l IFE:
nº 1.137 - 26 de junho de 2003 Índice Reestruturação
e Regulação Empresas Oferta
e Demanda de Energia Elétrica Comercialização
de Energia Gás
e Termelétricas Economia
Brasileira Internacional
Reestruturação e Regulação 1 Nelson Siffert - Síntese da palestra sobre BNDES e SE Nelson Siffert,
chefe do Departamento de Energia Elétrica do BNDES, apresentou, no dia
24, na UFRJ, palestra sobre o tema: O BNDES e o Financiamento do Setor
Elétrico - Tendências e Perspectivas. Inicialmente foi apresentada sua
visão sobre a estrutura do SEE, detalhando as especificidades conjunturais
e estruturais dos segmentos de geração, transmissão e distribuição. Em
seguida, em numa análise pessoal, foi apresentado um quadro do processo
de re-ordenamento do setor depois da crise e as reações do mercado. Siffert
afirmou que o mercado está com uma visão "míope" do setor. O SEE passa
por uma fase de ajustes e reestruturação e não por uma situação de crise
como os agentes do mercado vêm assinalando. Segundo Siffert, os acionistas
e grupos de investidores devem apostar no setor através da capitalização
das empresas, lembrando que, em função de apresentar uma matriz energética
predominantemente hidráulica, tem uma maturação dos investimentos de longo
prazo, e isso deve ser assimilado pelos investidores. A participação dos
acionistas foi bastante enfatizada, principalmente como forma de solucionar
o desequilíbrio financeiro das empresas, que tiveram um aumento de sua
dívida de R$ 22 bi para R$ 40 bi. No tocante ao desenvolvimento do setor,
Siffert sinalizou para a importância da participação do governo no processo,
criando condições para posteriores e/ou concomitantes investimentos do
setor privado. Nessa situação, o BNDES teria grande importância como fonte
de financiamento. Sobre a atuação do BNDES no setor de infra-estrutura,
Siffert assinalou que o banco tem em seu orçamento R$ 30 bilhões para
o financiamento, sendo que R$ 4 a 5 bilhões estão previstos para serem
utilizados com o SEE - mas nem todo esse montante deverá ser utilizado
esse ano. Siffert destacou também a mudança na forma de atuação do banco,
passando a assumir uma postura de banco de desenvolvimento. Dois pontos
importantes da palestra foram: (a) análise minuciosa dos critérios para
empréstimo ao SEE; e (b) apresentação de uma visão pessoal sobre fundo
de financiamento para projetos no setor. (NUCA - 26.06.2003) 2 Restrição de recursos leva agências reguladores a suspender serviços As agências
reguladoras dos setores de energia, telecomunicações e petróleo ameaçaram
ontem encerrar, por falta de dinheiro, os serviços de outorga de concessões,
fiscalização, realização de audiências públicas fora de Brasília e ouvidoria
via telefone. Os dirigentes das quatro principais agências reguladoras
do país, Aneel, Anatel, ANP e ANA participaram ontem de audiência pública
na Comissão de Infra-estrutura do Senado. O diretor-geral da Aneel, José
Mário Abdo , disse que o contingenciamento dos recursos da agência é ilegal
porque o dinheiro é proveniente das taxas de fiscalização pagas pelo consumidor,
e não vem do contribuinte. "As verbas da agência não são oriundas do Tesouro,
mas das tarifas de energia. Há a exigência, portanto, da prestação do
serviço que está sendo pago", afirmou. Ele disse que se for mantido o
atual nível de contingenciamento, a agência não poderá mais realizar leilões
de concessões de linhas de transmissão e de novas hidrelétricas. "A expansão
do sistema elétrico nacional pode ficar comprometida". A fiscalização
também está comprometida com o corte de verbas. "Não dá para o pessoal
da Aneel visitar todas as 64 distribuidoras". (Valor - 26.06.2003) 3 Aneel define novos parâmetros para medição de DEC e FEC As 17 distribuidoras
que passam pelo processo de revisão tarifária em 2003 terão novas metas
para a melhoria dos índices de continuidade do fornecimento de energia
elétrica. A Aneel definirá no segundo semestre os novos parâmetros, que
entrarão em vigor no início de 2004. A evolução dos indicadores de DEC
(Duração Equivalente de Interrupção) e FEC (Freqüência Equivalente de
Interrupção) está prevista na resolução n° 24/2000 da Aneel, aprimorada
e republicada em 13 de março deste ano. A decisão da agência será baseada
em simulações técnicas e na análise das propostas apresentadas pelas empresas.
Já passaram pela revisão tarifária este ano as distribuidoras Cemat (MT),
Enersul (MS), Cemig (MG), CPFL (SP), AES Sul (RS), RGE (RS), Coelba (BA),
Coelce (CE), Cosern (RN) e Energipe (SE). Estão em processo nesse semestre
a Eletropaulo (SP), Celpa (PA), Elektro (SP), Bandeirante Energia (SP),
CPFL Piratininga, Light (RJ) e Cerj (RJ). (Canal Energia 25.06.2003) 4
Agência Nacional de Águas: Análise conjunta melhoraria licenciamento ambiental
Empresas 1 Furnas e Eletrobrás: Projeto de usinas no Rio Madeira é apresentado Os presidentes
das estatais Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, e Furnas, José Pedro Rodrigues
de Oliveira, apresentaram ontem para um grupo de empresários do setor
de infra-estrutura o projeto de construção de duas hidrelétricas no Rio
Madeira, entre Porto Velho (RO) e a divisa do Brasil com a Bolívia. A
previsão do governo federal é de investimento de R$ 14 bilhões - R$ 10
bilhões em geração e R$ 4 bilhões em transmissão - para uma capacidade
instalada de 7.362 MW. A proposta das usinas de Santo Antônio e de Jirau
prevê a estatal Furnas à frente do empreendimento e a retomada dos grandes
projetos de geração pelo governo federal. A apresentação foi feita em
uma reunião na Abdib. Em andamento há dois anos pela equipe de engenheiros
de Furnas e da Construtora Norberto Odebrecht, que têm o registro na Aneel,
e desenvolvido pela Projetos e Consultorias de Engenharia Ltda. e Furnas,
o projeto do Rio Madeira prevê a conclusão das etapas de estudos até novembro
deste ano, o início das obras em 2005 e a conclusão das usinas em 2012.
(Gazeta Mercantil - 26.06.2003) 2 Cepisa tem dívida de R$ 40 mi com a Chesf A atual
crise financeira do setor elétrico acabou atingindo, por tabela, o caixa
da Chesf. Os problemas gerados desde o racionamento de 2001 e a não recuperação
do consumo desde então levaram a Cepisa a atrasar o pagamento da energia
que compra da geradora desde janeiro deste ano. No total, a distribuidora
já deve em torno de R$ 40 milhões à Chesf em contas de energia atrasadas.
Segundo a Chesf, os débitos já estão sendo negociados entre a geradora
e a distribuidora. Na verdade, há informações de que a Eletrobrás, acionista
majoritário da Chesf, estaria participando dessa negociação para resolver
o problema da Cepisa, que foi federalizada, passando a ser controlada
também pela Eletrobrás. Os riscos de aumento da inadimplência devido aos
problemas de fluxo de caixa do setor já existiam desde o ano passado.
A própria Eletrobrás realizou uma provisão maior do que a normal, no seu
balanço do ano passado voltado para possíveis perdas. (Jornal do Comércio
- 26.06.2003) 3 Ação pública tenta redução do reajuste tarifário da Enersul O Ministério
Público Federal ajuizou ontem ação civil pública pedindo redução pela
metade do reajuste de 42,6% da revisão tarifária autorizado pela Aneel
à Enersul em 8 de abril. Desse total, 32,5% já entraram em vigor este
ano e o restante será pulverizado nos próximos quatro anos, somado ao
índice de inflação anual. Na ação protocolada ontem na Justiça Federal
- precedida por uma carreata dos representantes do Fórum Anti-Reajuste
e dos procuradores até o Parque dos Poderes - é proposta uma queda de
10 ou até 20 pontos percentuais no índice repassado à distribuidora sul-matogrossense.
O MPF alega que há inconsistência nos cálculos e dados repassados pela
Enersul à Aneel para proceder a revisão tarifária. Segundo estudos dos
economistas do MPF feitos em Brasília, com a mudança nos índices, o reajuste
poderia ser reduzido para 7,5%. O procurador do MPF, Alexandre Gavronski,
afirmou no entanto que é preciso não criar expectativas em relação a esse
índice. Segundo ele, esta queda só chega a ser cogitada na melhor das
hipóteses, mas acredita que "pelo menos cinco pontos podemos contestar
com certeza". (Correio do Estado - 26.06.2003) 4
Ação contra a Enersul e a Aneel está embasada em cinco pontos 5 Empresas empenhadas no combate às fraudes As distribuidoras
de energia elétrica vêm ampliando esforços para combater as ligações ilícitas
- popularmente conhecidas como "gatos" - que chegam a ser responsáveis
por perdas comerciais de até 20%. O problema intensificou-se durante o
período de racionamento, quando os consumidores tiveram de cumprir metas
de consumo. "O racionamento estimulou os consumidores a partirem para
a ilegalidade", queixa-se o vice-presidente da Celpe, Roberto Alcoforado.
Na tentativa de reverter o problema, distribuidoras traçam planos semelhantes
para ampliar seus programas anti-fraude. Além do aumento das inspeções,
as empresas investem em novas instalações, melhores sistemas de lacres
dos medidores e na ampliação das equipes. (Gazeta Mercantil - 26.06.2003) 6 Light faz investimento de R$ 100 mi para combate a perda de energia Embora venha
fazendo investimentos anuais de R$ 100 milhões ao ano no combate ao furto
desde 2001, somente agora a distribuidora carioca começa a notar os primeiros
resultados. A Light durante as inspeções a um milhão de clientes que pretende
fazer este ano, também realizará a securitização das ligações com problemas
de leitura. Além de trocar equipamentos que apresentam defeito, a Light
procura mudar as instalações para fora da propriedade do cliente ou, pelo
menos, para um local em que o visor de medição fique voltado para a rua.
De acordo com José Mário Ribeiro, assessor executivo da diretoria de distribuição
da Light, além de eliminar a leitura por estimativa, os medidores instalados
nos postes inibem adulterações. (Gazeta Mercantil - 26.06.2003) 7 Furtos no setor industrial e comercial recebem atenção especial Embora seja
grande o número de furtos de energia em regiões residenciais, especialmente
de baixa renda, esse tipo de "gato" não é a maior preocupação das distribuidoras.
Fraudes na indústria e no comércio são o principal foco de atuação. A
Cemig segue com especial atenção em setores específicos do comércio e
da indústria. "Fazemos inspeção regular, duas vezes por ano, em segmentos
com alto volume de fraude", diz Túlio Marcos, gerente de engenharia de
medição e gestão de perdas da distribuidoras. Ele não revela quais seriam
esses segmentos, mas diz que a concessionária possui estratégia diferenciada,
dependendo da atuação do consumidor. Já a CPFL e a Celpe fazem inspeção
anual em todos os clientes de alta tensão. A distribuidora pernambucana
destaca, também, a atuação de "eletrotraficantes", verdadeiros prestadores
do serviço de fraude na medição de leitura. Nesses casos, as distribuidoras
buscam o apoio policial para a abertura de inquérito e a possível prisão
dos responsáveis. A Light possui até o apoio de policiais especializados
em investigações desse tipo de crimes. (Gazeta Mercantil - 26.06.2003) 8 Para Coelba, setor residencial é o que mais preocupa A Coelba,
no entanto, registra como principal dificuldade os furtos de energia residenciais,
que respondem por 80% das perdas. Somente de janeiro a abril a empresa
regularizou oito mil ligações, recuperando 20,3 GWh. Durante todo o ano,
a distribuidora pretende investir R$ 15 milhões no combate ao furto de
energia, seja com ações de mídia que apresentem o fraudador como criminoso,
seja na extensão da rede e no financiamento dos gastos com a regularização.
Além disso a empresa aposta na associação com uma ONG para a elaboração
de um programa voltado à população de baixa renda. "O objetivo é ensinar
os consumidores a ordenar seu orçamento e a consumir de forma eficiente",
diz Marcos Almeida, gerente do departamento de inspeção de energia. (Gazeta
Mercantil - 26.06.2003)
Oferta e Demanda de Energia Elétrica 1 Abdo: Entraves na construção de hidrelétricas pode afetar oferta de energia O diretor-geral
da Aneel, José Mario Abdo, disse ontem que a decisão de alguns grupos
de não construir mais usinas hidrelétricas, por causa de problemas na
retirada de licença ambiental, pode ter "reflexos importantes" na expansão
da oferta de energia e no abastecimento à população. Segundo ele, alguns
casos de desistência comunicados à agência já foram encaminhados ao Ministério
de Minas e Energia. "É uma questão relevante, porque impacta, inclusive,
nas usinas hidrelétricas já leiloadas e tem relação com novas usinas e
novas concessões", disse Abdo. Segundo o diretor-geral, o assunto relativo
à dificuldade de instalação de hidrelétricas é de competência do MME,
já que é o ministério que coordena todo o projeto de expansão da oferta
e de abastecimento. Segundo ele, a Aneel tem dialogado com o ministério
e se colocado à disposição para subsidiar os trabalhos. "É uma questão
que envolve política ambiental e política energética e as instâncias competentes
do governo, que são o Ministério de Minas e Energia e o Ministério de
Meio Ambiente. Abdo considera, no entanto, que essa não é uma questão
"insolúvel". (Estado de São Paulo - 26.06.2003) 2 Nordeste registra consumo de 5.398 MW médios O Nordeste
consumiu 5.398 MW médios na última terça-feira, dia 24 de junho, contra
previsão de 5.910 MW médios do ONS. Nos últimos sete dias, a região acumula
baixa no consumo de 5,31%. Em relação à curva de aversão ao risco, de
6.247 MW médios, o submercado registra queda de 10,42% no mesmo período.
Já Sul teve consumo de 7.557 MW médios, contra o patamar de 6.733 MW médios
do programa mensal de operação (PMO) do ONS. A região está com ligeira
baixa no consumo de 0,16% nos últimos sete dias. O Norte registrou consumo
de 2.945 MW médios, contra previsão de 2.852 MW médios. Em relação ao
PMO, o submercado acumula queda de 0,04% no mesmo período. O Sudeste/Centro-Oeste
consumiu 26.067 MW médios, contra o PMO de 25.558 MW médios do ONS. O
subsistema registra queda no consumo de 4,96% nos últimos sete dias. Em
relação à curva de aversão ao risco, de 27.065 MW médios, o submercado
está com baixa de 10,25% no período. (Canal Energia - 25.06.2003) 3 Subsistema Norte apresenta queda de 0,29% Os reservatórios
na região Norte estão com 83,35% do volume, uma queda de 0,29% em um dia.
A capacidade da usina de Tucuruí está em 98,48%. (Canal Energia - 25.06.2003) 4
Capacidade do subsistema Nordeste está em 46,26% 5 Nível de armazenamento do subsistema Sudeste/Centro-Oeste tem queda de 0,18% O volume
armazenado no subsistema Sudeste/Centro-Oeste está em 73,93%, volume 39,93%
acima da curva de aversão 2002/2003. Em relação ao dia anterior, o índice
caiu 0,18%. A capacidade das usinas de Furnas e Itumbiara está, respectivamente,
em 92,47% e 94,39%. (Canal Energia - 25.06.2003) 6 Capacidade de armazenamento da região Sul tem queda de 0,5% Com uma
redução de 0,5%, a capacidade de armazenamento da região Sul chegou a
63,81%. A hidrelétrica de Salto Santiago registra índice de 52,1%. (Canal
Energia - 25.06.2003) 7 Boletim Diário da Operação do ONS Para obter
os últimos dados do Boletim Diário da Operação do ONS, incluindo produção
de energia hidráulica e térmica e energia armazenada, clique aqui.
Comercialização de Energia 1 Venda de energia no Nordeste está no nível de 2000 Queda no
consumo decorrente do racionamento de energia, desaceleração econômica
e tarifas altas estão por trás do fraco desempenho de vendas de energia
no acumulado dos cinco primeiros meses de 2003 na região Nordeste. Em
boa parte dos casos, empresas que atuam na região estão com níveis de
comercialização semelhantes aos de três ou quatro anos atrás. Nos principais
mercados de energia da região, os da Coelba (BA) e da Celpe (PE), as vendas
atuais estão nos mesmos patamares registrados no ano 2000. (Gazeta Mercantil
- 26.06.2003) 2 Coelba: Energia comercializada ainda em patamar abaixo de 2001 No período de janeiro a maio, a Coelba comercializou 3,842 mil GWh, o que representa um crescimento de 4,1% sobre os 3,690 mil GWh dos mesmos cinco meses de 2002, parte deles ainda sob racionamento, e uma queda de 10,3% sobre os 4,287 mil GWh registrados em igual período de 2001. A empresa comercializou em maio 774 GWh, uma queda de 0,5% sobre maio de 2002 e de 14% sobre maio de 2001 e incremento de 1% sobre abril de 2003. No período, o segmento mais retraído foi o industrial, que representa 25% das vendas da Coelba. A classe residencial, responsável por 25% do volume de energia comercializado, também apresenta baixos níveis de consumo. "Nas residências também não houve retorno aos padrões de conforto observados antes do racionamento. Atualmente, usa-se menos televisão, ar condicionado, iluminação e ferro elétrico. Os hábitos da crise energética foram fortemente assimilados". (Gazeta Mercantil - 26.06.2003) 3 Celpe espera obter crescimento de 8,3% nas vendas com relação 2002 Em Pernambuco,
a Celpe comercializou no período de janeiro a maio, 3,156 mil GWh, o que
representa um incremento de 14,7% sobre os 2,752 mil GWh faturados nos
primeiros cinco meses de 2002 e uma retração de 3,8% sobre os 3,281 mil
GWh de igual período de 2001. Em 2003, a expectativa é de vender 7,435
mil GWh, crescimento de 8,3% sobre os 6,866 mil GWh contabilizados no
ano passado e de 0,1% sobre o ano de 2000. Em maio foram faturados 629
GWh, um incremento de 8,2% sobre os números do mesmo mês de 2002 e de
0,07% sobre abril deste ano. Porém, em relação a maio de 2001, há um decréscimo
de 4,3%. O segmento mais conservador entre os consumidores da Celpe é
o residencial, que representa 34% do mercado da companhia. Neste segmento
foram faturados 216 GWh em maio, o que significou um incremento de 17,1%
sobre maio de 2002 e queda de 6% sobre o mesmo mês de 2001. O consumo
médio por residência caiu de 130 kWh em maio de 2001 para 113 kWh em 2003,
uma redução de 13,2%. A classe industrial responde por 25% das vendas
da Celpe e consumiu 155 GWh no mês passado, 4,2% mais que em maio de 2002
e 8,4% menos que no mesmo mês de 2001. O setor comercial consumiu 144
GWh em maio, crescimento de 7,8% sobre maio de 2002 e queda de 2,7% sobre
maio de 2001. (Gazeta Mercantil - 26.06.2003)
Gás e Termoelétricas 1 Projetos de térmicas são desativados Enquanto
o governo estuda fórmulas para convencer a iniciativa privada de que vale
a pena apostar em termelétricas no país, os projetos do antigo Programa
Prioritário de Termeletricidade (PPT) são desativados um a um por total
desinteresse dos agentes de mercado. A desistência pode custar caro ao
Brasil, pois um crescimento anual de 3% do PIB será suficiente para colocar
o país em risco de racionamento no período 2006-2007. De acordo com a
Associação Brasileira de Geradoras Termelétricas (Abraget), o Brasil encerrará
2005 com apenas 44% da oferta de energia térmica projetada em 2001. ''Os
projetos estão parados. Quem pode levantar seus ativos e ir embora do
Brasil está fazendo isso'', lamenta Roberto Lima Neto, conselheiro da
Câmara de Investidores em Energia. Ele diz que três fatores funcionam
como ''espantalhos de investidores'': a falta de regras claras que possibilitem
cálculos de custos operacionais e previsão de retorno de investimentos,
o baixo crescimento da economia e a queda surpreendente no consumo, que
regrediu aos patamares de 1999 depois das mudanças de hábitos decorrentes
do racionamento no biênio 2001-2002. (Correio Brasiliense - 26.06.2003) 2 Preço do gás boliviano e demanda reprimida contribuem para abandono do PPT Idealizado
em 2001 para afastar o fantasma do apagão, o PPT esta sendo abandonado
porque os investidores não vêem qualquer vantagem em construir usinas
sem saber quanto vão gastar com combustível e se haverá clientes para
a energia produzida. O combustível é o gás boliviano, insumo cotado em
dólar que originalmente seria subsidiado pela Cide (Contribuição de Intervenção
de Domínio Econômico). Com a drástica regressão no consumo, os investidores
temem gastar milhões de dólares na construção de usinas que ficarão paradas
por falta de clientes. E pagando em dólar por um combustível que não será
utilizado. De acordo com o levantamento da Abraget, das 39 usinas previstas,
10 já estão concluídas e outras 13 em andamento. No entanto, 16 projetos
foram suspensos por falta de contratos firmes para a compra da energia,
diz o diretor da Abraget, Xisto Vieira Filho. (Correio Brasiliense - 26.06.2003) Economia Brasileira 1 Tesouro lança subsídio a fundos de financiamento O esforço
do governo Lula para democratizar o crédito e fazer dele um instrumento
de desenvolvimento econômico envolverá a ajuda do Tesouro Nacional a bancos
que se interessem em levantar dinheiro para financiar projetos de interesse
social na áreas de habitação, saneamento básico e infra-estrutura. O objetivo
é incentivá-los a estruturar fundos que captem dinheiro junto a investidores
privados. O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy,
acredita que, com esse dinheiro (R$ 150 milhões para esse ano), será possível
alavancar financiamentos da ordem de R$ 500 milhões. Segundo ele, a demanda
maior é para habitação e saneamento. Mas os fundos de investimento formados
pelos bancos com ajuda do Programa de Incentivo à Implementação de Projetos
de Interesse Social (PIPS), poderão aplicar recursos também em projetos
de energia elétrica, gás, rodovias, portos, serviços de transporte em
geral, telecomunicações, entre outros. (Valor - 26.06.2003) 2 Tesouro: objetivo é criar mecanismos que facilitem o investimento O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, informou que o Tesouro contribuirá de duas formas. Uma é concedendo às instituições financeiras empréstimo para aquisição de até 30% das cotas dos fundos que vão constituir e administrar. O dinheiro será devolvido na medida em que o banco for vendendo as cotas aos investidores finais. Outra forma de estímulo é o subsídio aos projetos a serem financiados via equalização de taxas. O Tesouro cobriria a diferença entre o custo do financiamento e a taxa de retorno dos projetos financiados, quando ela fosse mais baixa. O objetivo é viabilizar projetos que, sem ajuda governamental, não despertariam o interesse de investidores privados. Tanto os subsídios quanto os financiamentos serão disputados em leilão pelas instituições financeiras, a exemplo do que ocorre com o PSH, de subsídio à habitação. Os bancos candidatos poderão formar dois tipos de fundo de investimento com ajuda do PIPS: fundos imobiliários e fundos de direitos creditórios, lastreados em recebíveis. (Valor - 26.06.2003) 3 FMI oferece ao Brasil prorrogação do acordo O FMI deu
sinal verde para o Brasil prorrogar o acordo atual e tomar um novo empréstimo
junto à instituição. A oferta foi feita diretamente pelo diretor-gerente
do Fundo, Horst Köhler, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro
da Fazenda, Antonio Palocci, durante encontro em Washington, na sexta-feira.
Lula e Palocci não deram de pronto uma resposta ao diretor do Fundo, mas
o governo já começou a estudar o assunto. Na reunião, Köhler fez uma análise
positiva da situação econômica do país e disse que, se o Brasil desejar,
o FMI estará pronto para prorrogar o acordo vigente, que acaba em novembro
deste ano. Um empréstimo pode funcionar, no entanto, como proteção ao
país em meio à possibilidade de novos choques externos. No mercado, um
novo empréstimo é considerado vital. O economista Paulo Leme, do banco
Goldman Sachs em Nova York, estima a necessidade de um pacote de US$ 20
bilhões. A razão é simples: embora o país esteja captando recursos no
exterior e gerando elevados superávits comerciais, os compromissos externos
aumentarão em 2004 e, neste ano, o volume de investimento estrangeiro
direto está caindo ao menor nível em dez anos. (Valor - 26.06.2003) 4
Estudo da UFRJ aposta em queda de juros e retomada da economia 5 Economista da Unicamp afirma que novas metas são irrealistas As metas
de inflação fixadas terça-feira pelo CMN são irrealistas. A avaliação
é do economista Ricardo Carneiro (Unicamp), um dos formuladores do programa
econômico da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Foi uma
decisão bastante conservadora", afirmou. Crítico da política econômica
adotada pelo Governo do PT, ele disse que a decisão foi "incorreta e inconsistente".
Por ter uma economia muito vulnerável a choques externos, o Brasil deveria
perseguir uma meta de inflação mais alta. No ano passado, quando defendeu
uma revisão ampla do sistema, Carneiro sugeriu que fossem fixadas metas
crescentes. Assim, defendeu uma meta de 12% para este ano e de 9% em 2004
até que se atingisse 5% no último ano do Governo Lula (2006). Carneiro
disse que, ao fixar meta de 5,5% para 2004, a produção e o emprego pagarão
"preço alto" à medida que a política monetária continuará "apertada",
dificultando a retomada do crescimento. Ele não vê espaço para um corte
mais acentuado dos juros nos próximos meses. "É difícil pensar nisso",
disse. (Jornal do Commercio - 26.06.2003) 6 Exportação equilibra contas externas O aumento
de 29% das exportações de janeiro a maio de 2003 reduziu a praticamente
zero o déficit em transações correntes do Brasil. O resultado da balança
comercial passou a ser o principal responsável pelo ajuste nas contas
externas do país. Em maio, houve superávit nas contas externas de US$
882 milhões, contra um déficit de US$ 1,890 bilhão no mesmo mês de 2002.
Esse foi o melhor mês de maio desde 1990. Com o real desvalorizado e o
baixo crescimento da economia, o déficit nas contas externas ficou em
apenas US$ 2 milhões nos primeiros cinco meses do ano, contra US$ 7,126
bilhões negativos em igual período de 2002. Continua grande, no entanto,
o peso do pagamento de juros da dívida externa e das remessas de lucros
que, somados, equivalem ao superávit comercial. Ou seja, as exportações
crescem mais para o pagar juros e remeter lucros. As despesas com juros
acumulam US$ 5,194 bilhões em 2003 e as remessas, US$ 2,148 bilhões. Segundo
ele, esse equilíbrio nas transações correntes não deve ser mantido no
segundo semestre, porque a economia deve crescer e cairão os embarques
de produtos como a soja. O BC está prevendo um déficit corrente de US$
4,2 bilhões em 2003. (O Globo - 26.06.2003) Ontem, o dólar comercial terminou com queda de 0,31% e era negociado a R$ 2,8560 na compra e a R$ 2,8610 na venda. (O Globo On Line e Valor Online - 26.06.2003)
Internacional 1 AES adia licitação para duto de GNL para meados de julho A AES adiou
para meados de julho seus planos de convocar propostas para um contrato
de US$ 160 milhões para construção de um gasoduto de 84 km que levará
gás natural de Bahamas a Flórida, disse o diretor do projeto, Aaron Samsom.
A AES planeja abrir a licitação no começo de junho, mas o processo foi
adiado por causa de algumas mudanças menores no projeto, disse Samson.
O atraso não vai afetar os planos da AES de começar a construir o gasoduto
no começo de 2004, com entrada em operação comercial no final de 2005
ou começo de 2006, disse. O gasoduto, que terá capacidade de 850 milhões
de pés cúbicos por dia (mp3/d), faz parte de um projeto de US$ 650 milhões
que inclui a construção de um terminal de recebimento de gás natural liquefeito
(GNL) em Ocean Cay, nas Bahamas. A AES recebeu aprovação preliminar da
Comissão Federal de Regulação de Energia (FERC) em abril para construir
parte do gasoduto sob jurisdição dos EUA e está esperando a FERC publicar
uma minuta do estudo de impacto ambiental (EIA) em breve, que será aberta
a comentários públicos para que o EIA definitivo seja aprovado até outubro,
disse Samsom. (Business News Americas - 25.06.2003) 2 Enron proibida de vender energia e gás nos EUA A Enron
foi proibida de vender eletricidade e gás nos Estados Unidos, conforme
determinação da Federal Energy Regulatory Commission (Ferc). "Esta é a
primeira vez que a comissão impõe a chamada ´pena de morte´", disse o
presidente da entidade, Pat Wood. A iniciativa foi uma resposta a descobertas
de que a companhia manipulou o mercado de energia há dois anos. A Ferc
considera procedimentos de repressão contra outras 60 companhias que venderam
energia na Califórnia. (Valor - 26.06.2003) 3 El Paso aumenta participação em Gasoducto del Pacifico A El Paso
aumentou sua participação no gasoduto argentino-chileno Gasoducto del
Pacifico via uma troca de ativos com a produtora de gás natural e geradora
de energia argentina Capex, de acordo com comunicado da Capex à Bolsa
de Valores de Buenos Aires. Com o acordo, a Capex International Business
Company (Cibco), subsidiária de operações internacionais da Capex, dá
à El Paso sua participação de 38,4% na Triunion Energy Company, empresa
sediada nas lhas Cayman que detém 21,8% do Gasoducto del Pacifico. A El
Paso já tem participação na Triunion. Em troca, a El Paso dará à Cibco
os 100% de ações que possui da empresa argentina de processamento de gás
Servicios El Paso, que opera uma planta de processamento de gás na província
de Neuquén. A Cibco vai assumir uma dívida de cerca de US$ 5 milhões relacionada
com capital de giro da Servicios El Paso. O negócio "é conveniente para
ambas as partes", disse uma fonte da Capex. A Servicios El Paso é um ativo
mais atrativo para a Cibco no curto prazo porque sua usina de processamento
de gás em Neuquén já está em operação, enquanto o Gasoducto del Pacifico
é um investimento de longo prazo que ainda está amadurecendo, disse a
fonte. (Business News Americas - 25.06.2003) 4
Demanda de energia na Espanha atinge novo índice recorde 5 Consumo de energia no Reino Unido aumenta 0,8% no primeiro trimestre O consumo
de eletricidade no Reino Unido aumentou 0,8% no primeiro trimestre, em
comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados estatísticos
trimestrais de energia do Reino Unido. O consumo residencial aumentou
2,3% , enquanto que o consumo dos setores de serviços apresentou um crescimento
de 1,7%. Já o setor industrial apresentou uma redução de 1 %. A importação
de eletricidade também apresentou um recuou, ficando 56,2% inferior ao
nível de 2002. Com relação a utilização de insumos por parte das geradoras,
houve um aumento no uso de combustível pelas usinas de energia na ordem
de 3,8% , o gás natural teve uma queda de 4,2 % em seu consumo, o que
é creditado pelo alto preço do insumo. (Platts - 25.06.2003)
Equipe
de Pesquisa UFRJ - Eletrobrás Visite
o site do Provedor onde encontra-se a maior base de dados sobre as empresas
do setor: www.provedor.nuca.ie.ufrj.br/eletrobras |
|