dinheiro que estão colocando em títulos do governo
e outros instrumentos de retorno fixo", disse Uranga, acrescentando que
as negociações entre a Edesur e os fundos já estão em andamento. A quantia
será relativamente pequena e o prazo de vencimento relativamente curto,
porque a emissão seria a primeira da Edesur desde a crise financeira da
Argentina e a empresa quer que ela seja simples, de forma a compensar,
disse Uranga. Os detalhes da emissão ainda não foram resolvidos. "Estamos
pensando em algumas alternativas diferentes no mercado local", disse Uranga.
(Business News Americas - 21.07.2003) 4
Edesur vai pedir extensão do programa de títulos de médio prazo
Equipe
de Pesquisa UFRJ - Eletrobrás Visite
o site do Provedor onde encontra-se a maior base de dados sobre as empresas
do setor: www.provedor.nuca.ie.ufrj.br/eletrobras |
|