l IFE:
nº 1.116 - 26 de maio de 2003 Índice Reestruturação
e Regulação Empresas Oferta
e Demanda de Energia Elétrica Comercialização
de Energia Gás
e Termelétricas Grandes
Consumidores Economia
Brasileira Internacional Biblioteca
Virtual do SEE
Reestruturação e Regulação 1 Mercado aceita maior participação do Estado no SE Na avaliação
do especialista Paulo Feldmann, ex-presidente da Eletropaulo, o processo
de privatização das empresas de energia elétrica não deve seguir e Furnas,
Chesf e Eletronorte continuarão a ser estatais. Depois de todas as dificuldades
enfrentadas nos últimos anos, o próprio mercado já espera uma maior presença
do Estado no setor. "As empresas até gostariam que houvesse pouca ingerência
do governo. Mas, a exemplo do que aconteceu em outros países, ficou clara
a necessidade de defender o interesse público de forma mais enfática",
diz ele. Para Feldmann, a concorrência não deu certo nesse caso. O monopólio
saiu do Estado e foi para o setor privado. "O setor é importante demais
para ser dominado pelo interesse de poucos." (Folha de São Paulo - 25.05.2003) 2 Planejamento de longo prazo para geração pode enfrentar problemas A intenção
do governo de retomar o planejamento de longo prazo para a expansão da
geração elétrica, manifestada pelo secretário-executivo do MME, Maurício
Tolmasquim, deve enfrentar alguns problemas de execução. O planejamento
estratégico foi interrompido durante a elaboração do modelo atual do setor
energético e deixado para segundo plano. Segundo Tolmasquim, o aumento
da geração nos últimos dez anos ficou abaixo da expansão do consumo. Em
maio de 2002, na última atualização do Programa Estratégico de Aumento
de Oferta, realizado pelo MME, a expectativa era que houvesse uma ampliação
de 8,6 mil MW durante todo o ano passado. No entanto, a Aneel verificou
expansão no período abaixo de 6,6 mil MW. A baixa perspectiva de aumento
de oferta a longo prazo preocupa agentes do setor. Eles acreditam que
somente com mudanças regulatórias poderá haver novos investimentos privados.
O presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia
Elétrica (Abrage), Flávio Neiva, sugere que o governo estimule contratos
de longo prazo, que garantam a venda da nova energia, como forma de incentivar
o investimento. (Gazeta Mercantil - 26.05.2003) 3 Crise também justifica prorrogação Falta de
licença ambiental, atraso nas obras, indisponibilidade de insumos e existência
de liminar judicial são alguns dos problemas que a Aneel leva em conta
na hora de acatar um pedido de prorrogação do prazo para o início da operação
de usinas de geração de energia elétrica. Agora, a justificativa de inviabilidade
econômica temporária também tem sido considerada na hora de conceder a
prorrogação dos prazos. Segundo técnicos da agência, o empreendedor deve
apresentar uma boa argumentação para conquistar um novo prazo. Mas, se
demonstrar que, mesmo tendo se esforçado, não conseguiu um contrato de
compra de energia (Power Purchase Agreement - PPA) e que não há como vender
a energia a ser gerada, a prorrogação pode ser conquistada. A Aneel não
revela quantos projetos já obtiveram um novo prazo ao alegar falta de
viabilidade econômica, mas enfatiza que não pode onerar o empreendedor
por um mercado que apresenta atualmente excedentes de energia. (Gazeta
Mercantil - 26.05.2003) 4
Apresentação do novo modelo do setor elétrico deve ser adiada 5 Sistematização da estrutura normativa dará estabilidade ao novo modelo O secretário
executivo do MME, Maurício Tolmasquim salientou que a dedicação maior
da equipe está concentrada na concepção de mecanismos para a transição
do modelo atual para o que está em vias de implementação. Posteriormente
à atuação técnica, as ações serão amplamente direcionadas para a formatação
da base jurídica de sustentação ao modelo. De acordo com Guilherme Baggio,
coordenador jurídico da área de energia do MME, o trabalho promete ser
exaustivo, já que levará em conta, em níveis hierárquicos, a análise da
maior parte das leis, decretos, resoluções, normas e portarias relativas
ao setor já publicadas. Um dos objetivos com o trabalho jurídico, além
de apoiar as novas diretrizes, será o de consolidar o arcabouço legal
do setor elétrico. A idéia remonta a proposta de elaboração de um Código
Geral de Energia Elétrica, a partir da sistematização da estrutura normativa
do setor, nas áreas de geração, transmissão, distribuição e comercialização.
"A segurança normativa será um dos pontos de estabilidade para o novo
modelo", afirma Baggio. (Canal Energia - 23.05.2003) A Aneel
recebe hoje o Prêmio Consumidor Moderno de Excelência em Serviços ao Cliente.
A agência, premiada pela segunda vez consecutiva, foi escolhida como a
instituição pública do País com o melhor serviço de atendimento ao consumidor
em 2003. O prêmio é concedido pelas revistas Consumidor Moderno e B2B
Magazine. A avaliação da qualidade dos serviços prestados foi feita entre
agosto de 2002 e março de 2003. Foram questionados pontos como estrutura,
número de atendimentos diários realizados, tempo de resposta aos consumidores
e número de atendentes da central. (Gazeta Mercantil - 26.05.2003) 7 Mostra Energia Brasil recebe inscrições até 6 de junho A Mostra Energia Brasil de 2003, organizada pela Finep está recebendo inscrições até 6 de junho. O evento terá como objetivo a identificação de novos produtos e serviços que otimizem a geração e uso racional de energia. Segundo edital lançado pela Finep, as propostas devem considerar os aspectos ambientais, de comercialização e aplicação social dos projetos. 'Todos precisam buscar soluções não poluentes e aplicáveis no Brasil e no exterior, com penetração nos diversos setores da sociedade', afirma Renato Cislaghi, coordenador institucional da Finep. Serão avaliadas, ainda, as vantagens e desvantagens da proposta em relação ao que há no mercado. Preço, qualidade e tecnologia têm peso na hora da seleção. O sucesso da primeira edição da Mostra promete se repetir em 2003. Quatro exposições em diferentes regiões do país estão programadas. Uma delas, já confirmada, será realizada em julho durante o Salão e Fórum de Inovação Tecnológica, em SP. Mais informações pelo telefone (21) 2555-0555. (NUCA - 26.05.2003) Empresas A Cerj teve
lucro líquido de R$ 5,8 milhões no primeiro trimestre deste ano. No mesmo
período do ano passado, o lucro registrado chegou a R$ 24,4 milhões. Já
a receita líquida da companhia praticamente ficou estável na comparação
entre os dois períodos, passando de R$ 394,6 milhões para R$ 395,8 milhões.
A receita bruta da companhia de eletricidade, por sua vez, subiu de R$
492,6 milhões, no primeiro trimestre de 2002, para R$ 599,3 milhões no
mesmo período deste ano. (Gazeta Mercantil - 26.05.2003) 2 Enersul vai investir R$ 73,4 mi em MS A Enersul
vai investir neste ano R$ 73,4 milhões no Estado, sendo que R$ 56,7 milhões
destinados a melhorias no sistema de distribuição de energia e eletrificação.
A notícia foi dada ontem pelo diretor-presidente da empresa, Antônio Eduardo
da Silva Oliva, em entrevista coletiva, onde estavam presentes os diretores
Armando Fernandes Bernardo, Manuel Fernando das Neves Bento e Sérgio Pereira
Pires. O diretor comercial Armando Bernardo disse que, a partir de 2005,
Mato Grosso do Sul fará parte do sistema integrado nacional, por meio
de novas linhas de transmissão que irão passar por Campo Grande e Dourados.
A participação no sistema nacional de distribuição vai aumentar a qualidade
da energia distribuída, porém sem diminuir o custo para o consumidor.
Segundo Armando Bernardo, a integração vai eliminar o problema que ocorre
hoje: quando uma das linhas de transmissão falha, as outras ficam sobrecarregadas,
causando queda de energia. (Correio do Estado - 24.05.2003)
3 Enersul: reajustes ajudarão empresa a reverter prejuízo do primeiro trimestre O resultado
líquido do balanço da Enersul, apurado no primeiro trimestre deste ano,
apontou um resultado líquido negativo de R$ 4,2 milhões. De acordo com
o diretor-financeiro, Sérgio Pereira Pires, a estimativa para 2003 é de
que a empresa recupere o prejuízo. Um dos meios que vão contribuir para
essa recuperação é o reajuste de 32,59% sobre o quilowatt cobrado do consumidor
residencial a partir de abril e 37,1% para o comércio e indústria. No
ano passado, a Enersul teve um prejuízo de R$ 94 milhões. Os motivos apontados
foram atribuídos ao racionamento de energia e à mudança de hábitos do
consumidor, que acabou ocasionando a queda da receita e a desvalorização
de 52% do real em relação ao dólar. (Correio do Estado - 24.05.2003). 4
Enersul registra aumento na quantidade de energia vendida 5 Abracompeel prepara proposta sobre empréstimo compulsório da Eletrobrás A Abracompeel
pretende entregar à ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, uma proposta
para resolver o pagamento do empréstimo compulsório pela Eletrobrás. Segundo
a entidade, a estatal não vem pagando os consumidores brasileiros. De
acordo com a instituição, as grandes indústrias já conseguiram receber
os valores referentes ao empréstimo compulsório através de ações judiciais,
mas esses pequenos e médios consumidores (com consumo mensal superior
a 2000 kWh) não sabem da existência do empréstimo. Pelos cálculos da associação,
cada consumidor têm, numa média entre o total pago nos 30 anos de vigência
do empréstimo, cerca de R$ 60 mil a receber da Eletrobrás. O presidente
da associação, Antônio Nóbrega, informou que o balanço contábil da estatal
tem disponível quase R$ 4 bilhões relativo ao empréstimo compulsório.
No total, a Eletrobrás deve aproximadamente R$ 10 bilhões aos consumidores
brasileiros. (Canal Energia - 23.05.2003) 6 Eletrobrás informa que dívida foi convertida em ações A Eletrobrás
através de sua assessoria de imprensa, afirma que parte dos valores referentes
ao empréstimo compulsório já está disponível ao consumidor por meio de
ações preferenciais. Segundo a estatal, a dívida foi convertida em ações
em janeiro do ano subseqüente ao recolhimento, sendo corrigido anualmente
a juros de 6%. Esses papéis são relativos ao empréstimo compulsório no
período de 1978 a 1985, que somam, atualmente, mais de R$ 5,3 bilhões;
e dos créditos contabilizados nos anos de 1986 e 1987, que totalizam mais
de R$ 1,7 bilhão. (Canal Energia - 23.05.2003) 7 Seban investirá R$ 300 mi na implantação de quatro hidrelétricas A Seban
(Sociedade de Energia Bandeirante) investirá R$ 300 milhões na implantação
de quatro hidrelétricas. A empresa conseguiu a concessão de três PCHs
no estado de São Paulo em 2002 e assumirá o projeto da usina de Traíra,
em Minas Gerais, que pertencia à Alcan Alumínio. As PCHs totalizam 54
MW de capacidade instalada, e estão em fase de obtenção de licença ambiental.
A previsão de início da construção das unidades vai até o final de agosto
sendo que a primeira máquina deve operar após 14 meses do início das obras,
e a conclusão dos projetos tem prazo de 30 meses. Agapito informa que
a Seban está tendo dificuldades para conseguir as licenças porque a Secretaria
de Meio Ambiente de São Paulo tinha fornecido as autorizações das usinas
de Palmeiras, Retiro e Anhanguera para a CPFL, na época que a empresa
ainda era estatal. A Seban também está negociando com outras empresas
financiamentos e participação nos projetos. Ele informa que o BNDES é
uma das alternativas para empréstimos. (Canal Energia - 26.05.2003) A Presidência da República encaminhou ao Congresso pedido de créditos adicionais. No valor total, está incluído um pedido de 3,4 milhões para manutenção de imóveis da Eletrobrás (Folha de São Paulo - 26.05.2003) A empresa Construtécnica Engenharia transferiu 85% de sua participação na PCH Sítio Grande Energética para a Brascan Energética. A usina tem 25 MW de capacidade instalada e está localizada no município de São Desidério, na Bahia. A previsão é de que a PCH entre em operação, na categoria de produtora independente, até junho de 2005. (Canal Energia - 26.05.2003)
Oferta e Demanda de Energia Elétrica 1 Outorgas em geração na Aneel contabilizam 1.126 MW instalados em 2003 O número
de outorgas expedidas pela Aneel de janeiro até agora chega a 80, somando
1.126 MW instalados e investimentos estimados em R$ 2,3 bilhões. Desse
total, 42 autorizações correspondem a termelétricas, 26 são PCHs e 12
eólicas. Quanto às usinas em construção, a Aneel prevê a instalação de
15.238,7 MW para este ano. Para os anos de 2004 e 2005, a previsão é que
sejam instalados, respectivamente, 9.799,4 MW e 8.362,6 MW. Na área de
transmissão, o órgão regulador revela que existem em construção 3.823,21
quilômetros de extensão e podem entrar em operação este ano. Para 2004,
a previsão é que 3.488,9 quilômetros de extensão entrem em operação. Para
2005, a estimativa é de 23 quilômetros de extensão. (Canal Energia - 23.05.2003) 2 Boletim Diário da Operação do ONS Para obter
os últimos dados do Boletim Diário da Operação do ONS, incluindo produção
de energia hidráulica e térmica e energia armazenada, clique aqui.
Comercialização de Energia 1 Preços MAE sobem até 36,6% na região Norte Na quarta
semana de maio, os preços MAE subiram nas regiões Sudeste/Centro-Oeste,
Sul e Norte, com índices que variaram de 17,3% a 36,6% em comparação com
a semana anterior. Entre os dias 24 a 30 de maio, o valor do MWh fica
em R$ 8,67 para a carga pesada; R$ 8,54 para a carga média; e R$ 8,45
para a carga leve. No subsistema Nordeste, o preço da energia subiu 12%.
Nesta semana, o valor do MWh está em R$ 7,00. (Canal Energia - 26.05.2003) 2 Implantação das regras do MAE é adiada para janeiro de 2004 A Aneel aprovou a alteração do cronograma de implantação das regras do MAE. De acordo com o novo cronograma, as regras serão aplicadas gradualmente a partir de janeiro de 2004, contra a previsão inicial de julho de 2003. A expectativa é de que todas as etapas de consolidação do mercado atacadista estejam concluídas até janeiro de 2006. O adiamento foi ocasionado em razão do acúmulo de atividades do MAE, como a realização de auditorias e a implementação da versão 3.1 das regras, que deverá contabilizar as transações de compra e venda de energia a partir de janeiro de 2003. Estão pendentes ainda a liquidação de 50% dos negócios referentes ao período outubro a dezembro de 2002. A liquidação depende da realização de auditoria nas contas. Após essa liquidação, o mercado atacadista poderá contabilizar e liquidar os negócios realizados desde janeiro de 2003. (Canal Energia - 23.05.2003)
Gás e Termoelétricas 1 Térmicas emergenciais podem abastecer região Norte A energia
produzida por usinas emergenciais poderá ser utilizada para abastecer
o sistema isolado da região Norte. Os produtores das usinas, por meio
da CBEE, negociam com a Manaus Energia os contratos de compra e venda
de energia. Segundo informações da assessoria de imprensa da Manaus Energia,
deverão ser disponibilizados 56 MW para atender o mercado de Manaus. No
início das negociações, que começaram no final de março, a necessidade
da região estava em 88 MW. A distribuidora informou que as negociações
estão em fase de conclusão. O atendimento ao mercado isolado da região
Norte deverá ser feito pelas usinas emergenciais localizadas no Nordeste.
Uma das empresas envolvidas na negociação é a CGE, que deverá fornecer
a produção de duas usinas, que somam 60 MW instalados. De acordo com Armando
Ferreira, diretor Comercial e de Relações com Investidores da geradora,
o preço da energia produzida é o mesmo firmado no contrato com a CBEE,
de R$ 30 o MWh. Outra empresa que poderá fornecer energia emergencial
para a região é a Nordeste Generation. As negociações, neste caso, estão
mais complicadas devido a entraves ambientais. A CBEE estuda a possibilidade
de transferir uma térmica da empresa, de 47 MW. (Canal Energia - 23.05.2003) 2 Indústrias trocam GLP por gás natural A perda
de espaço para o gás natural é a principal razão da queda no consumo do
GLP pela indústria. O setor, segundo a Comgás, responde por 75% da utilização
do GLP. Em janeiro de 2002, a importação de GLP pela Petrobrás deixou
de ser subsidiada pelo governo. Até então, a estatal comprava o produto
no mercado internacional e o revendia para as distribuidoras .Desta forma
o governo federal "assumia" a diferença, permitindo que a Petrobrás repassasse
aumentos maiores aos preços da gasolina e óleo diesel. .Com o fim do subsídio,
os preços influenciados pelas altas no exterior dispararam, o que fez
com que muitas indústrias optassem pelo gás natural encanado. De janeiro
a abril deste ano, a Petrobras repassou aos consumidores industriais e
comerciais os custos com a importação do GLP. (Folha de São Paulo - 26.05.2003) Grandes Consumidores 1 Grande consumidor investe em energia Falar em
escassez de energia elétrica provoca arrepios nos industriais do setor
eletrointensivo, que dependem exclusivamente da eletricidade para garantir
a produção de aço, alumínio, cimento e metalurgia, entre outros. Por isso,
os maiores consumidores do País apostam numa estratégia cada vez mais
forte dentro do segmento: produzir sua própria energia para não ficar
refém de um possível racionamento, como o que ocorreu em 2001. O resultado
foi uma invasão das empresas nos leilões de concessão. Segundo levantamento
da Aneel, entre 1998 e 2002, a indústria arrematou 37% do potencial hídrico
ofertado pelo governo, ou 4.043 MW. A participação é ainda maior se forem
considerados os projetos em parceria com empresas do setor elétrico. Segundo
o estudo Indústrias Eletrointensivas e Autoprodução, do professor da Universidade
de São Paulo (USP) Célio Bermann, entre 1995 e 2002, as companhias ganharam
nos leilões 11.247,5 MW, sendo uma parte para consumo próprio e outra
para a comercialização da eletricidade no mercado. De acordo com o trabalho,
as maiores investidoras são Alcan, Votorantim, Alcoa, Companhia Vale do
Rio Doce, Camargo Corrêa e BHP Billiton. Além da auto-suficiência, estas
empresas também buscam melhores preços para aumentar a competitividade
dos produtos. (Estado de São Paulo - 26.05.2003) 2 Energia barata é fundamental para a competitividade dos eletrointensivos No setor
de alumínio, por exemplo, a eletricidade representa 35% do custo do metal.
"Um preço alto do insumo pode excluir a companhia do mercado internacional",
argumenta o coordenador da Comissão de Energia Elétrica da Associação
Brasileira de Alumínio (Abal), Eduardo Carlos Spalding. Segundo ele, com
os projetos em andamento, a indústria de alumínio alcançará em 2005 cerca
de 50% de autosuficiência. O investimento feito pelas empresas já chega
a US$ 1,8 bilhão. E se houver condições regulatórias e retorno satisfatório
para o empreendedor, o montante deve aumentar, avalia o diretor de divisão
de energia da Alcan, Claudio Campos. Ele destaca que a empresa está investindo
US$ 190 milhões na ampliação da Usina de Prazeres, Candonga e no complexo
Caçu/Barra dos Coqueiros, além de três Pequenas Centrais Hidrelétricas
(PCHs). Hoje, a companhia gera 10% da energia consumida por suas fábricas.
Mas quando todos esses projetos estiverem concluídos, a capacidade instalada
das usinas abastecerá 60% da demanda das unidades produtivas da Alcan.
Outra companhia que resolveu apostar forte na produção de eletricidade
é a BHP Billiton, que participa de duas das maiores hidrelétricas hoje
em construção: Estreito e Santa Isabel, ambas com 1.087 MW de potência.
A empresa divide o investimento com sócios de peso, como Vale do Rio Doce,
Camargo Corrêa, Alcoa e Votorantim. (Estado de São Paulo - 26.05.2003) 3 Nem todos no setor concordam com o investimento das eletrointensivas. Para alguns
especialistas, a apropriação privada de um bem público se contrapõe à
noção de interesse público. Ou seja, esses potenciais hídricos deveriam
ser usados para abastecer a população. A justificativa é que a energia
hídrica é mais barata que as demais fontes de energia e, portanto, deveria
beneficiar o povo. Discussões à parte, a verdade é que o setor eletrointensivo
tem sido uma figura importante na expansão do setor elétrico brasileiro,
que hoje se encontra paralisado à espera da nova regulamentação. Na avaliação
do vice-presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais
de Energia (Abrace), José Roberto Giannotti, no entanto, esse investimento
ainda não é suficiente para garantir uma oferta segura de energia para
o País. "As empresas que dependem de energia não vão se descuidar, mas
existem outras que não têm a intenção de investir." (Estado de São Paulo
- 26.05.2003) 4 Abesco apresenta estudos sobre racionalização do consumo de energia O engenheiro
Jenner Ferreira, vice-presidente regional da Associação Brasileira das
Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), apresentou estudos
de casos que apontam reduções significativas nos custos, responsáveis
por preços finais reduzidos e aumento da capacidade competitiva de mercado.
Os estudos foram realizados em um hotel localizado na região central de
Campo Grande, no período de junho a novembro de 2001, época em que as
empresas de energia iniciaram o racionamento. Para que o hotel ficasse
dentro da margem de consumo exigida, foi feito estudo sobre consumo racionalizado
de energia. Depois de implantado o sistema, o índice de economia chegou
a 28% sobre o faturamento mensal pago, passando de um gasto de 40 mil
kWh, para 29 mil kWh, com economia de R$ 3.500. Ferreira enfatizou que
mesmo depois de o racionamento ter acabado, o percentual de redução foi
mantido. Ele explicou que o estudo feito no hotel apontou que cada hóspede
custa R$ 5 diários em energia, que representa 13% do custo na formação
de preços das diárias. (Correio do Estado - 26.05.2003) Economia Brasileira 1 Estado investirá em infra-estrutura, diz Lessa O presidente
do BNDES, Carlos Lessa, disse ontem que o Estado poderá voltar a investir
em atividades produtivas, especialmente na área de infra-estrutura, se
não houver interesse do setor privado nos investimentos. "Nenhuma sociedade
pode ficar travada por falta de protagonistas", afirmou. A declaração
de Lessa foi feita na apresentação do documento com as diretrizes que
irão nortear os empréstimos do banco a partir de agora. O dirigente ressalvou
que não há nenhuma posição doutrinária por parte do banco e afirmou que
o Estado nunca foi investidor por concepção ideológica. "Nunca houve no
Brasil uma opção pelo capitalismo de Estado. Isso faz parte de um debate
ideológico antiquado, velho e empoeirado. Nós não vamos, no umbral do
novo milênio, reeditar um debate desse tipo. Para nós, a questão é simples:
o Brasil precisa ou não precisa...", disse. Segundo Lessa, se não houver
investidores privados interessados, por exemplo, em construir usinas hidrelétricas
no rio Madeira, o Estado poderá fazê-las. Ele disse que, antes de uma
decisão, é preciso encontrar uma saída negociada para contornar o obstáculo
a investimentos de empresas estatais imposto pelo acordo do Brasil com
o FMI. (Folha de São Paulo - 24.05.2003) 2 Lula projeta uma nova economia de juros mais baixos O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o encerramento da 17ª Reunião de Cúpula do Grupo do Rio, sábado, em Cuzco, no Peru, para colocar ordem nas fileiras governistas, que, ao longo da semana passada, cindiram-se entre os defensores da política econômica do BC e os defensores da imediata redução do índice para possibilitar a retomada do crescimento. Lula defendeu a política do BC ao avisar que não adianta reduzir os juros se for necessário aumentá-los no mês seguinte. O presidente evitou previsões sobre a próxima reunião do Copom, em junho. "Tenho coisa mais importante para fazer no Brasil. Só posso afirmar isso: os juros que estamos praticando são os da economia herdada. Os da nova economia virão mais rápido do que vocês imaginam". (Gazeta Mercantil - 26.05.2003) 3 Deflação externa pode afetar exportações do Brasil O risco
da deflação, que ronda a Europa e os Estados Unidos e há vários anos afeta
o Japão, pode adiar o início da retomada da economia mundial, que hoje
apresenta contornos recessivos. Esse quadro mundial não é bom para nenhum
país, incluindo o Brasil, que tenta neste ano, mais uma vez, deslanchar
um programa para expandir as exportações. O Brasil pode ver frustrada
sua intenção de crescer de forma qualitativa (com maior valor agregado)
e rápida suas vendas ao exterior. Os EUA e Europa importam por volta de
60% da pauta de exportações brasileiras e se esses mercados não crescem,
dificilmente, o produto nacional conseguirá ampliar ali sua presença.
Restaria vender aos países não tão ricos - os vizinhos latino-americanos,
a Rússia, a China, o Oriente Médio e algumas nações africanas. Essa opção
já vem sendo trabalhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que
despachou o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, e o chanceler
Celso Amorim, em viagens por algumas dessas regiões. (Gazeta Mercantil
- 26.05.2003) 4
Prévia do IPCA registra recuo de 1,14% para 0,85% 5 IPCA-15 de maio não refletiu o impacto das revisões tarifárias Os impactos
dos reajustes e revisões das tarifas de energia elétrica registrados entre
os dias 12 de abril e 15 de maio não refletiram no IPCA-15 deste mês,
que apresentou variação de 0,85%. O percentual é inferior ao índice apurado
em abril, que havia ficado em 1,14%. O item energia elétrica obteve o
maior variação em relação ao mês anterior, passando de 1,37% (abril) para
6,40% (maio), em razão de revisões contratuais e cobrança das taxas de
iluminação pública. Das regiões metropolitanas e municípios pesquisados
para elaboração do IPCA-15, três passaram pelo processo de revisão tarifária
periódica de energia: Porto Alegre (AES Sul e RGE), Salvador (Coelba)
e Fortaleza (Coelce). (Canal Energia - 23.05.2003) 6 BankBoston: não há espaço para crescimento no curto prazo O presidente
do BankBoston no Brasil, Geraldo Carbone, não vê espaço para a retomada
do crescimento do País no curto prazo. "Primeiro, é preciso dissipar os
temores da inflação no Brasil e o medo do que acontecerá com a economia
mundial", diz o sucessor do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Economista, 46 anos, Carbone afirma que não adianta apenas os juros caírem
para que o desenvolvimento sustentável seja retomado: "É preciso muito
mais. O País necessita parar de buscar culpados para justificar o baixo
crescimento dos últimos 30 anos e ampliar a poupança doméstica". Carbone
diz que o Governo tem que parar de consumir a poupança do País para financiar
a dívida pública, cujos juros consomem 12% do PIB. "Vamos descobrir que
para o País crescer será necessário um ajuste do setor público cada vez
mais pautado pelo corte de despesas", ressalta. (Gazeta Mercantil - 26.05.2003) O dólar sustenta queda moderada nesta manhã de negócios escassos no mercado interbancário. Às 11h44m, a moeda americana era negociada por R$ 2,896 na compra e R$ 2,901 na venda, com baixa de 0,54%. Na sexta-feira, o dólar comercial chegou ao final dos negócios em queda de 2,17%, cotado a R$ 2,915 para compra e R$ 2,92 para venda, em um mercado de baixa liquidez e embalado por entradas de recursos. (O Globo On Line e Invertia - 26.05.2003)
Internacional 1 Alemanha desativará usinas nucleares O governo
alemão promete colocar em prática, ainda neste ano, o projeto de desativação
de todas as usinas nucleares do país. Apesar de ter a aprovação da maioria
da população, o fim da geração nuclear na matriz energética alemã esbarra
em dois grandes empecilhos: qual a melhor forma de compensar a energia
que deixará de ser produzida e, principalmente, onde armazenar o lixo
radioativo das 20 usinas ainda em atividade na Alemanha. No primeiro caso,
a hipótese mais provável é a de substituí-la por fontes de energia renovável.
Já o segundo problema ainda está longe de uma solução, uma vez que ainda
não há definição sobre qual será o destino mais seguro para o lixo. 'Estamos
procurando, dentro do território alemão, um local onde possamos construir
um depósito temporário. Mas esse não é o maior problema, e sim onde instalaremos
um depósito definitivo. Ainda não temos a mínima idéia sobre isso', informa
o representante da divisão de energias renováveis do Ministério do Meio
Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear, Martin Schöpe. 'Esse
é, aliás, um dos principais motivos que nos levaram a abandonar o projeto
de usinas nucleares. Até hoje, no mundo todo, não há como armazenar, de
uma maneira segura e confiável, esse tipo de detrito.' (Gazeta Mercantil
- 23.05.2003) A Repsol
YPF está exigindo um conselheiro com plenos poderes na Gas Natural. Com
isso, a companhia de petróleo deixaria para La Caixa a presidência do
conselho da empresa de gás. Repsol e Caixa estão procurando entrar em
um acordo de gestão na Gas Natural, empresa na qual possuem participação
de 25% e 31%, respectivamente. A empresa de petróleo e a entidade financeira
procuram recompor o pacto de acionistas que mantinham no grupo de gás.
O pacto foi abalado depois que o conselho da Gas Natural aprovou o lançamento
da oferta pública de ações sobre a Iberdrola com o apoio da La Caixa e
a reprovação da Repsol YPF. (Gazeta Mercantil - 26.05.2003) 3 Províncias argentinas buscam aprovação para linha de transmissão A agência
de privatização da província argentina de La Rioja planeja reabrir discussões
no começo de junho com o departamento nacional de energia sobre o projeto
de uma linha de transmissão de energia de US$ 300 milhões para interligar
a região de Nuevo Cuyo, disse Miguel Angel Asis, presidente da agência,
chamada Ente Único de Control de Privatizaciones (Eucop). O projeto, conhecido
com linha de mineração, teria três ou quatro trechos, perfazendo o total
de 850km. Como o governo nacional não tem alocado verbas para o setor
de energia, o projeto estava arquivado desde 2000, mas a Eucop poderia
buscar recursos com investidores privados ou bancos internacionais se
o governo não pagar, disse Asis. A Eucop quer que o departamento de energia
aprove primeiro o trecho de 220km que vai de La Rioja, capital da província
de mesmo nome, até Recreo, a sul. Com a linha, as empresas em La Rioja
poderão produzir a plena capacidade, disse Asis. "Precisamos passar a
imagem de previsibilidade no fornecimento de energia a La Rioja", disse
Asis. (Business News Americas - 25.05.2003) 4
Governo boliviano abre licitação para ligações de gás até final de maio
Biblioteca Virtual do SEE 1 Instituto de Eletrotécnica e Energia. Estudo de usos finais de energia elétrica e de avaliação do sistema elétrico de Boa Vista - RR. Relatório Final - Sumário Executivo. São Paulo: USP, março de 1998. - 30 páginas. Este documento faz uma grande avaliação das condições de demanda e oferta de energia no município de Boa Vista - RR. Ele destaca que a demanda cresce rapidamente, intensificando o uso de ar condicionado, com a distribuidora de energia local tendo dificuldades de provisão nos horários de pico. O documento também aborda que a cidade apresenta uma baixa eficiência no uso da energia. Disponível
em: http://www.provedor.nuca.ie.ufrj.br/eletrobras/biblioteca/setoreletrico.htm 2 Instituto de Eletrotécnica e Energia. Estudo de Planejamento Integrado de Recursos para o Sistema Elétrico de Boa Vista - RR. Sumário Executivo. São Paulo: USP, 1999. - 47 páginas. Nesta outra parte do estudo, o IEE da USP apresenta propostas com as principais formas para aumentar a eficiência no uso da energia em Boa Vista - RR, indicando seus impactos econômico-financeiros, inclusive num cenário em que há a possibilidade de contratação de energia hidráulica de baixo custo da Venezuela. Disponível
em: http://www.provedor.nuca.ie.ufrj.br/eletrobras/biblioteca/setoreletrico.htm Equipe
de Pesquisa UFRJ - Eletrobrás Visite
o site do Provedor onde encontra-se a maior base de dados sobre as empresas
do setor: www.provedor.nuca.ie.ufrj.br/eletrobras |
|