l IFE:
nº 1.134 - 23 de junho de 2003 Índice Reestruturação
e Regulação Empresas Oferta
e Demanda de Energia Elétrica Comercialização
de Energia Gás
e Termelétricas Grandes
Consumidores Economia
Brasileira Internacional Biblioteca
Virtual do SEE
Reestruturação e Regulação 1 Regulamentação do Proinfa atrasa construção de PCHs O potencial
de negócios do mercado de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) no Brasil
cresceu 42% nos últimos cinco meses, mas os projetos ainda estão no papel
devido às dificuldades de regulamentação do Proinfa. Os dados constam
no Mapa das PCH no Brasil, levantamento realizado pelo Centro Nacional
de Pequenas Centrais Hidrelétricas (CndPCH). Em dezembro de 2002, o potencial
de negócios em PCH no Brasil era de R$ 5,732 bilhões. Em maio deste ano,
aumentou para R$ 8,145 bilhões. A quantidade de usinas em fase de outorga
(aguardando autorização da Aneel para implementá-lo) e de construção (quando
recebe da agência autorização para iniciar obras) subiu de 145 para 207
no período. A quantidade de energia que poderia ser acrescentada ao sistema
elétrico brasileiro por meio de PCH atingiu 3.258 MW, correspondestes
a um acréscimo de 362,4% da atual capacidade instalada, de 899 MW. Apesar
de 44 usinas terem autorização para sua construção, por volta de três
quartos delas estão com seus canteiros de obras paralisados. (Estado de
São Paulo - 22.06.2003) 2 Exigências do BNDES dificultam financiamento para o segmento de PCHs Assim como
os grandes empreendedores, os pequenos produtores também enfrentam dificuldades
para conseguir financiamentos para projetos de PCHs (Pequenas Centrais
Hidrelétricas). A principal crítica refere-se às exigências feitas pelo
BNDES para liberar empréstimo. Segundo Humberto Gorgiulo, sócio-gerente
da UpSide Consultoria, empresa especializada em fazer modelagens financeiras
para as áreas de comércio e de infra-estrutura, uma dessas exigências
do banco é quanto à forma de operacionalização do processo de financiamento.
Ele explica que a estatal tem exigido o intermédio de um agente financeiro
para a operação. Além disso, o BNDES também tem exigido dos produtores
um índice de cobertura de dívida, de 1,8%, na receita financeira da empresa.
A idéia é que o lucro líquido da empresa seja 30% superior ao total de
amortizações mais juros no período de um ano. O banco faz ainda outra
exigência para liberar um financiamento aos pequenos produtores: a existência
de uma conta reserva equivalente a nove meses de juros mais amortizações.
Para conseguir um empréstimo junto à estatal, os produtores devem ainda
apresentar contrato de PPA e a qualidade de crédito do comprador. Na avaliação
do consultor, o ponto mais problemático dessas exigências, hoje, é o contrato
de PPA. Os pequenos produtores aguardam as resoluções de pendências em
torno do Proinfa e a divulgação do Valor Econômico (VE) para cada fonte
alternativa com o intuito de fechar contratos de compra e venda de energia
elétrica. (Canal Energia - 20.06.2003) 3 Governo criará órgão para fiscalizar obras na área de energia O Governo
criará um departamento no Ministério das Minas e Energia para fiscalizar
as obras realizadas na área de energia no país, seja pela União, por Estados,
municípios ou empresas privadas. Foi o que revelou a ministra da área,
Dilma Rousseff, que permaneceu nos Estados Unidos, depois da volta do
presidente Lula ao Brasil, na última sexta-feira, para participar de seminários
sobre área de energia. Segundo a ministra, a idéia é passar um "pente-fino"
nas obras, para descobrir possíveis irregularidades ou a razão de estarem
paralisadas. (O Globo - 23.06.2003) 4
Abdib: empresas estão aptas para fornecer equipamentos ao SEE
Empresas A revisão
de tarifas de energia, em geral feita de quatro em quatro anos, implica
em uma análise completa de toda a estrutura tarifária da empresa, incluindo,
por exemplo, os custos com o risco-país e os ganhos de produtividade.
Enquanto isso, o reajuste anual, que é o que a CEB tem direito em agosto,
considera apenas o IGP-M e a compra de energia. A revisão tarifária da
companhia brasiliense será ano que vem. Em 2002, a CEB teve um prejuízo
de R$ 200 milhões. A empresa, a exemplo das demais distribuidoras - são
64 ao todo - foi prejudicada pela alta do dólar e quedas no consumo por
causa do racionamento de eletricidade. Segundo o diretor da CEB, Carlos
Leal, o consumo da companhia está 20% abaixo do que se previa para 2003.
"O que mais pesou foi a mudança de hábito dos consumidores residenciais",
explica Leal. "Se a Aneel mantiver o mesmo critério que deu 9% para a
Eletropaulo, é provável que as demais distribuidoras também queriam índices
altos", afirma. (Jornal de Brasília - 23.06.2003) 2 BNDES prepara operação de troca de ativos com a Cesp O BNDES
pretende concluir nas próximas semanas mais uma operação de troca de ativos
com a Cesp. A informação é de Roberto Thimóteo da Costa, diretor Financeiro
e de Relações com Investidores do banco. No ano passado, este tipo de
transação com a geradora paulista e com a Celesc rendeu ao BNDES um lucro
contábil de R$ 1,006 bilhão. Deste total, R$ 870 milhões foram provenientes
do negócio com a Cesp e R$ 136,6 milhões, com a distribuidora catarinense.
(Canal Energia - 20.06.2003) 3 AES Sul apresenta projeto na Fiergs A AES Sul
apresentará na próxima terça-feira, dia 24 de junho, sua unidade móvel
de demonstração de fontes renováveis de energia e eficiência energética
na Federação das Industrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) em Porto Alegre.
O projeto, que recebeu investimentos de R$ 200 mil e faz parte do programa
anual de eficientização da distribuidora, conta com células fotovoltaicas,
placa térmica solar para aquecimento de água e uma pequena unidade eólica.
O objetivo da AES Sul é divulgar a utilização de energias renováveis e
eficiência energética em escolas, seminários, feiras, clientes especiais
industriais e orizícolas. A unidade móvel também permite a realização
de cursos e apresentações, através da estrutura que oferece doze assentos,
tela de projeção, data-show, computador, impressora e acesso a Internet.
(Canal Energia - 20.06.2003) 4
Cenael investe em parque eólico em SC O deputado
Sebastião Arcanjo (PT-SP), presidente da Comissão de Serviços
e Obras Públicas da Assembléia Legislativa, manteve o depoimento
da terça da AES Eletropaulo. Ele acha que, se a empresa não
mandar um representante, o caminho estará aberto para uma CPI.
(Folha de São Paulo - 19.06.2003)
Oferta e Demanda de Energia Elétrica 1 Boletim Diário da Operação do ONS Para obter
os últimos dados do Boletim Diário da Operação do ONS, incluindo produção
de energia hidráulica e térmica e energia armazenada, clique aqui.
Comercialização de Energia 1 Leilões de energia velha serão benéficos para geradoras Os novos
leilões de "energia velha" anunciados esta semana pela ministra de Minas
e Energia, Dilma Rousseff, animam a Chesf, maior empresa de geração do
País, com 10,7 mil MW de potência instalada. Isso porquê a Chesf tem sido
afetada por sobras em seu sistema que totalizam 446 MW. Este excedente
representa para a estatal uma perda de receita de R$ 114 milhões só no
primeiro semestre do ano. "Num cenário sem novos leilões até o final do
ano, a perda chegaria a R$ 228 milhões no acumulado de 2003", frisa o
presidente da Chesf, Dilton da Conti. Quanto aos leilões, o presidente
ressalta que, ao contrário dos realizados em 2002, os participantes serão
os chamados consumidores livres e não as distribuidoras de eletricidade.
"A venda desta energia terá um efeito econômico fantástico, pois empresas
eletrointensivas terão acesso a energia barata e poderão efetuar investimentos,
ampliar a produção e gerar empregos", analisa Conti. "Todos ganharão nestes
leilões. As geradoras federais vão ver mitigados os problemas de caixa
decorrentes das sobras e as empresas terão energia assegurada e a preços
mais baixos", complementa. Por sinal, um dos objetivos da ministra com
os leilões é provocar uma queda nos preços. (Gazeta Mercantil - 23.06.2003) 2 Termos da liberação de contratos será revista pelo Governo Quanto aos contratos iniciais, está prevista, no modelo atual do setor elétrico, a descontratação de 25% anuais entre 2003 e 2006, quando haveria a liberação completa do setor - qualquer consumidor poderia comprar energia de qualquer distribuidor ou produtor independente. O modelo está sendo revisto pelo Governo Lula e, uma das mudanças em estudo, é estancar o processo ou ampliar os prazos, a fim de se evitar os mesmo problemas registrados no primeiro ano de liberação. Afinal a descontratação se tornou extremamente controversa num contexto de retração do consumo de energia elétrica no País. (Gazeta Mercantil - 23.06.2003) O MAE prepara
a sua primeira liquidação. A assembléia de agentes, distribuidoras e geradoras
que participaram do mercado aprovou ontem a auditoria da Trevisan feita
em suas operações de 2000 a 2002. O valor a ser quitado em 26 de junho
é de R$ 1,3 bilhão. (Folha de São Paulo - 19.06.2003)
Gás e Termoelétricas 1 Aneel amplia situações para operação de térmicas emergenciais As usinas
térmicas emergenciais contratadas pela CBEE (Comercializadora Brasileira
de Energia Emergencial ) receberam autorização para gerar energia elétrica
quando houver restrição operacional do sistema interligado de transmissão.
Anteriormente, as unidades só podiam operar em situações críticas de abastecimento,
provocadas pela falta de chuvas e pela redução do nível dos reservatórios
das usinas hidrelétricas. A decisão foi tomada nesta semana pela Aneel
com a publicação de uma resolução. Além de atender restrições do sistema
interligado e deficiências hidrológicas, as usinas poderão funcionar também
para garantir o abastecimento de determinada concessionária de distribuição,
em incidentes como queda de linhas de transmissão por descarga elétrica.
Outra condição para que elas possam ser demandadas é a necessidade de
realização de testes para aferição da capacidade de geração e para manutenção
da garantia de seus equipamentos. (Canal Energia - 20.06.2003) 2 Petrobras emite US$ 500 mi em bônus O diretor
financeiro da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, anunciou sexta-feira a
colocação de US$ 500 milhões em bônus pela Petrobras. Com essa emissão,
a estatal atingirá sua projeção de captações externas para este ano, estimada
entre US$ 2 bilhões e US$ 2,5 bilhões. Até agora, a companhia já obteve
US$ 1,7 bilhão. Mas Gabrielli não descarta a possibilidade de realizar
novas operações. "Se as condições de mercado continuarem favoráveis, podemos
até ultrapassar essa estimativa", disse, lembrando que o juro americano
está muito baixo e o rendimento dos papéis também está caindo, o que acaba
aumentando a demanda, inclusive por colocações mais longas. Os novos bônus
têm prazo de dez anos, sem garantia. A captação será fechada nesta semana,
quando será definida a taxa de juros, mas a Petrobras está propondo 10%
ao ano. A dívida da Petrobras soma hoje US$ 14 bilhões: 87% em dólar e
prazo médio de quatro anos. Um dos objetivos da estatal é o de alongar
os prazos. "Também gostaríamos de aumentar a parcela em reais, mas dificilmente
conseguiremos modificar isso, dado o tamanho da Petrobras e do mercado
local", explicou. Para reduzir o risco cambial, o diretor aposta no aumento
das exportações de petróleo e derivados. "Em 2007, o saldo das exportações
deve chegar a 500 mil barris/dia", estima. (Valor - 23.06.2003) 3 BNDES aprova empréstimo de US$ 1 bi para Petrobras O BNDES
vai anunciar nos próximos dias a aprovação de um novo empréstimo para
o projeto de construção da malha de gasodutos Sudeste e Nordeste da Petrobras,
um investimento de US$ 1 bilhão. O valor da participação do banco na operação
ainda não foi anunciado, mas, de acordo com o diretor financeiro do BNDES,
Roberto Timótheo da Costa, a instituição optou por repassar o empréstimo
diretamente, sem intermediários. Segundo ele, a idéia inicial era fazer
metade da operação de crédito à Petrobras de forma direta e a outra metade
via agentes financeiros. Entretanto, a estratégia acabou sendo abandonada,
pois os bancos envolvidos queriam um spread de 4 pontos percentuais sobre
o dinheiro que lhes seria repassado pelo BNDES. "Desistimos dos quatro
agentes. Se é para ficar com o risco Petrobras, ficamos nós", afirmou,
sem dizer o nome dos agentes. O diretor financeiro da Petrobras, José
Sérgio Gabrielli, explica que o investimento será feito na modalidade
de "project finance", em que, além do banco de fomento brasileiro, participam
instituições estrangeiras de crédito. "Ainda não sabemos quanto o BNDES
aprovou, mas a maior parte deve ser financiada por instituições estrangeiras
", disse. Uma delas é o Japan Bank Internaticonal Corporation (JBIC),
do governo japonês. (Valor - 23.06.2003) 4 Estatal quer mudar lei para preço do gás cair Antes de
optar por reduzir o preço do gás de cozinha, a Petrobras quer uma nova
regulamentação para o setor que permita que as quedas de preço na refinaria
cheguem ao consumidor, sem ficarem "perdidas" no meio da cadeia de distribuição
e revenda. Uma outra opção em estudo é entrar no ramo de distribuição
de gás -ou comprando uma distribuidora ou expandindo as atividades da
BR, que só atua no segmento industrial. O objetivo é aumentar a competição,
já que, como a estatal está em toda a cadeia, pode praticar preços menores.
Segundo o diretor financeiro da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, não
adianta a estatal reduzir o preço na refinaria "se não há garantia de
que o benefício vá chegar ao consumidor". Para o diretor, o mercado de
GLP é "complexo e com vários elos em sua na cadeia". Por isso, precisa
sofrer mudanças na sua regulamentação. Cabe ao governo definir essas alterações,
disse. A estatal só aceita deixar de ganhar com o GLP, afirmou, se o benefício
alcançar o consumidor e não ficar com outros agentes do setor. Ele lembrou
que, do preço final, apenas R$ 11 são referentes ao valor da refinaria.
(Folha de São Paulo - 21.06.2003) 5 Petrobrás negocia novo cronograma para entrega de plataformas A Petrobrás
vai deixar para juízo arbitral, em Nova York, a decisão sobre a aplicação
de multa sobre a norte-americana Halliburton pelo atraso das plataformas
P-43 e P-48. Fonte que acompanha as negociações revelam que a estatal
brasileira continua negociando com a Halliburton um novo cronograma de
entrega das plataformas para 2005. As duas plataformas foram encomendadas
pela Petrobrás à Kellog Brown & Root, que pertence ao grupo americano.
Esta empresa venceu a concorrência para o desenvolvimento da produção
nos campos de Barracuda e Caratinga, na Bacia de Campos, e sub-contratou
outros estaleiros para a construção das plataformas. A previsão inicial
era de que as plataformas seriam entregues à Petrobrás em novembro deste
ano (P-48) e meados de 2004 (P-43) . A tentativa da Petrobrás agora é
estabelecer um novo cronograma para a entrega das unidades em 2005, além
da cobrança da multa prevista no contrato no caso de atraso, pois alega
que a demora na entrega das plataformas comprometeu a sua auto-suficiência
prevista para 2005. Já a Halliburton alega que o atraso ocorreu por conta
de modificações solicitadas pela própria Petrobras no projeto inicial
de obra, orçada inicialmente em US$ 250 milhões. Por conta dos acréscimos
ao projeto inicial, a Halliburton quer mais US$ 500 milhões. (Estado de
São Paulo - 22.06.2003)
Grandes Consumidores 1 Grupo André Maggi passa a investir no setor de energia O Grupo
André Maggi, conglomerado centrado no agronegócio da soja, começa a abrir
caminho no segmento. Desde que chegou ao estado, em 1979, o grupo investiu
em micro-usinas que contam hoje com capacidade para produzir 1,5 MW, energia
direcionada às unidades da empresa espalhadas em Mato Grosso. Agora, o
foco mudou. "A construção de PCHs passou a fazer parte da estratégia de
diversificação do grupo", afirma Roberto Anselmo Rubert, diretor-superintendente
da Maggi Energia S/A. A meta é formar uma carteira de 100 MW. "A energia
pode ser uma mercadoria estratégica no futuro", justifica Rubert. A sinalização
vem dos índices médios de crescimento da economia do estado, entre 7%
e 8% ao ano. "Tem que ter energia para atender a essa expansão. A opção
é comprar ou construir", diz Ramalho. (Gazeta Mercantil - 23.06.2003) 2 Nova fábrica da Eletrocal/Corfio inicia operação em agosto Com investimentos
de R$ 14 milhões, a Eletrocal/Corfio, empresa do ramo de metalurgia, que
está se instalando em Nova Andradina, no Distrito Industrial, entrará
em operação em agosto. A indústria vai fabricar vergalhões de cobre e
também fios encapados, utilizando matéria-prima (cobre) importada do Chile.
A empresa abrirá 23 novos postos de trabalho, já que é totalmente automatizada.
A Corfio faz parte das empresas que foram atraídas para Nova Andradina,
pelo prefeito Roberto Hashioka, através do Programa de Industrialização,
e que, junto com a Avipal/Elege e Fecnan, são as primeiras a se instalarem
no município. (Correio do Estado - 20.06.2003) Economia Brasileira 1 Documento do FMI critica concentração bancária no Brasil Os bancos
no Brasil são pouco competitivos e funcionam como um oligopólio em que
poucas instituições controlam o mercado. Essa é uma das principais conclusões
de um relatório divulgado pelo FMI segundo o qual o sistema financeiro
do país oferece pouco crédito e apresenta baixa eficiência. O documento,
escrito por Agnès Belaisch, técnica do Departamento do Hemisfério Ocidental
do organismo, diz que o sistema bancário brasileiro deixa a desejar em
relação à intermediação. Diz ainda que grandes bancos, com mais de R$
5 bilhões de ativos, têm mais recursos aplicados em títulos do que em
operações de crédito. Segundo o documento, existem evidências "empíricas"
de que "os bancos brasileiros se comportam de forma oligopolista". A autora
cita as brutais diferenças do Brasil em comparação a outros países. Mostra
que o sistema financeiro brasileiro tem um percentual de ativos totais
em relação ao PIB de 77,1%, bem próximo ao dos Estados Unidos (77,3%).
Mas, quando se trata de volume de crédito, o cenário é bem diferente:
o percentual de empréstimos em relação ao PIB no Brasil é de 24,8%, contra
45,3% nos EUA. Outro indicador negativo dos bancos brasileiros analisado
por Belaisch é a baixa eficiência: apesar da alta lucratividade, as despesas
operacionais equivalem a 90% da receita operacional, percentual 30% mais
alto que a dos bancos de outros países latino-americanos. Cópia integral
deste artigo encontra-se disponível na Biblioteca Virtual do IFES, em:
http://www.provedor.nuca.ie.ufrj.br/eletrobras/biblioteca/financiamento.htm
(Folha de São Paulo - 21.06.2003) 2 Instituição afirma que FMI restringe expansão O diretor da Área Financeira do BNDES, Roberto Timótheo da Costa, defendeu ontem a revisão do acordo do Brasil com o FMI como alternativa para permitir ao banco emprestar recursos ao setor público e viabilizar a retomada do crescimento pela via dos investimentos em infra-estrutura. "O banco acumula hoje duas situações recordes: recorde de caixa [R$ 10 bilhões, segundo ele] e recorde de prejuízo [R$ 1,059 bilhão, de janeiro a abril]. Não temos demanda", afirmou. Para Costa, terá de ser o setor público a "pedalar primeiro" a bicicleta da retomada do desenvolvimento. "As restrições hoje são enormes. Nós não conseguimos emprestar dinheiro para o setor público", afirmou. Ao ser questionado se para que isso ocorresse seria necessário rever o acordo com o FMI, que põe os investimentos estatais na conta do déficit público, Costa respondeu de maneira enfática: "Precisamos colocar essa questão na mesa; precisamos colocar essa questão na mesa". (Folha de São Paulo - 19.06.2003) 3 Palocci: renovação de acordo com FMI ainda não foi decidida O ministro
da Fazenda, Antônio Palocci Filho, afirmou na noite de ontem que o governo
ainda não decidiu se vai ou não renovar o acordo com o FMI. Em princípio,
no segundo semestre, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva poderia receber
a última parcela do programa de transição negociado pela equipe do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, no ano passado, e que envolveu um crédito total
de US$ 30 bilhões. Palocci afirmou que o encaminhamento da tramitação
da Reforma da Previdência no Congresso Nacional, prevista para ser aprovada
em setembro, não deverá influenciar a decisão que o governo venha a tomar.
"Ainda é cedo para discutir isso. O governo pode ou não renovar o acordo.
É uma decisão do governo", insistiu Palocci, pouco antes de deixar Washington
junto coma comitiva que acompanhou Lula em seu encontro com o presidente
dos Estados Unidos, George W. Bush. O diretor-gerente do Fundo, Horst
Koehler, deixou a Embaixada do Brasil ontem, após visita ao presidente
Lula, declarando que o FMI encontrará um meio de ajudar o Brasil, mesmo
se o País não quiser um novo programa. Em sua opinião, os termos definidos
no acordo estão sendo cumpridos sem problemas e tudo está "nos trilhos".
(Estado de São Paulo - 22.06.2003) 4
Grupo especial debaterá o crescimento 5 Governo define meta de inflação e estímulo ao crédito O governo
anuncia nesta semana ações para tentar melhorar o desempenho da atividade
econômica. Serão adotadas medidas de estímulo ao crédito, que poderão
ser acompanhadas de uma meta de inflação mais folgada para 2004, o que
permitiria uma redução mais acentuada dos juros. O chefe de gabinete do
presidente Lula, Gilberto Carvalho, diz que serão anunciadas amanhã e
na quarta "uma série de medidas sobre crédito para beneficiar os pequenos
empreendedores, cumprindo compromissos assumidos na campanha pelo PT".
Somente o BNDES, segundo o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, teria a
capacidade de alavancar R$ 700 milhões para o crédito popular e microcrédito.
Com as demais instituições estatais, o volume de recursos para essa modalidade
de empréstimo poderá ultrapassar R$ 1 bilhão. Amanhã a equipe econômica
deve definir a meta de inflação de 2005 em reunião do CMN. Nos últimos
dias, porém, cresceu a possibilidade de o governo rever a meta ajustada
de 2004, que é de 5,5% para o IPCA. Uma meta maior favoreceria a tendência
de redução das taxas de juros iniciada na semana passada. Com taxas menores,
o governo poderia cumprir mais facilmente a projeção de crescimento econômico
de 3,5% para 2004. (Folha de São Paulo - 23.06.2003) 6 Tendência de inflação ainda é de queda O IPCA,
medido pelo IBGE, atingiu, na gestão do governo Lula, 6,80% no acumulado
até maio - 4,29 pontos percentuais acima do resultado de 2002 no mesmo
período, diz a gerente do sistema de índice de preços, Eulina Nunes, do
IBGE. Apesar do aumento dos preços advindo da alta do dólar no segundo
semestre do ano passado e o clima emocional provocado pelas incertezas
na guerra entre Estados Unidos e Iraque e pela incógnita na transição
eleitoral no Brasil, a inflação voltou a cair e as perspectivas agora
parecem favoráveis. Segundo economistas, neste ano a meta de inflação
ainda deve ser superada, mas em 2004 seu cumprimento é factível. (Gazeta
Mercantil - 23.06.2003) 7 FIESP acredita na retomada do crescimento Na avaliação de Roberto Faldini, da Fiesp, a decisão do Copom de reduzir a taxa Selic em meio ponto percentual, indica que o governo começa a se preocupar com a retomada da atividade econômica. A taxa de 26% ao ano ainda está longe do ideal. "A indústria espera agora novas medidas para acelerar a queda da taxa no mercado e o aumento da oferta de crédito para as empresas", Além disso, para Faldini, sem o fantasma da inflação, haverá espaço para a redução do compulsório. "A liquidez ainda é baixa, o custo do dinheiro é alto e a corrosão do poder aquisitivo foi grande". Mas o cenário para a retomada da atividade econômica começa a se desenhar. (Folha de São Paulo - 19.06.2003) 8
Palocci promete esforço para juro cair mais 9 Corte da taxa poderia ter sido de um ponto percentual, afirma Mantega O ministro
do Planejamento, Guido Mantega, acredita em reduções sucessivas da taxa
de juros básica daqui para a frente. Sem criticar a decisão do Copom,
Mantega disse que a queda da taxa poderia ter sido maior. "Foi meio ponto
percentual. Podia ter sido um. Mas o que vale é que houve uma queda. Vamos
esperar novas reduções", comentou. Questionado sobre a possibilidade de
reduções consecutivas, o ministro disse: "Parece-me que estão apontando
nessa direção". Em seguida, ressalvou que novas reduções dependem, é claro,
da continuidade da trajetória de queda da inflação. "Não vamos nos precipitar".
Para Mantega, a decisão de ontem foi "um ponto de inflexão" na política
monetária. "Demonstra que o Copom verificou que está sendo vencida a luta
contra a inflação. Tivemos sinais nos preços do atacado e nos do varejo".O
ministro disse que a redução dos juros é condição para a volta do processo
de crescimento. Nos últimos dias, assessores do ministro se mostraram
preocupados com a queda de 4,2% na atividade industrial em abril. A projeção
de crescimento para 2003 é de 2,25% na Lei de Diretrizes Orçamentárias,
mas, dentro do governo, já foi revista para 2% e alguns estimam que poderá
ficar próxima de 1,8%. (Folha de São Paulo - 19.06.2003) 10
Emprego e renda mantêm queda, diz IBGE 11
Obras públicas perdem espaço na construção civil do país, diz IBGE 12
Dólar ontem e hoje
Internacional 1 Enersis vende US$ 1,33 bi em ações para aumento de capital A holding
chilena Enersis vendeu US$ 1,33 bilhão de novas ações em aumento de capital
realizado em 19 de junho, de acordo com comunicado da empresa. O montante
representa 64,23% do total. A empresa internacional de investimentos Elesur,
por meio da qual a Endesa Espanha é dona da Enersis, comprou US$ 1,22
bilhão, e terceiros compraram os outros US$ 106 milhões. A Endesa subscreveu
o aumento de capital através da capitalização de créditos interempresariais
concedidos pela Elesur à Enersis. Acionistas minoritários subscreveram
a uma taxa de mais de US$ 10 milhões por dia na última semana, de acordo
com a Enersis. A subscrição registrou nível máximo de US$ 18,3 mi em 17
de junho. O prazo para que os acionistas subscrevam o aumento de capital
termina em 30 de junho. Os acionistas da Enersis autorizaram um aumento
de capital de até US$ 2 bilhões, e o período de subscrição preferencial
de acionistas fora do grupo Endesa para as ações remanescentes começa
em novembro. (Business News Americas - 21.06.2003) 2 CFI emprestará US$ 30 mi à TDE da Bolívia A Corporação
Financeira Internacional (CFI) injetará US$ 30 milhões em um financiamento
corporativo de longo prazo para a Transportadora de Electricidad (TDE),
da Bolívia, de acordo com comunicado da CFI divulgado na quinta-feira.
Os recursos serão destinados a investimentos como a possível expansão
da rede de transmissão de alta voltagem da TDE, incluindo a possibilidade
de interconexão com os sistemas de transmissão do Peru e da Bolívia. "Com
este investimento na TDE, a CFI facilitará a participação constante da
iniciativa privada em serviços de transmissão na Bolívia e sinalizará
apoio permanente a um país em desenvolvimento que privatizou totalmente
o setor de eletricidade ", disse o diretor de infra-estrutura da CFI,
Francisco Tourreilles. A CFI é a unidade do Grupo Banco Mundial para o
setor privado. (Business News Americas - 19.06.2003) 3 CAF vai preparar licitação para ligações residenciais de gás natural na Bolívia A Corporação
Andina de Fomento (CAF) firmou um acordo com o Ministério das Minas e
Hidrocarbonetos da Bolívia na terça-feira para atuar como banco de investimento
em um contrato para o estabelecimento de 250.000 ligações de gás natural
residencial nos próximos cinco anos, de acordo com comunicado da CAF divulgado
na quarta-feira. O investimento no projeto é estimado em US$ 300 milhões.
As ligações compõem a segunda fase de um programa de aumento do consumo
residencial e comercial das enormes reservas de gás natural. A petroleira
estatal YPFB implantou a primeira fase, estabelecendo 19.000 ligações
residenciais. A CAF vai assessorar e estruturar o mecanismo para oferta
do contrato, cuja outorga está programada para o quarto trimestre de 2003.
(Business News Americas - 19.06.2003) 4
Portugal e Espanha harmonizam regulamentos elétricos 5 UE aprova compra da participação da Naturcorp pela Hidrocantábrico A União
Européia aprovou sexta-feira a compra, por parte da Hidrocantábrico (empresa
controlada pela EDP), de uma participação de 62% na empresa basca de gás
natural, Naturcorp. A Cantábrico avalia os ativos do gás da Naturcorp
em 537 milhões de euros. A Hidrocantábrico tenciona pagar esta participação
com 227 milhões de euros em bens e 227 milhões em dinheiro. Quando do
anúncio do acordo, o executivo da EDP, António Castro afirmou que a Cantábrico
iria fundir a Naturcorp com a unidade Gás de Astúrias, formando assim
a segunda maior operadora no mercado espanhol, com 500 mil clientes e
uma quota de mercado de 10%. (Diário Económico - 20.06.2003)
Biblioteca Virtual do SEE 1 BELAISCH, Agnés. Do Brazilian banks compete? International Monetary Fund. IMF Working Paper. maio de 2003. Disponível
em: http://www.provedor.nuca.ie.ufrj.br/eletrobras/biblioteca/financiamento.htm Equipe
de Pesquisa UFRJ - Eletrobrás Visite
o site do Provedor onde encontra-se a maior base de dados sobre as empresas
do setor: www.provedor.nuca.ie.ufrj.br/eletrobras |
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